Animais Perdidos
Quem ainda não se deparou com cenas urbanas do tipo, animais andando ou mesmo correndo sem rumo pelas vias públicas assustados, ou seguindo pessoas à procura de um destino…
Há poucos dias me deparei com uma dessas criaturas, tentando desviar das pessoas e dos automóveis em plena Praça da Bandeira, é raça miniatura um Dobermann Pinsher, Preto e Canela, adulto jovem, que demonstrou aos primeiros sinais ter tido um dono, como se portar dentro de casa, ter uma caminha, andar de coleira e guia e ter sido querido.
Carinhosamente o apelidamos de “croquete”, ele se encontra bem junto de nós, mas está sempre a espera de alguém, olhando para o céu e choramingando como quisesse dizer – meu lugar não é aqui; estou à procura do meu lar (como dizia “ET” o extra-terrestre – quero minha casa!!!)
Sua foto já saiu nos jornais, mas até o presente, seu dono não apareceu.
Cenas como estas nem sempre acabam com um final feliz. No caso do “croquete”, mesmo sendo um animal de raça pequena é bem provável que tenha se perdido acidentalmente durante mudança de residência, ou durante o passeio diário.Como estamos em plena época de reprodução das cadelas – época do cio, é provável que o “croquete” tenha se perdido ao acompanhar uma matilha. A segunda hipótese de um animal estar perdido há algum tempo, é mesmo o abandono pelo dono. – O uso de uma coleira de couro com o telefone ou o endereço, grafados a mão ou com um pirógrafo, evitaria cenas tristes como estas.
Um animal abandonado é alvo de atropelamentos, brigas e maus tratos, principalmente quando estão conquistando uma fêmea e quase sempre precisam de socorro de um veterinário. Geralmente quem socorre, não quer se responsabilizar com os custos médicos, deixando nas mãos do veterinário tal responsabilidade.
Como falo sempre, a caridade como o amor é um elo de uma corrente onde cada um faz a sua parte.
Em nossa cidade, o “Centro de Zoonose”, entidade responsável pela saúde dos animais do município, não costumam abrigar animais perdidos, nem aqueles abandonados do dia a dia ; embora a lei 5625 da Zoonose, cite as responsabilidades deste órgão com relação a saúde pública.
Quero ressalta a bela crônica “Animal Abandonado” de Aparecida de Oliveira Gomes, publicada no “Domingo Especial” do Jornal da Cidade de 11/04/99, sobre um pequeno cão, onde ressalta uma sensibilidade sobre seu relacionamento com os seres humano.
Finalizando como disse um amigo meu Ernesto em uma bela crônica – é muito chato estar perdido…em todos os sentidos, é claro).
Médica Veterinária