Tubarão
NOME COMUM: Tubarão
NOME CIENTÍFICO: Prionace glauca
NOME EM INGLÊS: Blue shark
FILO: Chordata
ESPÉCIES: São conhecidas cerca de 400 espécies em todo o planeta. No Brasil, existem 88 espécies de tubarão conhecidas.
SUPERCLASSE: Pisces
CLASSE: Chondrichthyes
SUBCLASSE: Elasmobranchii
SUPERORDEM: Selachimorpha
FAMÍLIA: Carcharhinidae, etc (12 famílias, 400 espécies)
ORDENS: Carcharhiniformes
Heterodontiformes
Hexanchiformes
Lamniformes
Orectolobiformes
Pristiophoriformes
Squaliformes
Squatiniformes
Symmoriida
Cladoselachiformes
Xenacanthida (Xenacantiformes)
Iniopterygia
Eugeneodontida
Hybodontiformes
CARACTERÍSTICAS: Depedendo da espécie, os peixes nascem vivos ou de ovos. Possuem uma só barbatana dorsal.
ALIMENTAÇÃO: O deslocamento natatorial constante origina um enorme gasto de energia e uma consequente necessidade em se alimentar constantemente. Devido a essa voracidade natural, algumas espécies limpam os oceanos ao comerem os animais feridos ou mortos, mesmo que em elevado estágio de decomposição. A quase totalidade das espécies também rouba as presas de outros tubarões, quando surge a oportunidade. Quanto às suas preferências alimentares, seguem uma dieta regular de peixes, crustáceos, lulas, polvos, tartarugas, raias e outros tubarões, sendo o canibalismo uma prática muito comum.
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: desde os mares tropicais aos oceanos Ártico e Antártico.
HABITAT: A quase totalidade dos tubarões é marinha, carnívora e pelágica, habitando águas costeiras e oceânicas da maioria dos mares e oceanos, quer na sua superfície, quer na sua profundidade.
TAMANHO: podem variam entre os 0,10 m e os 18 m de comprimento.
REPRODUÇÃO: A reprodução dos tubarões ocorre por fecundação interna, na qual o macho introduz o órgão reprodutor masculino (clasper) no orgão copulador feminino (oviducto) da fêmea.
REPRODUÇÃO ASSEXUADA: Há dois casos documentados nos quais um tubarão fêmea que não entrou em contato com um macho concebeu um filhote por um processo conhecido como parthenogenesis. Não se entende ainda bem esse proceddo mas por uma sequência genética dos filhotes sabe-se que eles não possuem nenhuma carga genética paterna, Eliminando, assim, qualquer hipótese de fecundação por um macho. . É desconhecido sobre a extensão deste comportamento dentro da vida selvagem, e quantas espécies de tubarão são capazes de parthenogenesis.
MATURIDADE SEXUAL: As fêmeas atingem, em geral, a sua maturidade sexual com maior tamanho do que os machos e normalmente procriam em anos alternados. Em maio de 2007 provou-se que o tubarão pode se reproduzir assexuadamente. Esta situação é rara nos espécimes selvagens.
FILHOTES: Nas espécies ovíparas, que correspondem a cerca de 20% do total, a fêmea realiza a postura dos ovos retangulares, protegidos por uma membrana filamentosa, de modo a fixá-los ao substrato marinho.
Nas espécie ovovíparas – cerca de 70% -, o desenvolvimento dos ovos ocorre no oviduto da fêmea, sendo as crias expulsas já desenvolvidas.
Nas espécies vivíparas – cerca de 10% -, o desenvolvimento do embrião realiza-se internamente, com ligações placentárias, sendo as crias também expulsas já desenvolvidas.
SELEÇÃO NATURAL DAS CRIAS: A seleção natural dos tubarões inicia-se, em algumas espécies ovovíparas e vivíparas, no próprio meio intra-uterino, através da prática do canibalismo. As crias que se formam primeiro – num número entre quatro a quinze – e providas de dentes afiados, ingerem, na sua vida uterina, os embriões em formação e, posteriormente, devoram-se umas às outros, sobrevivendo apenas as mais fortes e aptas.
PELE: A pele dos tubarões é protegida por escamas placóides, com dentículos dérmicos, que lhes conferem uma superfície muito áspera.Possui ainda quimio-receptores, os quais possibilitam aos tubarões determinar se há substâncias nocivas na água, avaliar a salinidade e outros parâmetros químicos.
CAUDA: Tubarões têm rabos muito distintivos. Os rabos (barbatana caudal) de tubarões varia consideravelmente entre espécies e é adaptado ao estilo de vida do tubarão. A acelaração e a velocidade do tubarão depende do tamanho e tipo de rabo que possui. As formas de rabo diferentes evoluíram em tubarões adaptados para ambientes diferentes.
