Dogue de Bordéus
(Dogue de Bordeaux)
Já no primeiro século A . C., Varrão cantava os seus louvores, o que confirma a tese dos cinófilos franceses, para os quais o dogue, se não é verdadeiramente autóctone da frança, é uma das raças nacionais mais antigas; sustentam esta opinião, em franca oposição com vários autores britânicos, que consideram proveniente do cruzamento entre mastiff e o bulldog.
As teorias referentes à origem deste cão são muito variadas. Alguns pesquisam a sua ascendência até os molossos gregos usados pelos romanos nas guerras a nas lides circenses. Segundo outros , o dogue de Bourdeaux descenderia dos grandes mastins chegados à Europa com os alanos, povo oriental que terminou por estabelecer-se ao Norte do estuário do Gioconda; daqueles cães teriam descendidos, além do dogue, também o alano na Alemanha e o mastim na Inglaterra.
Também há quem supõe que o dogue provém dos matins que os celtas usavam para a caça do boi selvagem, dos quais descenderam os cães de Aquitânia, de que tanto falam as crônicas medievais.
O persidente da Sociedade de aficionados do Dogge de Bordeaux, Boogazerdt, reconhece o antepassado do cão no dogue de tal como apresenta-se hoje, mediante cruzamentos entre aquele, o mastím inglês e o alano. Keller’s e Tschudy afirmam que os antepassados do dogue deveriam ser buscados entre os matins assírios e indianos levados à Gália e a Bretanha pelos fenícios. Hoje, o dogue de Bordeaux acha-se difundido apenas na própria França, enquanto que há meio século era popularíssimo. Excelente cão de companhia apesar do seu caráter insociável, é também ótimo cão guardião da propriedade.
PADRÃO DA RAÇA: (Bruno Tausz)
Aspecto geral – molossóide braquicefálico concavilíneo. Poderoso, de corpo muito musculoso. Construído mais para pernas curtas, de perfil, a altura, do esterno ao solo, é igual ou menor que a profundidade do peito. Atarracado tipo atlético, imponente e autoconfiante.
Proporções Importantes – A profundidade do peito é maior que a metade da altura na cernelha.
Comportamento e caráter – antigo cão de combate, talhado para a guarda, que assume com atenção e grande coragem, sem agressividade. Bom companheiro, é muito apegado ao seu dono e, extremamente, muito afetuoso. Calmo, equilibrado com limiar de excitação (reação) alto. O macho geralmente tem um caráter dominante.
Talhe – a altura na cernelha deve ser próxima ao perímetro da cabeça.
– altura: machos: 60 cm a 68 cm
fêmeas: 58 cm a 66 cm
– comprimento: (padrão não comenta).
– peso: machos: mínimo de 50 quilos.
fêmeas: mínimo de 45 quilos.
Fêmeas com características idênticas, porém, menos pronunciadas.
Pele – espessa e suficientemente solta.
Pelagem – dupla; com subpêlo denso; pêlo de comprimento e textura médios.
Pêlo – curto, fino e textura macia.
Cor – unicolores, em gamas de fulvos, do acajú ao isabela. Deve-se buscar as tonalidades uma boa pigmentação. Manchas brancas pouco extensas são admitidas no antepeito e nas patas.
Máscara:
1) Máscara preta: prolonga-se muito pouco não devendo invadir a região craniana. Poderá acompanhar ligeiro encarvoamento no crânio, orelhas, pescoço e região ventral do tronco. A trufa será, então, preta.
2) Máscara marrom: [anteriormente conhecida como vermelha ou bistre (2)]: a trufa, nesse caso, é marrom, bem como a orla das pálpebras.
3) Sem máscara: o pêlo é fulvo; a pele parece vermelha (anteriormente conhecida como vermelha). Nesse caso a trufa é avermelhada ou rósea.
Cabeça – visto pela frente ou por cima, é bem volumosa, angulosa, larga, muito curta, de aspecto trapezoidal. As linhas superiores do crânio e do focinho convergem para a frente. Sulcada de rugas simétricas, de cada lado da linha sagital. Essas rugas, profundas e torcidas, movem-se conforme o cão está em repouso ou em atenção.
Crânio – machos: o perímetro craniano, tomado no ponto da maior largura, é quase igual à altura, na cernelha.
– fêmeas: pode ser ligeiramente menor.
