Em certa época do ano meus cavalos costumam apresentar as ditas brocas do casaco. Me disseram para ferver cebo e jogá-lo derretido no buraco que a broca faz no casco do animal, até que aparentemente deu resultado, mas será que a medicina ainda não desenvolveu nenhum remédinho para isso?
Os animais estavam em um piquete molhado (meio brejo), será que isso não pode se a causa?
Desde já obrigado pela atenção e grande abraço.

J. C. Branco
Caro amigo, você está levantando uma questão altamente importante. Uma idéia disso se ilustra no velho e sábio ditado: NO FOOT NO HORSE (sem casco não há cavalo). As brocas são tão antigas, talvez, quanto a domesticação do cavalo. Em todas as situacões como esta é importante raciocinar que SEMPRE existem razões ou fatores predisponentes e/ou desencadeantes. Os predisponentes são inerentes à fraquesa natural do próprio cavalo causada por alguma deficiência de ordem genética ou congênita (não se esqueça que quando direcionamos as coberturas para melhorar geneticamente os nossos cavalos em velocidade, inteligência, docilidade ou belesa sem querer podemos estar selecionando-os desfavoravelmente para resistência DOS cascos. Se você tem esses problemas com frequência é bom selecionar coberturas das éguas com garanhões que melhor tem esse aspecto. Já os fatores desencadeantes podem ser atribuidos a, principalmente o piso que é oferecido para esses cavalos habitarem (camas úmidas e sujas, terrenos excessivamente pedregosos, charcs pântanos e brejos etc.), estacões climáticas extremas de chuvas intensas ou secas exageradas, higiene insuficiente DOS cascos (cavalos confinados em baias devem Ter o s cascos limpos cuidadosamente pelo menos uma vez ao dia, a higiene se estende também aos casqueamentos e ferrageamentos periódicos por profissional qualificado).

O fator mais delicado que eu considero se relaciona às implicações nutricionais, pois são as que fogem mais ao nosso controle, deficiência de proteínas para os potros em crecimento, desde o útero materno, até seu completo desenvolvimento e deficiências minerais como do zinco, cobre e selênio e vitaminas do complexo B. Quanto aos tratamentos, os melhores ainda são os preventivos, tomando os devidos cuidados com os ítens abordados acima, adicionados a tratamentos nutricionais locais (uso rotineiro de graxas de casco a base de sebo de boi ou de carneiro de preferência. Feitos em casa ou comprados em casas do ramo.) Os recursos nutricionais adicionados à racão são o uso de sal mineralisado, levedura de cerveja (como fonte de aminoacidoas e vit, B), até óleos vegetais, de preferência de linhaca. Recomendo também o uso de gelatina em pó comercial para animais com paredes fracas de casco.

Quanto aos tratamentos curativos, os caseiros aos quais você se refere são muito bons; limpesa da área afetada, iodo, queimqr com óleo ou com querosene etc., mas quando as brocas são mais profundas há necessidade de tratamentos mais enérgicos desde o uso local com ácido pícrico até uso sistêmico (injetável) de antibióticos ou antifúngicos. Se o problema seu for muito frequente mesmo após correcão de manejo sugiro que faça exame de mineralograma (perfil mineral através da amostra de crina do seu cavalo) para se descobrir qual ou quais os minerais em falta ou excesso). Quanto aos tratamentos especificos eles já existem mas não comercialmente e sim manipulados injetáveis com resultados altamente eficientes. Caso você se interesse pelo exame de mineralograma ou pelos manipulados injetáveis, responda o e-mail , enviando seu contato talefônico.

Um abraço e estou à disposição para maiores esclarecimentos.

Dr. Gustavo Braune – Teresópolis – RJ