Estresse pelo calor em roedores e lagomorfos
O estresse pelo calor pode acometer todos os animais, mas os coelhos e as cobaias são particularmente sensíveis.
A combinação desta sensibilidade exacerbada a temperatura elevada com alguma falha no mecanismo de termorregulação e/ou ambientes muito quentes, a temperatura corpórea sobe em nível incompatível com a vida. Consideramos fatores predisponentes para o desencadeamento do estresse pelo calor uma temperatura ambiental acima de 28 graus Centígrados, umidade elevada acima de 70%, animais com espessa cobertura de pelos, obesidade, incidência direta de raios solares, ventilação insuficiente, água em quantidade insuficiente ou aquecida, superpopulação e estresse psicológico.
Os sinais clínicos gerais incluem hiperemia dos vasos periféricos, respiração acelerada, hipertermia (temperatura retal acima de 41 graus Centígrados), cianose, prostração e morte. Outros sintomas podem ser notados como sangue na boca e nariz, sialorréia (salivação intensa). Os coelhos estressados pelo calor comem menos e crescem menos, dependendo do tempo de exposição ao calor (vários dias ou semanas) os machos tornam-se estéreis. Sinais neurológicos podem estar presentes e podem ser confundidos com toxemia de gestação, mas a cetose não esta presente. Porquinhos da Índia mantidos em ambiente externo podem desenvolver estresse pelo calor mesmo em temperaturas não tão elevadas (21 a 23,8 graus Centígrados). Os animais acometidos salivam bastante na tentativa de baixar a temperatura corpórea, apresentam respiração superficial, rápida, mucosas pálidas, elevada temperatura retal, coma, e morte. As chinchilas são particularmente sensíveis ao calor. Animais afetados demonstram prostração, taquipnéia (respiração rápida), mucosas avermelhadas, saliva grossa e, algumas vezes, diarréia com sangue.
Os proprietários relatam aumento dos vasos auriculares e coloração avermelhada. A temperatura retal geralmente alcança os 39,4 graus centígrados.
Na necrópsia encontramos lesões induzidas pelo estresse térmico como hiperemia em vários tecidos, principalmente pulmões e parede intestinal.
O diagnóstico inicia-se pelo histórico de início agudo em ambientes aquecidos e ausência de evidência de cetose, doenças infecciosas ou tóxicas.
Artigo originalmente publicado no site da Animal Exótico
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