VISÃO: Alguns cientistas crêem que, como muitos outros peixes, os tubarões são míopes, estando a sua visão adaptada apenas para distâncias entre 2 e 3 metros, embora possa ser utilizada para distâncias de até 15 m com um menor grau de definição. Contrastando com essa informação, outros pesquisadores acreditam que a lente dos tubarões está fortemente suspensa por um ligamento dorsal, e fica normalmente fixada para a visão à distância; para a visão próxima ela é movida para frente pela tração de um pequeno músculo protrator, fixo à lente. A abertura pupilar varia de circular a oval quando aberta. Na luz brilhante a pupila pode ser apenas um pequeno círculo ou fenda, que pode ser vertical ou horizontal. O seu olho possui uma camada reflectiva, a qual permite um aproveitamento superior da luminosidade em locais com pouca luz, como as águas turvas ou profundas e à noite.
OLFATO: É extremamente apurado, permitindo-lhes identificar substâncias bastante diluídas na água, como concentrações de sangue abaixo de 1 parte por milhão – o que equivale a perceberem-se de uma gota de sangue a 300 m de distância em pleno oceano. Por esta razão são por vezes designados como “narizes nadadores”. Quando detectam o cheiro de sangue ou de corpos em decomposição, facilmente encontram o local de origem, utilizando principalmente o seu olfato (ou a visão para distâncias inferiores a 15 m).
AUDIÇÃO: A sua grande sensibilidade às vibrações, provoca comportamentos semelhantes. O seu ouvido interno, responsável pelo equilíbrio e detecção das vibrações de baixa frequência, situa-se postero-superiormente ao olho. Possui três canais semicirculares e detecta vibrações a longas distâncias, podendo o tubarão se aperceber do som de um peixe a debater-se a uma distância de 250 a 600 m. Em conjunto com o olfato, esta sensibilidade às vibrações, são os primeiros mecanismos utilizados na detecção de potencial alimentação. Uma vibração desconhecida, tanto pode provocar curiosidade como medo ao tubarão. As suas linhas laterais são também capazes de captar vibrações de média e baixas frequências, correntes, mudanças na temperatura e pressão da água, assim como localizar obstáculos e alimentos em águas turvas. Do mesmo modo, pode também detectar, pela turbulência causada, a aproximação de um inimigo de grande porte.
RESPIRAÇÃO E NATAÇÃO: A maioria dos tubarões, quando parados, não conseguem bombear a água para as brânquias, de modo a respirarem. Necessitam, portanto, de forçar a entrada da água pela boca, para que passe pelas brânquias e saia pelas fendas branquiais. Por outro lado, a ausência de bexiga natatória, um órgão hidrostático existente noutros animais, dificulta a sua flutuação. Estas duas características são as responsáveis pela maioria dos tubarões nadar incessantemente, pois, se por algum motivo pararem, afundam e/ou morrem por asfixia. No entanto, algumas espécies conseguem permanecer paradas e deitadas no fundo do mar, inclusivamente dentro de grutas espaçosas. A caça por suas barbatanas, podem ocasionar sua morte, pois sem a barbatana os tubarões perdem a hidrodinâmica necessária e os faz afundar.
IMPORTÂNCIA NO ECOSSISTEMA: Os tubarões exercem duas funções primordiais no ambiente marinho. Como predadores situados no topo da cadeia alimentar, mantêm o controle populacional das suas presas habituais e são um instrumento da selecção natural, ao predar os mais lentos e os mais fracos. Ao contrário da cadeia alimentar terrestre, na qual os herbívoros podem apresentar um porte maior que os carnívoros, a hierarquia nos oceanos é basicamente determinada pelo tamanho. Os estratos da cadeia alimentar são denominados de níveis tróficos. Quanto mais distante da base, a qual é formada pelos produtores primários, maior o nível trófico. Por outro lado, quando os tubarões se alimentam de animais e peixes doentes, feridos ou mortos, contribuem para a manutenção da salubridade dos oceanos. Embora possuam um sistema imunológico primitivo, apresentam uma baixa incidência de doenças em geral, raramente contraem infecção após ferimentos graves e raramente desenvolvem neoplasias.
