Aspectos Nutricionais – Os Nutrientes – Carboidratos
3. Carboidratos
O grupo de nutrientes denominado carboidratos inclui os açúcares, amido, celulose, gomas e substâncias correlatas.
Os carboidratos, na forma de açúcar ou amido, representam a maior parte da ingestão calórica dos animais. São fontes imediatas de energia, enquanto os lipídios constituem a principal reserva energética. Esses carboidratos também desempenham outras funções biológicas importantes. O amido e o glicogênio servem como depósitos temporários de glicose; polímeros (moléculas gigantes) de carboidratos atuam no revestimento celular dos animais; outros carboidratos lubrificam as juntas esqueléticas; promovem adesão entre as células, entre outras funções.
Existem três grandes classes de carboidratos: monossacarídeos, oligossacarídeos e polissacarídeos. Os monossacarídeos são carboidratos bem pequenos, como o açúcar glicose; os oligossacarídeos são açúcares de tamanho intermediário, tendo-se como exemplo a sacarose (açúcar de cana); os polissacarídeos são carboidratos de grande tamanho, tendo como representantes o amido e a celulose.
A maioria dos carboidratos digestíveis encontrados nos grãos de cereais e em produtos animais não são açúcares simples, mas sim polímeros de açúcares simples. Explicando, a glicose é um açúcar simples, mas o mais comumente encontrado é uma molécula gigantesca, em cuja composição estão muitas moléculas de glicose. Amidos naturais são uma mistura de dois compostos, amilase e amilopectina. Ambos são longas cadeias de glicose, mas diferem por essas glicoses estarem ligadas de maneira diferente entre elas.O glicogênio, açúcar correspondente nos animais ao amido nas plantas, é também um polímero de glicose bastante ramificado. A sacarose é composta por uma molécula de glicose e uma de frutose. A lactose consiste em uma molécula de glicose e uma de galactose.
A digestão do amido inicia-se na boca, quando o alimento é misturado com a saliva. Esta contém a ptialina, que é capaz de quebrar as ligações entre as glicoses do amido. O principal local de digestão dos carboidratos é o intestino, já que as enzimas da saliva (e também do pâncreas) “quebram” apenas parcialmente as moléculas grandes. Esses compostos, agora em tamanho reduzido, são novamente quebrados até chegarem à glicose. Essa quebra ocorre quando esses compostos entram em contato com as células da mucosa intestinal. A maior parte dos carboidratos dos alimentos para cães e gatos é quebrada e absorvida na forma de glicose. Essa glicose, agora na corrente sangüínea, pode entrar nas células. Na maioria das células esse açúcar entra com o auxílio da proteína insulina; a entrada da glicose nas células hepáticas, nos glóbulos vermelhos e nas células do sistema nervoso central, porém, já não depende dessa proteína.
Em animais alimentados com dietas que contém mais carboidratos do que o necessário, o excesso de energia proveniente dos carboidratos é armazenado sob a forma de glicogênio no fígado e músculos, e como triglicerídeos nos tecidos adiposos. Durante períodos de jejum, stress ou atividade muscular acelerada, o glicogênio é degradado em glicose.
Muitos açúcares e o amido fazem parte dos carboidratos digeríveis pelo organismo. Alguns deles, no entanto, o organismo animal não consegue digerir. Fazem parte desse grupo as fibras alimentares, que são necessárias na alimentação mesmo não sendo digeridas. São exemplo de fibras alimentares a celulose, a lignina, a pectina etc., assim como uma determinada parte do amido, chamado amido resistente. Algumas proteínas não digeríveis, como a queratina (um composto das unhas, cabelos etc.), podem ser consideradas fibras alimentares.
Essas fibras têm um efeito regulador do trânsito intestinal, acelerando-o quando está lento e diminuindo-o quando está muito rápido. A motricidade intestinal, que está ligada ao estresse e à atividade física, depende do aporte em fibras alimentares. Elas também são um substrato de fermentação para a flora bacteriana do intestino grosso e contribuem para o seu equilíbrio. Uma mudança brusca na fonte de fibras pode provocar um desequilíbrio passageiro, com fermentação não controlada, flatulência e diarréia. Por isso recomenda-se, ao trocar o alimento, que esta seja feita de forma gradual.
1. Proteínas
2. Lipídios
3. Carboidratos
4. Minerais
5. Vitaminas
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Bacharel em Química
Auxiliar Veterinário
Aquariólogo