Cerca de 55 mil animais são torturados por ano em experimentos feitos em Universidade de Birmingham
A instituição já havia sido acusada de cegar ratos deliberadamente
Quase 55 mil animais foram usados em pesquisas em apenas 12 meses na Birmingham University, na Inglaterra, segundo novos registros.
Em 2016, foram torturados 52.455 camundongos nos laboratórios da universidade, assim como 1.385 ratos, 798 peixes e 90 sapos e salamandras. Isso representa um aumento de mais de sete mil animais em comparação ao ano anterior.
A organização Animal Justice Project, que realizou um protesto em Birmingham contra o uso de animais pela universidade, informou que esses experimentos incluíram camundongos injetados com toxinas para provocar uma lesão hepática crônica, roedores com produtos químicos bi luminescentes, para que eles brilhem. Além disso, toxinas do tétano foram injetadas diretamente no cérebro dos ratos.
A Animal Justice Project realizou um protesto, com a mensagem “54.728 animais mortos pela UOB (Birmingham University)” iluminada em uma ponte localizada no canal do centro da cidade.
Os ativistas também exigiram um debate sobre a questão. O conselheiro científico do projeto, André Menache, declarou: “Tendo em vista o que sabemos hoje sobre as diferenças entre camundongos e homens, insistir teimosamente em desperdiçar o dinheiro público e as vidas animais é correspondente à fraude científica. É o momento de acabar com experimentos em animais e adotar pesquisas baseadas em evidências e relevantes para o ser humano na Birmingham University”.
De acordo com o Birmingham Live, a tabela de testes do laboratório, publicada pela universidade, mostra um crescimento significativo no uso de animais. Em 2007, 36.467 camundongos foram explorados no local. Em cinco anos, mais 10 mil animais sofreram o mesmo. Já em 2016, o acréscimo foi de 16 mil.
Claire Palmer, porta-voz do Animal Justice Project, afirmou: “O veganismo cresceu mais de 360% na última década e a sociedade está mostrando sua desaprovação em relação ao abuso de animais. Isso invariavelmente inclui a experimentação animal. Isso mostrado pelos resultados de uma pesquisa de 2016 da Ipsos Mori de que 74% do público apoia mais trabalhos para encontrar alternativas à pesquisa em animais e o apoio público para uma proibição definitiva de testes em animais cresceu”.
“A Birmingham University tem falhado em se alinhar com essa época aumentando o trabalho com roedores e não compreendendo que os animais – até mesmo os camundongos – não podem mais ser usados como ‘ferramentas’ por seus pesquisadores sem escrutínio”, completou.
Esta não é a primeira vez em que os testes em animais feitos pela universidade causam indignação. Há três anos, o Sunday Mercury revelou que ratos eram cegados deliberadamente após terem bolas de plástico jogadas sobre eles. Os testes tinham o objetivo de fazer avanços no tratamento para militares e mulheres cegadas por estilhaços. Os líderes da instituição admitiram que o procedimento ocorreu e alegaram que era “vital para o tratamento de humanos que sofrem lesões oculares”.