Cristina….

Gostei muito da pagina web da revista Saude Animal.
Estou com um serio problema com meu cachorro da raça Rottweiler. Comprei meu cão a 7 meses, ele nasceu no dia 07.12.97. Como tinha conhecimento que esta raça possue forte predisposição para Displasia Coxofemoral procurei comprar um animal devidamente registrado junto a Confederação Brasileira de Cinofilia, mesmo pagando um preço maior, visando com isto evitar problemas e perturbacoes futuras. Mas lamentavelmente meu cão passou a mancar, fiquei preocupado, pois sempre efetuei acompanhamento veterinario junto ao Hospital São Francisco (hospital de animais) aqui em Porto Alegre, sendo que nunca verifiquei qualquer problema. Mandei fazer raio X e lamentavelmente o diagnostico foi Displasia de 4ª grau.
Veja o absurdo… lamentavelmente quando comprei meu cão não solicitei o laudo dos pais, puramente por falta de experiencia e por acreditar em um determinado criador (cada vez a maior a dificuldade em acreditar nas pessoas).
Gostaria de sua orientação quanto:
01) Existe cirurgia que possa corrigir este problema de forma definitiva e sem sequelas ? Conforme a veterinaria que consulto, solução definitiva e reparatoria não existe. Ela me orientou a não efetuar a cirurgia no momento, pois o animal ainda esta em condições de levar uma vida normal, sendo que no futuro, quando a situação agravar-se a cirurgia então sera inevitavel, pois a dor do animal sera insuportavel, mas que o mesmo ficara com sequelas (manco, encurtamento da perna ou outras deficiencias).
02) A Confederação Brasileira de Cinofilia pode permitir que um criador venda filhotes cujo os pais possuam esta deficiencia ?
03) Existe como exigir da confederação providencias no sentido de obrigar o criador a pagar os prejuizos financeiros que terei com cirurgia e tratamento ? Caso, este criador não queira efetuar qualquer ressarcimento, não e obrigação da confederação caçar o registro do mesmo, não permitindo mais que este venha vender filhotes cujo os pais possuam esta deficiencia ? Não que isto resolva o problema, pois como voce pode imaginar nada ira compensar o sofrimento do animal, bem como meu proprio, pois o cão, medidas as proporções, faz parte de minha familia, e temos grande carinho pelo mesmo.
Aguardo sua orientação sobre o assunto.

Felipe

Oi Felipe,

A displasia, além de fatores genéticos, pode ser agravada ou controlada através de fatores ambientais e de manejo. Como já foi diagnosticada, devemos manter um acompanhamento veterinário rigoroso para saber se a cirurgia é realmente necessária ou não. Por enquanto, procure seguir as seguintes medidas:

não deixe o seu cão em pisos lisos que possam escorregar. Evite que ele
fique de pé sobre as patas traseiras, apoiado em janelas, por exemplo.
procure mantê-lo dentro do peso. Animais gordos *forçam* mais os membros por carregarem mais peso.
um bom exercício é a natação; além de fortalecer a musculatutra, o
animal não estará suportando o próprio peso durante o exercício. No começo ele pode sentir dor, por isso comece o exercício gradualmente.
Quanto a cirurgia, existem vária, de acordo com o caso do seu animal. Mas a displasia atinge um grau de estabilidade com aproximadamente 1 ano de vida do cão. Até então, realmente não se deve operar, a não ser que se agrave muito. Principalmete porque o animal ainda estará em crescimento, o que realmente poderia provocar deformidades, como o encurtamento da pata.

Se for realmente necessária, procure um veterinário de confiança, de preferência com experiência nesta cirurgia. Alguns animais podem ficar sem sequela nenhuma após a cirurgia. Outros podem nem mesmo precisar dela, dependendo do grau de displasia e manejo.

Quanto a venda de filhotes, realmente isso acontece. Procure o criador e informe o seu caso. Alguns devolvem seu dinheiro ou trocam o filhote. As vezes os pais não tem displasia mas pode surgir um filhote doente no meio. Caso isso não seja possível, e realmente seja um caso de animais com pedigree, informe o Kennel Clube de sua cidade. Eles poderam lhe informar melhor a respeito do criadore das medidas que serão tomadas.

Já observei casos semelhantes, de canis *mal intencionados* que registram filhotes de outras ninhadas como seus, para ter maior lucro. É possível até mesmo realizar exame de DNA para verificar se é realmente filhote destes pais.

Em primeiro instante, porém, aconselho procurar os proprietários dos pais. Às vezes eles não sabem realmente que existe o problema em seu canil.

Qualquer dúvida entre em contato novamente.
Boa Sorte;

Cristina Jorge – Campinas – SP