Genética de Periquitos Australianos
Genética de Periquitos Australianos
Caro internauta, esse pequeno artigo visa responder a uma dúvida lançada em nosso forum. Ficamos muito contentes, pois um dos objetivos desse novo canal é poder, sempre que possível, obter conhecimentos para aprimorar o Portal, deixando-o cada vez mais “recheado” de conhecimento. Agradecemos muito sua participação.
A genética das aves é bastante diversificada e, por conseqüência, extensa em seu estudo. Não raro a genética mendeliana não se aplica ao estudo dos padrões de cores nas aves, observando-se pois diversos casos em que características ligadas ao sexo e interações gênicas são o que decidem o padrão de cores.
Nos Periquitos Australianos, Agapórnis e Psitacídeos de um modo geral observa-se o fenômeno da interação gênica.
Interação gênica, como o nome sugere, ocorre quando dois ou mais genes não-alelos (genes alelos são aqueles que formam par e se situa em locais correspondentes nos cromossomos homólogos, que por sua vez são aqueles que formam par nas células somáticas – não-reprodutoras).
O verde dos Psitacídeos é produzido pela interação dos genes de dois pigmentos: amarelo e melaninas. Pode-se, então, representar o verde como AA (amarelo) MM (melaninas).
Um gene recessivo pode significar a ausência da característica; assim, existindo melanina mas faltando amarelo, tem-se o Periquito azul (aaMM). Na ausência de melanina, surge o Periquito amarelo (AAmm). Na ausência tanto de amarelo quanto de melanina surge o Periquito branco (aamm).
No cruzamento de um Periquito amarelo puro (homozigoto) com um Periquito azul puro (também homozigoto) todos os filhotes serão verdes heterozigotos (AaMm). Serão verdes (por causa do A e do M), porém portadores de genes para amarelo (a) e azul (m). Cruzando esses Periquitos verdes heterozigotos, podem ser obtidos filhotes de diversas cores, homo e heterozigotos:
Periquito fêmea (AaMm): gametas AM, Am, aM, am
Periquito macho (AaMm): gametas AM, Am, aM, am
Cruzando-os:
Cor
|
Genótipo
|
Probabilidade
|
1 verde | AAMM | 6,25% |
2 verdes/amarelo | AAMm | 12,50% |
2 verdes/azul | AaMM | 12,50% |
4 verdes/azul, amarelo/branco | AaMm | 25% |
1 amarelo | AAmm | 6,25% |
2 amarelos/branco | Aamm | 12,50% |
1 azul | aaMM | 6,25% |
2 azuis/branco | aaMm | 12,50% |
1 branco | aamm |
6,25%
|
Há casos em que se observa co-dominância (mas são casos raros). Esse fenômeno ocorre em Periquitos Australianos e Agapórnis nas mutações chamadas de fator duplo ou fator escuro (por exemplo, verde-claro x verde oliva). Cruzando Periquitos verde-claros com verde-oliva, todos os filhotes serão verde-escuros. Cruzando-se dois pássaros verde-escuros, observam-se filhotes verde-claros, verde-escuros e verde olivas, na proporção de 25%, 50%, 25%, nessa ordem.
Essa regra também vale para Agapórnis quando se cruzam aves azuis e azuis celestes com malva, gerando 100% de filhotes cobalto. Cruzando-se aves cobalto, geram-se filhotes azuis (ou azuis escuros), cobalto e malva.
Pode-se dizer que verde-claro, azul-celeste, verde-oliva e malva são “homozigotos”; verde-escuro e cobalto “heterozigotos”.
Referência: Animais de Estimação: Pássaros – Manual Prático Ilustrativo. Editora JBIG, 1986, Rio de Janeiro, Brasil
Bacharel em Química
Auxiliar Veterinário
Aquariólogo