Fox Paulistinha
TERRIER BRASILEIRO
ORIGEM
“Terrier Brasileiro” é o nome oficial do nosso conhecido “Fox Paulistinha”. De origem desconhecida, presume-se que tenha sido originário do cruzamento do Fox Terrier Pêlo Liso, com Jack Russel, e acasalamentos com cães brasileiros. Isso, porque, no início do século, filhos de fazendeiros iam estudar em universidades européias e voltavam cansados e suas mulheres traziam cães do tipo terrier de pequeno porte e que eram deixados nas fazendas e se acasalando com cães brasileiros. Surgiu, então, uma nova raça, cujo fenótipo fixou-se após algumas gerações. Com o desenvolvimento das cidades, os fazendeiros, junto com suas famílias foram atraídos para os centros urbanos, e São Paulo, o cão ficou conhecido como Fox Paulistinha.
Em 1920 já tinha as características que tem hoje. Mas, o CBKC não emitia registro de tais cães, nem reconhecia a raça. Em 1960 foi fundado o Terrier Clube do Brasil, com o objetivo principal de difundir e aprimorar a raça, tendo sido a raça reconhecida pelo CBKC. Como em 1973 nenhum exemplar da raça foi registrado, o CBKC cancelou o reconhecimento oficial da raça. na mesma ocasião, o terrier Clube do Brasil encerrou suas atividades. No entanto, o Paulistinha continuou sendo criado por vários canis, e por causa da luta dos vários admiradores da raça, em 1995 o CBKC voltou a reconhecer oficialmente a raça, emitindo registros e definindo seus padrões.
CARACTERÍSTICAS GERAIS
O Fox paulistinha é um cão alegre e divertido, e, graças ao seu temperamento é freqüentemente empregado em números circenses. Mas, além disso, é um valente guarda e um bom caçador. Seu instinto de caçador aflora quando encontra animais selvagens, principalmente os de pêlo. Fox em inglês significa Raposa. Não vacila diante de ratos, perseguindo-os até matá-los, sendo, nesta tarefa, mais eficaz que os próprios gatos. por isso, se seu fox paulistinha precisar conviver com outros animais, acostume-o desde logo com eles, para evitar futuras contendas entre eles: se a convivência com eles começar cedo, não haverá brigas. O Terrier Brasileiro é um cão que requer poucos cuidados, proporcionando muitas alegrias ao dono, e facilmente adaptável à qualquer ambiente. os banhos são raros, por causa da sua pelagem curta, mas não é desafeto á água: pelo contrário, adora nadar. Ate mesmo a criação de ilhotes é fácil. o acasalamento «é feito quase sempre de forma natural, sem precisar de ajuda; a mãe cuida sozinha da prole e do ninho, mantendo-o limpo. normalmente nascem 6 a 8 filhotes, e a própria cadela cuida do revezamento para que todos os filhotes tenham aceso a seu leite. No terceiro dia de vida a caudas deverá ser cortada, na articulação da segunda com a terceira vértebra. A própria mãe cuida dos “curativos”.
COMO CUIDAR DO SEU TERRIER BRASILEIRO
O Terrier Brasileiro, o nosso querido Fox paulistinha, é um cão que dispensa maiores cuidados. Um banho, na hora mais quente do dia com sabão neutro a cada 15 dias, sem necessidade de secador, é o suficiente, desde que se escove, pelo menos a cada dois dias, com uma escova de cerdas duras ou uma luva de borracha, à seco, para a retirada de pêlos mortos.
Deve-se manter o cão livre de parasitas (pulgas, carrapatos, ácaros) que provocam pruridos (coceiras). Ao se coçar o cão provoca ferimentos na pele, prejudicando a pelagem e abrindo uma porta para infecção oportunistas (como micoses, por exemplo).
Para evitar o aparecimento de ácaros nos ouvidos, recomenda-se a aplicação, após a limpeza com um cotonete embebido em álcool ou éter, de um anti micótico. Fale com seu veterinário para que ele indique um, dos vários existentes no mercado.
Quanto aos vermes, o problema é sério, pois eles se alimentam de proteínas que retiram do animal, debilitando-o, minando a sua resistência às doenças e comprometendo a sua saúde, além de provocar enterites (infecções intestinais), que podem até levar o bichinho à morte. para evitar isso, recomenda-se doses periódicas de vermífugos de amplo aspecto existentes no mercado. Consulte seu veterinário para melhores orientações, e siga à risca suas instruções neste sentido.
