Fila Brasileiro
História
A origem da raça do Fila Brasileiro é obscura, como a de tantas outras raças; somente pode-se supor que descende do cruzamento de cães levado ao Brasil pelos conquistadores portugueses e espanhóis (O Bloodhound, o mastiff, o buldog inglês), cruzamento perfeitamente apto para as tarefas as quais destina-se este animal. No fila encontramos as características daquelas três raças, não só por seu aspecto exterior mas também por suas faculdades psíquicas.
O olhar melancólico lembra, sem dúvida, o bloohound, do qual herdou também o olfato finíssimo. Quando se observa a sua estrutura volumosa, pensa-se no mastiff, que impõe respeito somente com a presença , qualidade a qual soma-se uma coragem quase brutal e uma natural vigilância. Finalmente, o buldog transmitiu-lhe o antigo temperamento impetuoso e implacável; mas não mata a vítima quando a alcança senão que a tem subjugada até a chegada do dono.
COMPORTAMENTO
O comportamento do fila adquire ainda maior importância quando se sabe quem numa época era usado para capturar escravos fugitivos, aos quais descobria facilmente graças a seu excelente olfato, devolvendo-os viv
os aos guardiões. Mas hoje o fila presta também ótimo serviço como qualquer animal de guarda.
Estes cães se sentem melhor na vida rural do que na cidade, onde podem exercer livremente o seu vigor físico, onde a sua robustez não sofre limitações; os quintais, por mais espaçosos que sejam, não oferecem a estes animais a possibilidade de viver segundo sua verdadeira natureza. Dotado de aspecto que infunde temor, sempre disposto a agredir, o fila, contudo, tem caráter dócil e devotado ao dono. È desconfiado na presença de estranhos e não admite a menor familiaridade. Guardião incomparável, tem obtido grandes êxitos boas mostras caninas de todo o mundo
CARACTERÍSTICAS DA RAÇA
(Informações Bruno Tausz)
Aspecto geral – molossóide com poderosa ossatura e substância figura retangular e compacta. Apresenta grande agilidade facilmente perceptível. As fêmeas exibem feminilidade bem pronunciada.
Talhe – altura: machos 65 a 75 cm e fêmeas 60 a 70 cm.
– comprimento: 10% maior que a altura na cernelha.
– peso: machos 50 quilos e fêmeas 40 quilos.
Pelagem – pele solta e barbelas; testa sem rugas, em repouso. Pêlo curto, macio, grosso, bem assentado.
Cor – todas exceto as desqualificantes.
Cabeça -1:1, o focinho ligeiramente menor. De cima: formato periforme inserido num trapézio De perfil: crânio com suave curva. Occipital bem marcado.
Crânio – largo com suave curva entre as orelhas
Stop – quase inexistente, de perfil é baixo, inclinado, marcado pelas arcadas superciliares, com sulco mediano suave até a metade do crânio.
Olhos – tamanho médio-grande, amendoados, bem separados; pálpebras podem ser caídas; cor: castanho do escuro ao claro.
Orelhas – grandes, grossas, caídas ou dobradas para trás, exibindo a face interna; em forma de V, largas na base estreitando-se na extremidade arredondada. Inserção média, inclinada para trás, na parte mais posterior do crânio.
Focinho – largo, de profundidade quase igual ao comprimento; visto de cima: cheio sob os olhos, em suave curva; linha superior: reta ou levemente romana; linha anterior: quase vertical com ligeira depressão logo abaixo da trufa em curva até a linha inferior: quase paralela a superior, formada por lábios grossos pendentes. Comissura labial em U, com as bordas serrilhadas sempre visíveis.
Trufa – preta.
Lábios – (padrão não comenta).
Mordedura – em tesoura, admitindo em torquês. Dentes largos na base em relação ao tamanho.
Tronco – largo e profundo. Tórax mais longo que o abdome.
Linha superior – cernelha em linha descendente, aberta devido ao afastamento das escápulas e ligeiramente mais baixa que a garupa. Após a cernelha a linha superior muda de direção ascendendo em linha reta até o ílio.
Pescoço – extraordinariamente forte e musculoso, parecendo curto. Linha superior com leve convexidade, bem destacada da do crânio. Garganta com barbelas.
Dorso – apresentando a dobradiça após a cernelha.
Costelas – bem arqueadas sem influir na posição dos ombros.
Peito – longo e paralelo ao solo em toda a sua extensão, largo, esterno no nível do cotovelo e antepeito bem pronunciado.
Lombo – menos comprido e menos profundo que o tórax, com regiões bem definidas. Nas fêmeas as abas do flanco são mais desenvolvidas. Visto de cima é mais estreito e cheio que o tórax e a garupa, sem marcar cintura.
Ventre – suavemente ascendente, nunca esgalgado.
Garupa – larga longa, pouco mais alta do que a cernelha e angulada aproximadamente a 30° com a horizontal, descreve uma curva suave de largura a proximadamente igual à do tórax, podendo ser ainda mais larga nas fêmeas.