IMPORTÂNCIA PARA A CIÊNCIA: A vitamina D foi obtida do óleo de fígado de tubarão (e de bacalhau) até 1947, altura em que passou a ser sintetizada em laboratório. O óleo é também eficaz no tratamento paliativo das hemorróidas. Alguns estudos indicam que este óleo contribui para a produção de leucócitos nos seres humanos. Em 1916, um cientista japonês isolou deste óleo um hidrocarboneto denominado esqualeno, até hoje empregue nas indústrias comésticas e farmacêuticas, como base para cremes de beleza, pomadas e medicamentos. Alguns ácidos polinsaturados extraídos do fígado têm sido utilizado como anticoagulantes no tratamento de enfartes do miocárdio. Por outro lado, o extrato da sua cartilagem tem vindo a ser utilizado em doenças osteo-articulares e no tratamento de queimados. Experimentalmente, têm sido feito transplantes de córnea para olhos humanos, estudos relativos à proteína esqualamina – encontrada no estômago, fígado e vesícula biliar – quanto à sua capacidade de inibir tumores cerebrais, bem como a um lípido quase onipresente nas suas células e com um poder antibiótico de largo espectro.
As inúmeras espécies de tubarão incluem algumas inofensivas, como o tubarão-zebra e o tubarão-de-pregas, e outras carnívoras, como o tubarão-branco, o tubarão-azul e o tubarão-tigre.
São rápidos nadadores, impelidos pela cauda assimétrica; o lobo dorsal da nadadeira caudal é maior. O tubarão-azul e o tubarão-martelo podem atacar as pessoas. Cada maxilar tem uma fileira de dentes funcionais e 5 a 6 fileiras de reserva. O formato dos dentes varia com a espécie. No tubarão-branco sào triangulares com duas arestas cortantes; o tubarão-martelo possui dentes pontiagudos. O gigante tubarão-baleia, pode alcançar 15 m de comprimento, tem dentes reduzidos, apropriados à sua dieta de pequenos crustáceos e peixinhos.
Calcula-se que os tubarões existam há cerca de 450 milhões de anos, sem grandes alterações em sua morfologia, o que sugere um bom nível de adaptação e evolução. Estes seres providos de estrutura corporal hidrodinâmica são criaturas importantes em quase todos os ecossistemas marinhos.
Até o século 16 os tubarões eram conhecidos, pelos marinheiros, “cachorros de mar”. De acordo com o OED (Oxford English Dictionary) o nome “tubarão” foi mencionado pela primeira vez em 1569 por um marinheiro chamado Sr John Hawkins que exibiu uma espécie trazida dos mares do caribe e o chamou de tubarão. A partir dai todos da espécie tiveram esse nome. Acredita-se que o nome derivou do Yucatec Maya palavra que utilizavam para tubarão, xook, pronunciado [? o?k]. (shark).
ATAQUES DE TUBARÕES
Das 400 espécies de tubarão que habitam os oceanos, 33 já atacaram comprovadamente o homem. Destas 33, 18 encontram-se em registros de ataques não provocados, embora este número desça para 3 espécies se considerar apenas o último século (registros entre 1907 e 2002).
A maioria das espécies só ataca um ser humano quando acredita que o seu território está sendo invadido, tal como faria com outro tubarão. Das 1848 ocorrências documentadas de ataques não provocados ao homem, 75% não estava relacionada com a alimentação, mas sim com este fator.
As três espécies potencialmente perigosas para o homem são Carcharodon carcharias (tubarão-branco) – tornado famoso em 1975 pelo filme Tubarão de Steven Spielberg -, Carcharhinus leucas (tubarão-touro ou tubarão cabeça-chata) e Galeocerdo cuvier (tubarão-tigre).
A biologia e os hábitos destas três espécies têm sido extensivamente estudados. Entre si, apresentam dietas, estratégias de caça e padrões de comportamento distintos.
A interação entre o homem e o tubarão, só acontece quando este nadando ou surfando nas águas costeiras. Uma grande percentagem dos ataques não provocados deve-se a um erro de identificação, que pode ocorrer em animais mais jovens, condições de baixa visibilidade, como águas escuras ou turvas, períodos da alvorada e crepúsculo, ou em ambientes de água agitada.
Já o tubarão-touro ou cabeça-chata, além do ataque por erro de identificação, podem considerar as suas vítimas como invasoras, dado ser muito territorialista. Mesmo que o ser humano não se aperceba, o tubarão pode se sentir acuado ou que a sua área territorial está a ser invadida pela presença humana.
Os ataques do tubarão-tigre estão normalmente relacionados com a sua caça às tartarugas marinhas, que se dirigem para a costa, de modo a se alimentarem e desovarem. O ataque ao homem pode ocorrer quando o tubarão, com a visão contra ao sol, confunde os surfistas e banhistas com as tartarugas.
Diretora de Conteúdo e Editora Chefe