Embora seja um cão de pequeno porte e para espaços exíguos, recomenda-se passeios diários: uma hora de caminhada, para cães que moram em apartamentos, é o ideal; o Fox paulistinha é um cão muito ativo e precisa extravasar esta vitalidade.
Quanto à alimentação, deve-se usar ração industrializada de primeira linha, pois uma ração de boa qualidade dispensa complementos vitamínicos e/ou alimentares, pois já é balanceada de acordo com as necessidades do animal. Até um ano use a ração específica para filhotes e após um ano, use a de manutenção. A ração especial para filhotes é mais rica em proteínas e cálcio do que a ração endereçada a um cão adulto.
Outra recomendação importante é que se mantenha o Fox paulistinha longe dos portões e lugares onde haja muitos estímulos externos, evitando excitá-lo e provocá-lo; é engraçadinho, mas o prejudica, pois sua pulsação, que já é acelerada, pode se acelerar mais ainda e até provocar ataques cardíacos. desaconselha-se, portanto, que se leve muita agitação para a vida do Terrier Brasileiro: criado em um ambiente tranqüilo, ele terá um temperamento bem calmo. O que não se deve fazer, é colocá-lo em meio a pessoas que o provoquem e que não o respeitem, fazendo com ele brincadeiras inadequadas, fazendo dele um cão irritadiço, nervoso e agressivo. O que o “Paulistinha” (e todo cão) precisa é de muito carinho e bom tratamento. Dizem que o Terrier Brasileiro é um cão de um dono só: fiel e afeiçoadíssimo a ele. Se bem criado torna-se um bom companheiro para adultos e crianças, além de um bom cão de alarme.
PADRÃO OFICIAL
Padrão ainda sem tradução oficial pela CBKC
FCI: 341, de 4/6/96
País de Origem: Brasil
Nome no país de origem: Terrier Brasileiro
Utilização: caça de animais de pequeno porte, guarda e companhia.
Temperamento e Comportamento: incansável, alerta, ativo, e esperto; meigo e afável com íntimos, desconfiado com estranhos.
Cabeça: vista de cima, de formato triangular, larga na base, bem larga entre as orelhas, estreitando-se acentuadamente a partir dos olhos. Vista de perfil, a linha superior do focinho é ligeiramente ascendente da ponta do nariz ao stop, marcado por uma elevação curta e pronunciada na sutura naso-frontal e, ligeiramente arqueada até o occipital.
Crânio: arredondado, linha superior moderadamente arqueada. Visto de cima, as linhas laterais convergem em direção aos olhos. A distância, entre o canto distal dos olhos e a inserção da orelha é igual à distância entre os cantos proximal e distal do olho. Sulco sagital bem desenvolvido.
Stop: pronunciado
Focinho: visto de cima, a linha que liga os cantos externos dos olhos e a trufa, forma um triângulo isósceles forte e bem cinzelado na região suborbital, com a inclinação na raiz do focinho que acentua o stop.
Trufa: moderadamente desenvolvida e bem pigmentada, de cor escura, com narinas abertas.
Lábios: secos, perfeitamente ajustados aos maxilares, de modo que os superiores possuam sobre os inferiores sem ultrapassar, permitindo completo fechamento.
Bochechas: secas e bem desenvolvidas
Dentes: dentadura completa de 42 dentes, bem inseridos e bem desenvolvidos. Mordedura regular e perfeita oclusão em tesoura, com os caninos superiores perfeitamente encaixados à frente dos inferiores.
Olhos: inseridos na metade da distância entre protuberância do occipital e a trufa, bem afastados. A distância entre os cantos externos dos olhos é igual à dos cantos externos dos olhos à extremidade da trufa. Olhando para a frente, os olhos são moderadamente salientes e desenvolvidos, com as sobrancelhas levemente acentuadas. Arredondados, vivos, bem abertos e de expressão inteligente, de coloração o mais escuro possível. A variedade azul tem os olhos cinza-azulados e a variedade marrom, olhos marrons, verdes ou azuis.
