Displasia coxo-femural e cirurgia
Prezado veterinário,
Comprei um filhote de Fila Brasileiro com 45 dias, de uma renomada criadora de Belém do Pará. Ocorre que após os seis meses de idade a cadela começou a apresentar dificuldades para andar, ficando meio corcunda. Apenas com 8 meses foi diagnosticada a existência de displasia em ambas as pernas traseiras. Foi realizada, então, na perna direita, uma cirurgia no Hospital Veterinário da Faculdade de Ciências Agrárias do Pará, através da qual o veterinário pretendia juntar o fêmur com a bacia através da substituição da junção natural por uma artificial que mantivesse os ossos na posição correta. Através de uma radiografia após duas semanas da cirurgia, pôde-se constatar que o invólucro artificial foi rompido devido ao peso e à inquietação da cadela. O veterinário nos informou que poderia ser tentada outra cirurgia na mesma perna chamada cefalectomia, ou algo parecido, através da qual seria cortada a parte superior do fêmur direito, para que o animal não sentisse mais dor ao fazer o movimento de andar. Gostaria de saber a sua opinião sobre que medidas tomar. Este tipo de cirurgia é seguro? Pode ser feita na mesma perna que sofreu a 1ª cirurgia? Há alguma técnica nova, pois ouvi falar sobre a colocação de prótese? Além disso, o criador que nos vendeu a cadela teria a obrigação de saber e não comercializar animais com displasia, já que esta é uma doença genética e todas as ninhadas são registradas e devem ter em seu pedigree descendentes portadores de tal doença?
Agradeço desde já a atenção,
Igor Schneider
Caro Igor
Estes casos de displasia, são muito complicados. Primeiro, a cirurgia indicada é a extração da cabeça do fêmur, porém você pode procurar especialistas nesta área de ortopedia, pois existem técnicas atualizadas com próteses, as quais também resolveriam seu problema.
Quanto à criadora, ela tem inteira responsabilidade sobre esta mal formação; pois é sabido que sendo uma doença genética, ela não poderia permitir o cruzamento de cães com histórico de Displasia. Procure um orgão de defesa do consumidor ,explique seu caso e peça um ressarcimento das suas despejas.
Boa sorte.
Dr. Dionélio Correa Neto Junior – Porto Alegre