Diarréia dos Bezerros a Vírus
É a maior causa de diarréia e enterites em aves, mamíferos e homem. Podem causar infecções sub-clínicas e até quadros severos , levando o animal à morte. Acomete principalmente animais entre um e três dias de vida.
Etiologia
Rotavírus: gênero da família Reoviridae, simetria icosaédrica, RNA vírus, não envelopados, com cápside espessa, resistentes a grandes variações de pH (3 a 9), resistentes à tripsina.
Epidemiologia
Raramente ocorrem isoladas, existem associações entre Rotavírus, Coronavírus e E. coli, causando diarréias e enterites.
Período de Incubação: de 1 a 3 dias; são excretadas 10 ¹¹ partículas virais/g de fezes.
Transmissão
fecal/oral.
água e alimentos contaminados.
Morbidade: 5 a 80 %.
Mortalidade: 5 a 80 %.
Essas taxas variam na dependência da virulência do agente, da amostra, das condições do animal, das associações entre os agentes, das condições de higiene e manejo. Quando apenas o Rotavírus é o agente, a infecção é mais branda; existindo associações o quadro torna-se mais severo.
Patogenia
Porta de entrada via oral: Ocorre multiplicação do agente na cavidade oral
instalação do agente nas vilosidades do intestino delgado (céls. Colunares) e multiplicação
degeneração e morte das células
as céls. Degeneradas caem na luz do intestino e são substituídas por céls. Cubóides (imaturas)
ocorre diminuição das vilosidades e consequente diminuição da absorção de nutrientes . as céls cubóides têm pequena quantidade de enzimas e lactase (não conseguem absorver o Na+ da luz intestinal) . A luz intestinal torna-se rica em Na+ e lactose
ocorre perda de água das células para a luz intestinal
diarréia líquida e profusa.
Sinais clínicos
desidratação.
acidose.
anorexia.
apatia.
diarréia líquida e profusa.
Patologia Macroscópica
aumento de líquido na luz intestinal.
leite não digerido por falta de lactose.
mucosa intestinal inflamada ou não.
Patotogia micro-histopatológica
atrofia de vilosidades.
substituição do epitélio por células cubóides.
Resposta Imune à Infecção
Presença de anticorpos circulantes contra o Rotavírus está presente em todos os animais.
O vírus é um agente oportunista.
Os anticorpos que propiciam imunidade são os anticorpos de mucosa (IgA), anticorpos locais.
Anticorpos secretados no colostro são os mais importantes para a imunidade do neonato, eles decrescem 10 vezes após 48 horas (pouca durabilidade).
Diagnóstico
Clínico: a sintomatologia não é patognomônica.
Laboratorial
Detecção do vírus ou antígenos virais: visualização > coleta-se fezes ou fragmento intestinal e leva-se à microscopia eletrônica. Pode-se também usar a imunofluorescência com o fragmento do intestino.
Isolamento ou anticorpo marcado fluorescente.
Detecção de anticorpos por amostras pareadas: colhe-se uma amostra de sangue para sorologia no início dos sintomas. Faz-se uma segunda coleta 15 dias após a primeira e se o nível de anticorpos for maior, o diagnóstico é Rotavirose.
Isolamento: colhe-se 30 g de fezes ou fragmentos do intestino lesionado (coletar com urgência), faz-se inoculação em cultura de células; se for um surto, coletar de vários animais. O material pode ser congelado ou refrigerado, o vírus é resistente.
Tratamento: é apenas sintomático; o animal deve ser colocado em ambiente ventilado, não frio, fluidoterapia, antibioticoterapia contra infecções secundárias.
Prevenção
Fornecer colostro (IgA).
Vacinação: no animal jovem não é eficaz (anticorpos contra a vacina).
Em adultos vacina-se a fêmea no final da gestação, porém é pouco eficaz.
Medidas de Controle
Isolamento e tratamento de animais doentes.
Medidas de higiene (roupas, botas, bebedouros, instalações).
Educação sanitária dos trabalhadores.
Destino adequado de excretas.
Médico Veterinário