Cavalos – Marcas e Peculiariades especiais
As marcas são particularidades independentes das pelagens (dos pêlos), mas tão visíveis que se sobrepôem a certos sinais gerais ou mesmo especiais, a ponto de impressionar imediatamente a vista do observador, razão pela qual são enquadradas no capítulo de pelagem como elementos de identificação , para uma boa resenha do animal.
As marcas são naturais ou congênitas, isto é, que nascem com ela, e artificiais ou adquiridas, isto é, que surgem depois do nascimento.
MARCAS NATURAIS OU CONGÊNITAS
Golpe de machado – depressão existente na unção do garrotw.
Golpe de lança – depressão muscular, subcutânea, sem sinal de cicatriz, muito parecidacom o golpe de uma lança, encontrada nos músculos da tábuia do pescoço, braaços, coxas, nádegas, etc.
Embandeirada – cauda levantada, pode apresentar-se voltada para a direita ou esquerda (cavalo de raça árabe).
Cabana – orelhas caídas.
MARCAS ADQUIRIDAS OU ARTIFICIAIS
Cicatrizes acidentais ou operatórias, marcas a fogo (ferro quente) e marcas químicas (para identificar o proprietário) – quase sempre sobre estas cicatrizes nascem pêlos brancos nos animais cuja pelagem é escura, e pêlos escuros, nos animais, cuja pelagem é clara.
Troncho ou mocho – quando as orelhas são cortadas na base, comidas enroladas ou deformadamente tortas.
Embandeirado artificialmente – rabo levantado e voltado para a direita ou esquerda através de uma intervenção cirúrgica, denominanda “niquitagem”, feita com o objetivo de imprimir mais elegência no animal ou por fraude, quando se quer dar a característica inata do árabe puro em cavalos mestiços ou comuns.
Pitoco ou suro – rabo cortado, sendo a designação de suro mais empregado para aves.
SINAIS E PARTICULARIDADES ESPECIAIS
Os sinais brancos encontrado na face, focinho e pernas são meios de identificação e vêm registrados na documentação exigida pelas entidades responsáveis. Além desses sinais, marcas no próprio corpo do animal ou manchas brancas podem ocorrer na parte inferior do ventre e nos flancos. as marcas na carne do cavalo são mais frequentes nos clydesdale doq que em cavalos de outras raças.
Na cabeça:
Celhado – quando pêlos brancos aparecem nas sombrancelhas.
Vestígio de estrela – quando aparecem pêlos brancos esparsos na fronte.
Estrelinha – quando há uma pequena pinta branca na fronte.
Estrela ou flor – formada por uma mancha branca na fronte, podendo ter várias formas: em coração, em losango, em meia lua, em U. Pode ser “escorrida”.
Luzeiro – formado por uma malha na fronte, podendo ser também “escorrido”.
Filete – determinado por um estreito fio de pêlos brancos que escorre pela fronte ou chanfro.
Cordão – determinado por uma fina mancha branca (mais largo que o filete), que se estende da fronte ao chanfro, e até as narinas às vezes, podendo ser interrmpido ou desviado.
Frente aberta – quando o cordão se alarga tomando todas a frente da cabeça e indo até a região das narinas.
Façalvo – determinada por malha branca sobre as faces laterais da cabeça ou somente sobre um dos lados (esquerdo ou direito).
Beta – pinta branca que corre entre as narinas.
Bebe em branco – quando um dos lábios ou ambos são brancos, devendo isto ser esclarcido na resenha.
Cabeça de mouro – se uma mancha escura (pêlos mais escuros ou pretos) toma toda a cabeça.
Com embornal – se a mancha abrange apenas a parte inferior da cabeça. As particularidades acima citadas devem ser descritas na resenha, se possível com um esboço dos contornos e desvios.
No Pescoço:
crinado – quando o animal apresenta a crina branca ou desbotada. Esta particularidade é comumente encontrada na pelagem Alazão, variedade amarilho. Deve ser mencionada na resenha somente quando aparecer nas pelagens mais escuras. Neste caso a cauda poderá ou não acompanhar a cor da crineira.
No tronco:
Listra de burro – listra estreita, mais escura que apelagem, que se estende ao longo da linha dorsal, indo da cernelha à base da cauda.
Faixa crucial -faixa escura que corta transversalmente a cernelha, geralmente de pelagem vermelha, alcançando as espáduas.
Pangaré -é o animal que apresenta a parte inferior do ventre, face interna das coxas e outras partes do corpo, esbranquiçadas.
Rabicão -animal que apresenta fios brancos na cauda interpolados com outros mais escuros.
Nos Membros:
Zebruras – estrias que cortam transversalmente os joelhos e jarretes.
Bragado – quando o animal apresenta malhas brancas no terço posterior do ventre e nas partes internas das coxas.
Cana-preta – se o animal apresenta canelas pretras nas pelagens que não as incluem.
Calçado – quando a cor branco aparece nos membros, bem delimitada, nas pelagens que não incluem o branco nestas partes. Conforme a extensão do branco o calçamento recebe as seguintes denominações:
Cascalvo -quando somente os cascos são brancos
Calçado sobre coroa -quando o branco está situado apenas na circunferência da coroa do casco.
Baixo calçado – quando o branco vai até o boleto.
Médio Calçado – quando o branco abrange a qualquer parte da canela.
Alto Calçado -quando o branco alcança os joelhos e jarretes
Arregaçado -quando o branco ultrapassa estas articulações (joelhos e jarretes), alcançando os antebraços e pernas.
Argel – quando um só membro é calçado.
Manalvo – somente os anteriores são calçados.
Pedalvo – somente os posteriores são calçados.
Calçado em diagonal – quando o calçamento é no bípede em diagonal, devendo ser esclarecido apenas qual o anterior que forma a diagonal.
Trialvo – quando três membros são calçados (baixo, médios ou altos); devendo ser citado na resenha da seguinte forma: “trialvo anterior esquerdo” – estando nisto explícito que o único membro não calçado é o anterior direito.
Quatralvo – quando todos os membros são calçados.
Coloração dos Cascos:
Cascos de matéria córnea azul-ardósia (casco escuro) são considerados ideais. Acredita-se que a ceratina de que se compôem tenha textura densa e de grande rigidez. Em contrapartida, um casco branco é tido por “mole”, incapaz de resistir bem à usura. Não há prova de que essas asserções sejam verdadeiras. Pés brancos acompanham pernas “calçadas”. Os appallosa e outros cavalos mosqueados têm cascos “tigrados” (com litras verticais negras).
SISTEMÁTICA DE RESENHA
Os dados de pelagem, de que se lança mão para a resenha, devem obedecer à seguinte sistemática: modalidade ou categoria, tipo, subtipo (se for o caso), variedades, particularidades gerais, particularidades especiais e finalmente particularidades independentes da pelagem.
Examina-se o animal de diante para trás, de cima para baixo e da esquerda para a direita, de ambos os lados e, também, deve ser visto por trás. Todos os sinais e marcas, bem como certas taras, devem ser detalhadamente citados.
O exército enumerou os tipos de pelagem pela ordem alfabética, considerando apenas onze tipos, que são: alazão; baio; branco; castanho; lobuno; mouro; preto; rosilho; tobiano; tordilho e vermelho.
Classificação das Pelagens
Diretora de Conteúdo e Editora Chefe