O Jogo do Bicho – Como tudo começou!
Este artigo é apenas uma curiosidade sobre o popular “Jogo do Bicho”. Não podemos esquecer que sua realização é uma contravenção penal previsto em Lei. Clique aqui e veja o que a lei de contravenção penal diz sobre este jogo.
ZebraEra uma vez um homem chamado João Baptista Vianna de Drummond. Em 1888, ainda no tempo do imperador Pedro II, ele ganhou um título de barão: Barão de Drummond. Na sua fazenda do Macaco, no Rio de Janeiro, ele não se importava muito com os pés de café e, amava os animais e dar aula de Zoologia. Esse amor fez com ele montasse um jardim zoológico.
E assim nasceu o Jardim zoológico do Barão de Drummond, localizado no pé da Serra do Engenho Velho, num bairro chamado Vila Isabel. O governo, que desde o fim de 1889 era da República, não ajudava mais o Barão com dez contos de réis anuais, como o Império fazia e, com a falta de dinheiro o zoológico do Barão ficou com dificuldades de manutenção.
Drummond era um Barão honesto, não roubava ou trapaceava. Estava com 68 anos de vida, com muitas dívidas e já estava pensando em se desfazer dos animais.
Até que um dia encontrou-se com um amigo mexicano, Dom Manuel Ismael Zevada. Manuel era um homem de boas idéias, e disse ao amigo:
– Não se preocupe demais joão. É no próprio zoológico que está a solução.
– Ali está o meu maior problema, Dom Manuel. Daqui a pouco os bichos vão estar comendo papel….
– Quanto o pessoal paga para entrar?
– Mil réis. Mas não tem aparecido muita gente.
– Você tem que estimular o público, meu velho. Dê algum prêmio para os visitantes. Sorteie um bicho por dia….
– O quê? Dar os meus animaiziinhos?!?
– Não, senhor Barão. Os bilhetes de ingresso terão animais desenhados. E toda tarde um bicho será sorteado. Quem tiver o bilhete desse bicho, ganhará vinte mil réis.
Foi um sucesso, virou mania. Tinha gente que ia ao zoológico só por causa do prêmio. Os bondes para Vila Isabel, principalmente no Domingo, ficavam superlotados.
Na bilheteria não se compram mais ingressos. Os visitantes preferem pedir pelo bicho: “Me dê um porco, uma vaca, um cachorro…”
Cada vez mais gente queria adivinhar o bicho que ia dar. Palpites: todo mundo queria fazer fezinha. Logo o sorteio pulou as grades do zoológico de Vila Isabel. E, começaram a organizar joggos em armazéns e botequins. Era a única maneira de o pessoal mais simples, ganhar um qualquer a mais. Curioso é que se tentara um sorteio parecido, só que com nomes de flores. Não pegou.
“Flores são lindas. Mas animais são subúrbios do homem, nossos parentes””, dizia o Barão.
Depois começou a confusão. O governo proibiu as apostas em 1894. O pessoal continuou jogando, com o gostinho especial de tudo que é proibido. A polícia, para fingir que não via, levava um dinheirinho…
O Barão, que faleceu em 1897, não chegou a ver o pior: o joguinho que ele e seu amigo mexicano inventaram se espalhou por todo o país, tornando-se o mais popular. Mas passou a ser controlado por gente muito poderosa, que fez da brincadeira um grande negócio.
Em 1946, um decreto do governo tornou o jogo “contravenção penal”. Aí ele cresceu mais ainda. O lugar do Barão foi ocupado por chefes temidos. E no jogo corria muito dinheiro e aconteciam brigas terríveis.
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- *As informações foram baseadas no livro Jogo dos Bichos de Chico Alencar e Aroeira – Editora Moderna
Diretora de Conteúdo e Editora Chefe