Saúde Animal

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Abelha – Desenvolvendo o apiário




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abelha29Os apicultores experientes costumam lembrar que uma colmeia forte, populosa, produz mais do que quatro colmeias fracas. E esta observação tem fundamento. Realmente , uma família mais numerosa apresenta maiores e melhores condições de defesa da colônia e coleta de alimento do que uma família fraca.

Este conceito, por sinal , é um dos principais fundamentos apicultura moderna: antes de expandir o apiário, devem- se fortalecer as colmeias existentes. A produção final será, certamente, muito maior.

ALIMENTAÇÃO ARTIFICIAL

Vários fatores interferem no desenvolvimento e fortalecimento das colmeias. Um dos mais importantes é a disponibilidade de alimento – néctar e pólen – que se reduz no outono/* inverno e nas estações chuvosas (que impedem ou dificultam as floradas).

Nestes momentos de carência de alimento, o apicultor deve cuidar para que não falte alimento às suas abelhas. E, para suprir as necessidades de alimentação artificial.

De toda forma, o apicultor deve Ter em mente a alimentação artificial só é fornecida à colmeia para repor o alimento em falta ou para estimular a família e, particularmente, a rainha, nos períodos que antecedem às floradas.

abelha30O alimento artificial comumente usado pelos apicultores é constituído de uma solução de água fervida (para diminuir a possibilidade de fermentação do produto), e açúcar acrescido de mel, caso haja em disponibilidade. Este produto – na verdade ,um xarope- é fornecido à colmeia por meio de um alimento denominado Boardmann, frasco acoplado a uma base de madeira, a qual é encaixada na entrada da caixa.

O inconveniente deste sistema é que, especialmente em apiário com grande número de famílias, pode levar à pilhagem do alimento por abelhas de outras colônias.

Para evitar este risco, muitos apicultores preferem fornecer alimento artificial sólido, mais conhecido como cândi, preparado com açúcar de confeiteiro e água. O açúcar é desenvolvido na água e a mistura é levada ao fogo, sendo fervida vagarosamente, mexendo sempre para não queimar, até atingir o ponto de bala. Este alimento é fornecido em cochos, que são alimentadores instalados no interior das caixas, junto a uma das paredes laterais, no lugar de um quadro. Neste caso é importante colocar flutuadores – madeiras pequenas- para que as abelhas não se afoguem.

CONTROLANDO A ENXAMEAÇÃO

Uma das causas de maior frustração para o apicultor é a enxameação de uma família, ou seja, o abandono da colmeia. Há várias razões que explicam esta atitude – mais comum entre as famílias africanas e, infelizmente, não existe um sistema de controle infalível, que seja cem por cento eficiente. É assim que elas asseguram sua sobrevivência e desenvolvimento.

Mas o apicultor dispõe de alguns métodos para evitar a perda de colônias. Um dos melhores indicadores é a observação do desenvolvimento da família. Colônias muito populosas, que não dispõem de espaço suficiente para se desenvolver na colmeia, costumam enxamear, em busca de habitação menos apertada.

A mudança de habitação é mais frequente nos períodos mais quentes do ano – novembro a fevereiro -, mas nada impede que uma família enxameie durante meses mais frios.

O congestionamento da colmeia é ralativamente fácil de ser constatado. Quando há falta de espaço na caixa, as abelhas se agrupam na entrada da colmeia, formando a aglomeração que os apicultores chamam de barba.

Caso a barba permaneça na entrada da caixa por muito tempo, mais de uma semana, é sinal de que as abelhas podem enxamear em breve. Neste caso, faça uma inspeção na caixa para destruir as realeiras existentes e dar mais espaço a família. Este espaço extra pode ser obtidos pela remoção dos quadros de mel e pólen – que impedem a circulação das abelhas e a expansão da colônia – ou pela instalação de uma caixa extra, sobrecaixa, dotada de quadros com cera alveolada. Em circunstâncias normais, a ultima opção é mais aconselhável, por resolver o problema por um bom tempo.

Há outros sistemas de controle de enxameação, como os métodos de Miller de Demaree e por despejo, por exemplo. Estes sistemas, no entanto, requerem um certo grau de experiência e domínio técnico por parte do apicultor, não sendo recomendados a iniciantes. O método de aumento de espaço, citado aqui, é simples, prático e garante o controle da enxameação.

