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Diabetes Melito




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garfield2_3É conhecida pelo nome acima, a doença metabólica que se origina da insuficiência na secreção do hormônio denominado insulina, o qual é produzido pelo Pâncreas.

Para bem entender o mecanismo da mesma, é necessário antes conhecer algumas particularidades anátomo-fisiológicas do nosso próprio organismo, daí a descrição que se segue, servindo também para entender sua ocorrência nos animais em geral pertencentes ao grupo dos mamíferos.

Nosso aparelho digestivo, que teve seu nome modernamente mudado para aparelho digestório, como todos sabem, é composto pela boca, faringe, esôfago, estômago e intestinos, e complementado por duas importantes glândulas que lhes são anexas, tais sejam: o Fígado e o Pâncreas, além das glândulas salivares situadas lateralmente a boca, e que secretam estas, a saliva necessária ao início da digestão dos alimentos no momento da sua mastigação.

O Pâncreas, que particularmente nos interessa no momento para explicar o mecanismo da doença tratada, além do chamado suco pancreático que tem ação exclusivamente digestiva dos alimentos, este despejado juntamente com a bile (esta secretada pelo fígado) na porção dos intestinos delgados denominado duodeno, secreta também um importante hormônio denominado Insulina.

Este hormônio, como todos com esse nome e secretados por glândulas chamadas de secreção interna, como são as chamadas glândulas hormonais, é fabricado por células diferenciadas existentes no próprio órgão, o qual é misturado ao sangue que circula pelo chamado parênquima pancreático, e vai agir a distância no organismo. No caso da insulina, sua ação desenvolve-se exclusivamente na regulação do metabolismo dos açucares em geral, como o próprio glicogênio ou simplesmente a glicose.

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Microfotografia de um corte histológico de Pâncreas de um bezerro (corado pela Hematoxila-Eosina e com pequeno aumento), onde são visualizadas as chamadas Ilhotas de Langerhans, responsáveis pela secreção do hormônio insulina. a – todas de permeio ao parênquima pancreático.

Responsáveis pela secreção desse hormônio chamado insulina, são células existentes em porções formando aglomerados e isoladas das demais células pancreáticas , aglomerados esses formando verdadeiras ilhas no parênquima pancreático, e por isso denominadas de Ilhotas, e por haverem sido descritas pelo pesquisador Langerhans, têm hoje tais formações histológicas seu nome, tal seja: Ilhotas de Langerhans, e responsáveis pelo fabrico da insulina. Ilustra esse fato anatômico, a foto anexa, obtida de um corte histológico de pâncreas, onde são claramente vistas essas chamadas ilhotas de Langerhans.

Sendo a insulina, no organismo, responsável pela queima (metabolismo) das substâncias denominadas açucares, estas resultantes da digestão dos hidratos de carbono em geral, temos como resultado, quando há insuficiência de insulina por algum motivo qualquer resultante da diminuição dessas ilhotas de Langerhans, teremos em conseqüência aumento do teor de açúcar no sangue, o que é denominado de hiperglicemia.
Havendo aumento excessivo da taxa de açúcar no sangue, fatalmente será parte desse excesso eliminado pela urina, o que é chamado de glicosúria, daí ser chamado o Diabétes Melito também de Diabetes Açucarino ou Açucarado, ou simplesmente Melitúria.

É a doença, chamada desde priscas eras, de Doença dos três P, pelo fato de determinar em seus doentes três sintomas característicos; Poliúria: Aumento da eliminação de urina; Polifagia: aumento do apetite e como conseqüência aumento da ingestão de alimentos, e Polidipsia: Aumento da sede, e em conseqüência aumento da ingestão de água.

Microfotografia de um corte histológico de Pâncreas de um bezerro (corado pela Hematoxila-Eosina e com pequeno aumento), onde são visualizadas as chamadas Ilhotas de Langerhans, responsáveis pela secreção do hormônio insulina. a – todas de permeio ao parênquima pancreático.
Modernamente, conhece-se perfeitamente a estrutura da molécula que constitui a insulina, havendo mesmo sido possível em conseqüência sua síntese química. Assim sendo, os doentes com esse mal, dispõem hoje desse medicamento sintético para suprir a deficiência da secreção desse hormônio pelo seu próprio órgão.

Constatada a doença num determinado animal ou no próprio homem, por comprovação do aumento de sua taxa de glicose no sangue (glicemia), é indicado pelo médico ou pelo veterinário início do tratamento com administração de seu sucedâneo sintético (insulina sintética), que lhe é aplicado em doses fracionadas diariamente.A via de administração desse hormônio, ainda é preferentemente a hipodérmica, com utilização de seringas especiais denominadas centesimais, pelo fato das doses desse hormônio serem pequenas em cada aplicação. Existem, no entretanto, medicamentos sucedâneos ao hormônio sintético, que podem inclusive serem hoje administrados via oral.

Hoje, devido os progressos verificados tanto na comprovação da doença, quanto no seu tratamento, pode o doente de Diabetes viver normalmente como qualquer outra pessoa, desde que devidamente medicado permanentemente, daí serem chamados referidos doentes, de doentes de tratamentos continuados.

Dispõem, também, esses doentes, de kits especiais que lhes permitem medir sua taxa de açúcar no sangue (glicemia), e assim poderem eles mesmos instituírem a dose de insulina a ser administrada diariamente.

Dr. Carmello Liberto Thadei - Médico Veterinário