Epizootia de Raiva
O Instituto Pasteur de S. Paulo, noticia que neste ano foram já diagnosticados 280 casos de RAIVA em animais, apenas entre os meses de Janeiro e Maio último, no Estado de São Paulo, contra 543 casos positivos no ano passado.
Como é sabido, a RAIVA é transmitida a través das mordeduras de animais contaminados pelo VIRUS RÁBICO, e no caso da transmissão entre animais, tal se dá principalmente pelo MORCEGO HEMATÓFAGO, no Brasil representado pela espécie ” Desmodus rotundus ” (Morcego sugador de sangue também chamado de Vampiro), que também se contamina com o vírus e vindo a sugar outros animais transmite a doença, a través desse ato de sugar sangue com sua saliva contaminante da mordida.
Esses números do Instituto Pasteur, foram confirmados pela FUNDEPEC (Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Estado de S. Paulo), e também confirmado por Órgãos Públicos Estaduais e Municipais.
Na Região de Atibaia (SP) neste ano foram já registrados 28 casos da doença contra zero durante todo o ano de 1998. A hipótese mais provável é que os morcegos do Sul do Estado de Minas Gerais que faz divisa com a região paulista do vale do Rio Paraiba em S. Paulo, migram para nosso estado, e como têm um raio de ação de até 50 Km para cá trazem essa terrível doença, para a qual após declarada não existe cura.
A única medida possível contra o mal, é a Vacinação, que é eficiente porém deve ser aplicada de forma profilática, ou seja, em todo o rebanho suscetível de ser contaminado, e isso abarca parcela significativa do rebanho paulista, principalmente aquele produtor de leite, que se situa preponderantemente nessa região do Estado.
Todo animal do grupo dos Mamíferos pode se contaminar, como bovinos, eqüinos, suínos, caprinos, ovinos, cães, gatos e mesmo o homem. O homem em geral se contamina a través da mordeduras por cães, porém pode também se contaminar por contato de ferimentos com saliva ou secreções e mesmo sangue de animais doentes do mal. Num animal enfermo os sintomas são diferentes daqueles da doença humana, sendo predominantemente paralíticos nas espécies herbívoras, como o boi, cavalo, cabra ou ovelha. Um boi com a doença, por exemplo, não apresentará excitação como acontece no cão ou o gato, apenas paralisia, e vindo a ser examinado por um leigo que desconhece essa particularidade, pode nesse simples exame, essa pessoa, inadvertidamente vir a se contaminar com sua saliva ou outras secreções do animal doente.
Desconhecendo haver se contaminado nesse ato, deixa de tomar as necessárias vacinas, no caso humano, curativas, e virá inexoravelmente a ficar doente e perecer com a doença.
Além da vacinação de todo o rebanho bovino principalmente, porém outras espécies podem e devem também ser vacinadas, o combate a doença deve ser estendido também com a captura de morcegos para aplicação de pomadas venenosas para seu combate.
Recomendo aos interessados que leiam artigo também por mim escrito e neste mesmo site publicado sobre a Raiva, com o título MORCEGOS TRANSMISSORES DA RAIVA para se inteirarem da gravidade da moléstia e suas implicações em saúde pública.
MÉDICO VETERINÁRIO - CRMV-SP-0442.