O volume e a forma são as consequências do importante desenvolvimento dos ossos temporais, das arcadas sub-orbitarias, das zigomáticas e da largura do segmento caudal da mandíbula. A face dorsal do crânio é ligeiramente arqueada entre as orelhas. Sulco sagital profundo, atenuando-se para o occipital. O frontal é dominante, portanto, ainda mais largo que alto.
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Stop – muito marcado, fazendo, com a cana nasal, um ângulo quase reto (95º a 110º).
Olhos – ovais, ligeiramente afastados, numa distância entre os cantos mediais, equivalente ao dobro da distância entre os cantos medial e distal, de um mesmo olho (abertura palpebral). Olhar franco. A conjuntiva não deve ser aparente.
Cor, do castanho ao marrom escuro, para os exemplares com máscara escura. Nos, de máscara ruiva, tolera-se, mas não se deseja, uma tonalidade mais clara.
Orelhas – relativamente pequenas, de cor um pouco mais escura que a cor da pelagem. O segmento anterior da linha de inserção é um pouco mais alto. Portadas dobradas e caindo com o bordo anterior junto às faces, quando em atenção. A extremidade é ligeiramente arredondada; seu tamanho não pode ultrapassar o olho. De inserção bem alta, de forma que, visto de frente, a linha da dobra parece continuar a linha de contorno do crânio, dando a impressão de mais largo.
Focinho – poderoso, grande, volumoso, mas não empastado sob os olhos, muito curto, linha superior ligeiramente côncava, com rugas tenuemente marcadas. A largura diminuindo, apenas, até a ponta do focinho, visto de cima, tem o formato geral quadrado. As linhas superiores, do crânio e do focinho, convergem, em ângulo bem aberto para cima. Quando a cabeça está na horizontal, a região anterior do focinho, largo na raiz, volumoso e truncado, fica à frente de uma vertical, tangente à linha anterior da trufa. O perímetro do focinho aproxima-se dos 2/3 do da cabeça. Comprimento, entre um quarto e um terço, do comprimento total da cabeça, da trufa à protuberância occipital. Os limites, acima do terço e abaixo do quarto do comprimento da cabeça, são admitidos mas indesejáveis, ficando o comprimento ideal do focinho compreendido entre os dois extremos.
Trufa – grande, de narinas bem abertas, bem pigmentada conforme a cor da máscara. Admite-se a trufa arrebitada, mas não afundada contra o focinho.
Lábios – os superiores são espessos, moderadamente pendentes e retráteis. Visto de perfil, apresentam uma linha inferior arredondada. Recobrem lateralmente a mandíbula. Na frente, o bordo do lábio superior permanece em contato com o lábio inferior, em seguida desce de cada lado formando um V invertido e aberto.
Bochechas: proeminentes, em virtude da forte hipertrofia muscular dos masséteres.
Mordedura – Maxilares muito poderosos, amplos. O cão é prognata (o prognatismo inferior é uma característica da raça). A face posterior dos incisivos inferiores está à frente e sem contato com a face anterior dos incisivos superiores. A mandíbula curva-se para cima. O queixo é bem marcado e não deve ultrapassar exageradamente o lábio superior nem ser encoberto por ele.
Dentes – fortes, particularmente, os caninos. Os caninos inferiores são afastados e ligeiramente recurvados. Incisivos bem alinhados, principalmente, os inferiores que são organizados em linha, aparentemente, reta.
Tronco – comprimento da ponta dos ombros até a ponta do ísquio é maior que sua altura na cernelha na proporção de 11/10.
Pescoço – muito forte, musculado, quase cilíndrico. Garganta com fartura de pele, frouxa e elástica. O perímetro médio é quase igual ao do crânio. A nuca é marcada por um sulco transversal, ligeiramente arqueado. A linha superior é ligeiramente arqueada. As barbelas são bem definidas e começam na garganta, fazendo dobras que vão até o antepeito, sem pender exageradamente. O pescoço é muito largo, fundindo-se na inserção como os ombros.
Linha superior – firme, cernelha bem marcada.
Dorso – dorso amplo e bem musculado.
Lombo – largo muito curto e consistente.
Costelas – profundas e bem arredondadas, sem ser em barril.
Ventre – (padrão não comenta).