Orelhas: inseridas lateralmente, na linha dos olhos, bem afastadas entre si, revelando bom espaço craniano. Formato triangular e terminação em ponta. Portadas semicaídas, com a parte caída voltada para a frente, apontando para a parte externa dos olhos. As orelhas não são operadas.
Pescoço: de comprimento moderado, bem proporcionado ao tamanho da cabeça, harmoniosamente inserido, tanto junto à cabeça quanto ao tronco. Seco, sem barbelas, linha superior ligeiramente curva.
Tronco: bem proporcionado, sem ser muito pesado, de aparência quadrada com linhas nitidamente curvas.
Cernelha: bem pronunciada, harmonizando-se com os membros anteriores.
Linha Superior: firme e reta, ligeiramente ascendente da cernelha para a garupa, com dorso relativamente curto e musculoso.
Lombo: firme e curto, e em perfeita e harmônica conexão com a garupa.
Garupa: bem desenvolvida e musculosa, ligeiramente inclinada, contorno curvo, com inserção de cauda baixa.
Antepeito: pouco pronunciado, moderadamente largo, permitindo um perfeito aprumo dos anteriores.
Peito: esterno longo, com costelas bem arqueadas em razão de sua orientação horizontal, moderadamente arqueado. Peito longo, bem profundo alcançando o nível dos cotovelos.
Linha Inferior: moderadamente curva ascendente no ventre, sem ser muito esgalgada.
Cauda: curta, caudectomia na articulação da segunda com a terceira vértebra caudal. A cauda natural é curta, não alcançando o nível dos jarretes, de inserção baixa, robusta, portada alta sem ser curvada sobre o dorso.
Membros Anteriores: vistos de frente, retos, moderadamente afastados, mas alinhados com os posteriores que também são retos, porém mais afastados.
Ombros: longos, com escápulas anguladas aproximadamente entre 110 e 120 graus.
Braços: úmero aproximadamente do mesmo comprimento da escápula.
Cotovelos: trabalhando bem ajustados ao tórax, no mesmo nível do esterno.
Carpos: angulação aberta.
Metacarpos: vistos de frente, retos e finos.
Patas: fechadas, corretamente direcionadas para a frente e cujos dígitos mediais são maiores.
Posteriores: fortemente musculados, coxas bem desenvolvidas, pernas em proporção às coxas. Jarretes altos, metatarsos retos, angulações bem abertas.
Coxas: bem desenvolvidas e musculadas.
Joelhos: de angulação aberta.
Pernas: proporcionais à coxa.
Jarretes: aprumados.
Patas: fechadas, compactas, mais longas que a das anteriores.
Movimentação: movimentação elegante, livre, rápida com passadas curtas.
Pele: seca, bem ajustada ao corpo, sem flacidez.
Pelagem: bem curta, lisa, de textura fina, sem ser macia, bem assentada ao corpo, do tipo pêlo de rato. Densa o suficiente para não permitir que a pele seja através. Mais rala na cabeça, orelhas, região inferior do pescoço, parte inferior e face interna dos membros e face posterior da coxa.
Cor: fundo branco predominante com marcações em preto, azul ou marrom. As seguintes marcações típicas e características devem estar presentes: marcação castanha acima dos supercílios, nas faces laterais do focinho e na face interna e borda das orelhas. Essas marcas poderão estar presentes em outras partes do corpo na passagem do branco para o preto. A cabeça deverá estar sempre marcada em preto na região frontal e nas orelhas, podendo apresentar estrias e manchas brancas, preferencialmente no sulco frontal e faces laterais do focinho, distribuídas o mais harmoniosamente possível
Talhe: altura na cernelha: machos de 35 a 40 cm, fêmeas de 33 a 38 cm, peso máximo 10 quilos
Faltas: qualquer desvio dos termos deste padrão deverá ser considerado como falta e penalizado na exata proporção de sua gravidade.
defeitos de estrutura
aprumes
pelagem longa ou atípica
falta das marcas características
porte ereto das orelhas
ombros sobrecarregados ou soltos
Desqualificações:
ausência de garupa, levemente angulada
agressividade excessiva ou timidez
prognatismo superior ou inferior
falta de harmonia e tipicidade de construção.
Nota: os machos devem apresentar dois testículos de aparência normal, bem desenvolvidos e acomodados na bolsa escrotal.
Diretora de Conteúdo e Editora Chefe