Saúde Animal

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A difícil decisão de despedir-se: o dilema da eutanásia




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animais_ceuEm alguns casos, a história começa quando eles ainda são bebês… Cheios de beleza, fofura e munidos com a pureza especial de todo pet. Em outros, o encontro acontece quando eles já são adultos… Muitas vezes vindos de uma situação de abandono e sofrimento encontram um lar onde o amor e o carinho, que lhes foram negados por tanto tempo, é finalmente recebido.

O certo é que não importa como a história começa. Ela é intensa, é sempre recheada de nobres emoções e o seu término traz uma dor imensa. E esse fim é especialmente doloroso quando cabe ao tutor decidir: vem o grande dilema da eutanásia.

Só para entendermos o significado, a palavra eutanásia vem do grego eu (bom) e thanatos (morte) e, por definição, seria a morte sem sofrimento. Falar sobre este assunto traz a tona uma onda de emoções e também diversos aspectos éticos. Afinal, estamos lidando com vidas de seres sencientes, ou seja, seres sensíveis a dor e ao sofrimento.

Por este motivo, ela deve ser sempre a última opção. Em situações, por exemplo, em que o bem-estar animal esteja severamente comprometido e em que ele encontre-se em sofrimento intenso sem possibilidades de reversão/controle. O médico veterinário responsável pelos cuidados daquele animal, avaliando a situação clínica dele, poderá indicá-la em casos extremos. O tutor, então, fica com a difícil decisão.

Quando realizada, os procedimentos devem sempre reduzir ao máximo a dor, o desconforto, o medo e a ansiedade do animal, bem como os impactos para os operadores e os observadores e os animais precisam ser submetidos à inconsciência (realizada pela aplicação de anestésicos) antes da morte (que é conferida pela aplicação de uma droga letal que causa a parada cardiorrespiratória). O máximo grau de respeito ao animal deve ser garantido durante todo o processo.

E as condições psicológicas do tutor também devem ser observadas. Ele deve ser esclarecido sobre o que será realizado, deve ser permitido assistir ao procedimento (se assim o desejar) e ter um momento sozinho com o animal antes da eutanásia.

Para a garantia dos princípios de bem-estar animal e dos aspectos éticos, o Conselho Federal de Medicina Veterinária tem um documento que orienta os profissionais quanto aos protocolos mais adequados para a realização deste tipo de procedimento em diversas situações. A escolha dependerá da condição específica.
O certo é que seja para tutores, veterinários, auxiliares ou animais este é o momento mais difícil de toda a história.

Adriana Aquino
Médica Veterinária, Dra. em nutrição de cães e gatos.