Peito – poderoso, profundo, amplo, descendo abaixo dos cotovelos. Antepeito igualmente amplo e poderoso e, visto de frente, a linha inferior entre os membros é convexa. O perímetro torácico é de 25 a 30 cm maior que a altura na cernelha.
Linha inferior – arqueada, do peito profundo ao ventre retraído e firme, nem caída nem esgalgada.
Garupa – moderadamente inclinada até a raiz da cauda
Membros –
Anteriores – ossatura forte. Membros muito musculados.
Ombros – poderosos, com relevo muscular. Inclinação média da escápula (em torno de 45º com a horizontal). Angulação escápulo-umeral pouco mais de 90º.
Braços – muito musculosos.
Cotovelos – trabalhando, bem ajustados, rente ao tórax e corretamente direcionados para a frente.
Antebraços – visto de frente, retos, ligeiramente inclinados para aproximarem-se do plano médio, principalmente, nos exemplares cujo peito é muito largo. Visto de perfil, verticais.
Metacarpo – poderoso. De perfil, ligeiramente inclinado. Visto de frente, às vezes, ligeiramente voltados para fora para compensar a ligeira inclinação, para dentro, do antebraço.
Patas – fortes, compactas, unhas curvas, fortes, almofadas plantares bem desenvolvidas e elásticas; o dogue é digitígrado apesar do seu peso.
Posteriores – membros robustos, bem angulados com ossatura robusta. Visto por trás, os membros são bem paralelos e verticais, revelando potência, apesar que os posteriores são menores que os anteriores.
Coxas – muito desenvolvidas e grossas, exibindo relevo muscular.
Joelhos – trabalhando num plano vertical, paralelo ao plano médio ou, ligeiramente, voltados para fora.
Pernas – relativamente curtas, musculadas, e descendo baixo.
Jarretes – curtos, fortes de angulação moderada.
Patas – um pouco mais longos que os anteriores, dígitos compactos..
Cauda – bem grossa na raiz. A ponta alcançando, de preferência, o nível dos jarretes, sem ultrapassar. Portada baixa, sem ser quebrada ou nodosa mas, flexível. Caída em repouso, eleva-se em geral de 90º a 120º em relação a esta posição, em movimento, sem curvar-se sobre o dorso ou se enrolar.
Movimentação – bastante elástica para um molosso. A passo, movimento amplo e flexível rente ao solo. Boa propulsão dos posteriores, boa amplitude dos anteriores, principalmente, no trote, que é a andadura preferida. Com a aceleração do trote a cabeça tende a abaixar-se; a linha superior tende a ascender, as patas anteriores tendem a se aproximar do plano médio, indo buscar o solo bem à frente. O galope curto com deslocamento vertical muito importante. Capaz de grande velocidade em desenvolvimento rente ao solo em distâncias curtas.
Faltas – avaliadas conforme a gravidade.
Faltas graves:
– Hiper-agressivo, medroso.
– Cabeça curta e redonda com olhos esbugalhados.
– Hiper abuldogado (crânio chato, cana nasal medindo menos que um quarto do comprimento total da cabeça).
– Torção mandibular importante.
– Dorso selado.
– Patas anteriores voltadas para dentro, ainda que levemente.
– Patas anteriores exageradamente voltadas para fora.
– Coxas planas.
– Angulação de jarretes muito fechada, cão superangulado nos posteriores.
– Jarretes de vaca, jarretes em barril.
– Movimentação afetada ou rolagem importante nos posteriores.
– Sufocação excessiva, respiração gutural.
– Branco na ponta da cauda ou na região anterior dos membros, abaixo do carpo ou do tarso.
Desqualificações:
– Cabeça estreita com stop acentuado, com a cana nasal medindo mais que um terço do comprimento total da cabeça (falta de tipicidade na cabeça).
– Cana nasal paralela à linha superior do crânio ou descendente, cana nasal côncava.
– Torção mandibular.
– Caninos constantemente visíveis, com a boca fechada.
– Língua constantemente para fora, com a boca fechada.
– Cauda com nodosidades e desviada lateralmente ou torta (cauda em saca-rolhas).
– Cauda atrofiada.
– Antebraço torcido com o metacarpo muito cedido.
– Angulação de jarretes muito aberta (tarso desviado para a frente).
– Tara de desajustamento.
Nota: os machos devem apresentar dois testículos de aparência normal, bem desenvolvidos e acomodados na bolsa escrotal.
Diretora de Conteúdo e Editora Chefe