Para prevenir a enxameação, nunca deixe altar alimento à família. As abelhas africanas são especialmente inclinadas a enxamear na falta de alimento. E, suspeitando da possibilidade de enxameação, elimine os favos de zangões, cujas células são maiores do que as de operárias.

Finalmente, uma rainha velha e decadente, com baixa postura, pode levar a família a enxameação. Neste caso, o único jeito é substituir a rainha por outra mais jovem e produtiva.

FORTALECENDO A FAMÍLIA

A experiência demonstra que uma família forte produz mais do que duas, três, às vezes, quatro famílias fracas, antecipando e aumentando a produção de mel, os apicultores empregam a técnica de união de famílias. Esta técnica consiste, como o próprio nome diz, em unir duas famílias fracas, que darão origem a uma única, forte, populosa e produtiva.

A época mais indicada para a união de famílias; e durante o outono (para que a colônia suporte o inverno em melhores condições) e durante a primavera (fortalecida, a família poderá aproveitar melhor a florada).

Naturalmente, duas famílias não podem ser unidas diretamente. Ambas as rainhas entrariam em luta mortal até que uma delas fosse vencida e as abelhas de famílias diferentes não se aceitariam pela diferença de cheiro das colônias. Daí a necessidade de adoção de práticas de manejo.

Método do jornal – o método mais simples de união de famílias é conhecido como método do jornal. Mas ele só deve ser aplicado em colmeias que estejam instaladas em locais distantes entre si. Estes cuidado é necessário, devido à memória geográfica das abelhas, explicada no item ” Orientação das Abelhas”.

O trabalho é simples. Antes de mais nada, você deverá Ter a mão duas folhas de jornal besuntadas de mel.

Agora, identifique e remova a pior rainha das duas famílias. Normalmente, é aquela que apresenta menor postura de ovos e favos com menor número de crias. Feche a colmeia, que será transportada, mais tarde, para ser unida à outra família.

Remova o teto da colmeia menos fraca e coloque, em seu lugar , as duas folhas de jornal besuntadas com mel. Em seguida, remova o assoalho da colmeia mais fraca, faça um pouco de fumaça para agrupar as abelhas e aguarde de 3 a 5 minutos. Pronto! A colmeia mais fraca já pode ser removida e instalada, sem o assoalho, naturalmente, sobre a colmeia mais forte. Agora, ambas as famílias, preocupadas em comer o mel, acabam roendo o jornal. Quando terminarem o trabalho, as duas famílias se aceitarão e passarão a trabalhar unidas.

Depois de cinco dias, o arremate da operação : reuna as abelhas numa única caixa, com os melhores favos.

Método de união direta- Quando as duas famílias que se pretende unir estão próximas, o método do jornal não serve, pois as abelhas campeiras da família que for removida para ser unida à mais forte acabarão retornando ao ponto original onde se encontrava instalada a colmeia em razão de sua memória geográfica.

Assim, para unir duas famílias próximas, aplica-se o processo de união direta. Para este processo, você vai precisar do seguinte material: fumegador, uma terceira caixa, limpa e sem quadros, borrifador com xarope de açúcar ou mel e hortelã ou erva- cidreira, espanador de abelhas e quadros com cera alveolada.

O procedimento é o seguinte:

  • remova a rainha da família mais fraca e instale a terceira caixa, limpa e sem quadros, entre as duas colmeias.
  • Pulverize o interior das duas caixas povoadas com a solução de xarope de mel ou erva- cidreira. Borrife os favos e as abelhas.
  • Faça fumaça sobre ambas As caixas, para acalmar e agrupar as abelhas.
  • Faça, com rapidez e cuidado, a passagem dos quadros das colmeias povoadas, alternadamente , um por vez. Os favos com crias devem ser colocados no centro da nova caixa, e os quadros com mel e pólen (caso existam) devem ser instalados nas extremidades da caixa.
  • Substitua os quadros defeituosos, pretos ou contaminados com traças por cera alveolada.
    Use o espanador para varrer as abelhas que ficaram nas caixas para a nova colmeia.
  • Borrife as abelhas e favos da nova caixa com a mistura do xarope de mel e hortelã ou erva – cidreira e tampe a caixa. Com o odor e a umidade do xarope , as abelhas se misturam e lambem-se.

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Lúcia Helena Salvetti De Cicco - Diretora de Conteúdo e Editora Chefe