Obrigada por sua resposta, embora eu tenha ficado com uma série de dúvidas.
A eguinha já está um pouco melhor, embora eu continue não lhe dando a devida atenção. O que ocorre é que ela fica arraçoada em uma área do exército e eu estou responsável por ela para um tio reformado. Como ela fica em área militar, está sujeita aos regimes próprios do exército, tal como horário para trabalho limitado às manhãs de segunda a sábado. Lá existem veterinários do próprio exército, e fica difícil de se debater sobre certas decisões e diagnósticos.

A égua apareceu com esse problema após eu ficar alguns dias sem montá-la, sendo apenas rodada no picadeiro por uns 15 minutos diários. De repente ela apareceu com esse tal de arpejo, que muitos, bem mais acostumados com cavalos do que eu, nunca viram. Ela andava como se estivesse marcando passo com o posterior esquerdo, mas com a mesma disposição.

Ao passo que o arpejo era maior, apresentando um pouco ao trote também, o galope era o mais cômodo para ela, portanto era o que ela mais queria. Ao que parece, com o trabalho ela foi melhorando, contrariando a opinião dos veterinários que diziam que esses casos costumam ficar crônicos, embora não impessam o cavalo de trabalhar. Eu tentei inclusive experimentar forçá-la, com uns exercícios de trote sentado e reduzindo a curva no seu trabalho, após ela estar aquecida, e ela reagiu bem. Nos primeiros dias, a sua pata chegava quase a tocar o ventre durante o arpejo, e agora ele já está bem baixo e quase imperceptível durante o trabalho na pista de areia.

Estou tentando que ela tenha sempre um fardo de feno a sua disposição, o qual deve ser colocado em duas redes penduradas na parede, no seu cocho coloquei um bloco de sal mineral, tudo para ver se ela não come a serragem, estrume ou beba água desnecessária, os veterinários acham que mesmo assim ela continuará a comer a serragem, pois já possui isso como balda, e o tratador fica com medo que com muito feno ela possa passar mal. Ouvi dizer que o feno não engorda ou faz mal, e quanto à cama de serragem, o senhor mencionou uma cama sintética com drenagem, onde me informo sobre isso?

Eu já li sobre camas feitas de papel picado, que possui outras desvantagens com relação à de serragem. Se a balda dela for de ter que ter algo na boca, será que faria mal ela ficar com o bridão direto, ou isso a deixaria nervosa ou varia engulir ar?

Dr., desculpe eu ter me empolgado dessa vez e escrito tanto, mas é difícil para uma pessoa leiga se explicar corretamente, espero ter conseguido melhor dessa vez.

Ah, também estou dando para ela, diariamente, uma porção em pó de gelatina, embora ela adore, isso faz bem para ela?

Obrigada novamente e me desculpe pela mensagem prolixa.

Atenciosamente,

Andréia
Cara Andréa,
realmente, suas dúvidas persistiram. Devido à complexidade do quadro, acreditamos que o que ocorre com seu animal é consequência da soma de falhas de manejo e a ocorrência de uma sintomatologia de claudicação sem causa ainda definida. Reforço ainda que o seu animal deve passar por uma avaliação técnica, por clínico especializado em equídeos, e talvez até mesmo por especialista em medicina veterinária esportiva. Deve-se observar também que o animal exacerba a sintomatologia frente a um determinado esforço o que acredito precisar de cuidados especiais de trabalho, pois grupos musculares, ligamentos e tendões especificos estão sendo exigidos para esse fim e você, ao impor um certo ritmo aos exercícios, pode estar lesando estruturas importantes do aparelho locomotor do animal.

Quanto ao feno e o mineral, não tem problema algum, desde que sejam de boa qualidade e estejam em condições de acondicionamento ideais. Feno não engorda e fornece fibras necessárias para a manutenção do transito intestinal, devemos lembrar porém que quantidades de matéria verde devem ser oferecidas diariamente ao animal.

Na cama, pode tentar outras fontes tais como: palha de arroz, raspa de palito e mesmo piso emborrachado, como já indiquei anteriormente, lembro também que o seu animal não deve ficar direto com bridão, devido ao desconforto e também por facilitar o vício de engolir ar. Quanto a gelatina, não tem inconveniente algum.

Um abraço e grato pelo novo contato,

Dr. Clélio Costa Carreira – Veterinário em Campinas – SP