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Fósseis revelam detalhes de réptil pré-histórico ‘bizarro’

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Estudo de fósseis pode ajudar a compreender período de extinção em massa na Terra (Foto: IVPP/ BBC)

Estudo do mais antigo réptil herbívoro marinho já conhecido pode ajudar a compreender melhor a extinção em massa ocorrida na Terra.

Uma criatura do tamanho de um crocodilo que viveu há 242 milhões de anos é o mais antigo réptil marinho herbívoro já encontrado, de acordo com evidências reveladas pelo estudo de fósseis da espécie.

Duas ossadas encontradas na China permitiram conhecer detalhes do crânio do Atopodentatus e como ele se alimentava.

Cientistas dizem que o animal usava sua cabeça em forma de martelo para comer plantas submarinas. Só alguns répteis marinhos, vivos ou extintos, são herbívoros.

O cientista Nick Fraser, do Museu Nacional da Escócia, trabalhou nos fósseis e disse que eles parecem ter saído de um livro infantil, porque o réptil em questão é um “animal muito, muito bizarro”, diz ele.
“Acreditamos que ele raspava algas e coisas assim de rochas que estavam debaixo d’água. Répteis marinhos herbívoros são muitos raros – e esse é o mais antigo que conhecemos.”

Dentes estranhos

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Modelo feito por cientistas mostra como seria a cabeça do animal (Foto: IVPP/ BBC)

Os primeiros fósseis da criatura foram descobertos há alguns anos. Ele foi chamado de Atopodentatusunicus, que significa “singularmente estranho e cheio de dentes” em latim.

Novos fósseis localizados na província chinesa de Yunnan pela cientista Chun Li, do Instituto de Paleontologia e Paleantropologia de Vertebrados, em Pequim, permitiram conhecer de forma inédita o crânio do animal.

A descoberta publicada no periódico científico Science Advances mostra que, em vez de ter um focinho comprido como se pensava, esse réptil tinha uma mandíbula em formato de martelo com dentes por todas as bordas.

Fraser diz que o Atopodentatus ajuda compreender melhor o período em que houve uma extinção em massa no planeta, há 252 milhões de anos, já que ele viveu em uma época em que a Terra estava se recuperando da perda de 90% dos animais marinhos.

“A existência de um animal tão especializado como o Atopodentatus unicus mostra que a vida se recuperou e se diversificou mais rapidamente do que pensávamos”, afirma o cientista.

“E é definitivamente um animal que ninguém pensava que tivesse existido. Olhe pra ele, é uma loucura!”