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Dia do Índio e a relação histórica entre índios e seus cães




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-19 de Abril de 2017-

História do Dia do Índio

Índia Apalai navega pelo rio Paru no Amapá com seu cão
Índia Apalai navega pelo rio Paru no Amapá com seu cão

Comemoramos todos os anos, no dia 19 de Abril, o Dia do Índio. Esta data comemorativa foi criada em 1943 pelo presidente Getúlio Vargas, através do decreto lei número 5.540. Mas porque foi escolhido o 19 de abril?

Origem da data

Para entendermos a data, devemos voltar para 1940. Neste ano, foi realizado no México, o Primeiro Congresso Indigenista Interamericano. Além de contar com a participação de diversas autoridades governamentais dos países da América, vários líderes indígenas deste contimente foram convidados para participarem das reuniões e decisões. Porém, os índios não compareceram nos primeiros dias do evento, pois estavam preocupados e temerosos. Este comportamento era compreensível, pois os índios há séculos estavam sendo perseguidos, agredidos e dizimados pelos “homens brancos”.

No entanto, após algumas reuniões e reflexões, diversos líderes indígenas resolveram participar, após entenderem a importância daquele momento histórico. Esta participação ocorreu no dia 19 de abril, que depois foi escolhido, no continente americano, como o Dia do Índio.

Devemos lembrar também, que os índios já habitavam nosso país quando os portugueses aqui chegaram em 1500. Desde esta data, o que vimos foi o desrespeito e a diminuição das populações indígenas. Este processo ainda ocorre, pois com a mineração e a exploração dos recursos naturais, muitos povos indígenas estão perdendo suas terras.

Os Cães e os Índios

Na Amazônia, os animais vivem em cumplicidade com crianças caboclas (Foto: Divulgação)
Na Amazônia, os animais vivem em cumplicidade com crianças caboclas (Foto: Divulgação)

Os cachorros, trazidos ao Brasil pelos europeus no século XVI, foram rapidamente adotados pelos indígenas para a defesa das tribos. Em caso de aproximação de guerreiros inimigos, de dia ou de noite, eles davam sinal e até atacavam os potenciais agressores. Esses animais foram integrados nas tribos como os primeiros mamíferos domésticos. Atualmente, muitos deles são companheiros dos indígenas, relação tão íntima que ainda hoje é comum observar índias amamentarem cachorros em seus seios, segundo informações da National Geographic.

Apesar desse cenário não fazer parte da realidade em todas as tribos, o antropólogo Felipe Ferreira Vander Velden afirma que os Karitiana – povo de língua Tupi-Arikém de Rondônia – dizem que “cachorro é como filho”, destacando, assim, a relação de familiaridade que corta as fronteiras entre o humano e o não-humano. Os animais criados por eles assumem uma posição parecida com a das crianças: há um genuíno prazer na criação desses seres, no cuidado cotidiano com eles, prazer que, inclusive, porta dimensão estética, pois se diz que os animais de criação (como são chamados), como as crianças, “enfeitam a aldeia”, tornando-a agradável ao olhar de todos; há, ainda, a percepção de que esses seres cumprem um ciclo de vida tal qual o dos humanos: filhotes são mimados e protegidos, mas animais adultos devem portar-se como indivíduos autônomos e responsáveis, cuidando de suas próprias necessidades e desejos – da mesma forma que qualquer humano maduro. O cuidado com os animais é, sobretudo, de responsabilidade das mulheres.