Membros –
Ombros – escápula a 45°, ocupando toda a altura desde a cernelha à ponta do esterno articulando-se com o úmero de igual tamanho (articulação escápuloumeral) a 90°. A ponta do ombro fica no nível da ponta do esterno e um pouco mais para trás a vertical, da cernelha ao solo, passa pelo cotovelo e recai na pata.
Anteriores – retos e paralelos, de ossatura poderosa carpos marcados metacarpos curtos e levemente inclinados cotovelo na metade da distância da cernelha ao solo.
Posteriores – ossatura algo menos poderosa, que a dos anteriores, coxas largas de contorno abaulado, modelado pelos músculos do ílio e o ísquio, que delineiam a curva da nádega. Pernas paralelas, tarsos fortes e metatarsos levemente inclinados e mais altos que os metacarpos. Angulações moderadas do joelho e jarrete.
Patas – dedos fortes direcionadas para a frente bem arqueadas, não muito juntas, apoiadas em almofadas digitais espessas, almofadas plantares largas, profundas e grossas. Posteriores um pouco mais ovaladas, sem ergôs. Unhas fortes, escuras, podendo ser brancas.
Cauda – inserção média, muito larga na raiz, afinando bruscamente, para terminar em ponta no nível do jarrete. Excitado, a cauda eleva-se, acentuando a curva da extremidade sem enroscar ou cair sobre o dorso.
Movimentação – passos largos, elásticos, lembrando os dos felinos. A característica principal é o passo de camelo: movimenta simultaneamente dois membros de um mesmo lado e depois os do outro, o que Ihe confere o balanço lateral do tórax e dos quadris em movimentos gingantes acentuados na cauda quando está erguida. Quando a passo, mantém a cabeça abaixo da linha de dorso. Seu trote é fácil, suave, livre, de passadas largas, com bom alcance e rendimento.
Faltas
1 – Temperamento: qualquer desvio.
2 – Aparência: papadas.
3 – Cabeça: presença de rugas na testa.
Focinho: curto.
orelhas: pequenas; de inserção alta.
olhos: excessivamente claros.
dentes: prognatismo inferior, falta de dois dentes.
4 – Tronco: dorso selado.
Garupa: muito estreita.
Peito: pouco profundo.
5 – Membros: desvios acentuados de metacarpos e metatarsos.
posteriores muito angulados.
6 – Cauda: enroscada; acima da linha de dorso.
7 – Movimentação: passos curtos.
Faltas graves –
1 – Temperamento: apatia e timidez; sensibilidade ao tiro.
2 – Aparência: acima da altura máxima.
figura quadrada.
falta de substância. ossatura leve.
marcações em branco que excedam a 25%. despigmentação das pálpebras.
falta de barbelas.
3 – Cabeça: pequena. stop: pronunciado (visto de frente).
Lábios: superiores curtos ou secos.
olhos: redondos, salientes.
dentes: falta de dois dentes exceto os P1.
4 – Tronco: dorso carpeado linha superior de nível. Linha inferior esgalgada.
5 – Membros: jarrete de vaca; perna de porco.
DESQUALIFICAÇÕES – as gerais e mais:
1 – Temperamento: agressividade ao condutor ou covardia.
2 – Trufa: despigmentada (cor de carne, rosada).
3 – Dentes: prognatismo superior ou inferior com dentes à mostra estando a boca fechada.
Falta de 1 canino, 1 molar, exceto o 3°.
4 – Olhos: azuis.
6 – Garupa: mais baixa que a cernelha.
7 – Cor: brancos, cinza-rato, malhados ou manchetados, preto e castanho (black’n tan).
8 – Altura: abaixo do mínimo (machos 65 cm, fêmeas 60 cm).
9 – Pele: ausência da pele solta.
10 – Movimentação: ausência do passo de camelo.
11 – Cirúrgicas: orelha ou cauda operada.
Caráter e temperamento – coragem, determinação e valentia notáveis; dócil com os de casa, obediente e extremamente tolerante com crianças. Caracteriza-se pela reserva com estranhos. Seu comportamento é sereno, seguro e autoconfiante, assimila e se adapta rapidamente a ambientes e ruídos estranhos Excelente guarda da propriedade com habilidade inata também para a lide de gado e a caça de animais de grande porte.
Expressão – em repouso é tranqüila, nobre e segura. Nunca apresenta olhar vago ou enfadado. Em atenção e de determinação, refletida em seu olhar firme e penetrante.
Prova de temperamento O certificado de apto na prova de temperamento é obrigatório a todos os exemplares maiores de 12 meses para que tenham seus títulos de campeonato homologados. A realização dessa prova é obrigatória nas exposições especializadas e facultativa nas gerais, a critério do arbitro, desde que sejam públicas e realizadas fora do recinto da exposição. Esta prova compreende:
1 ) Ataque com vara – o condutor deverá permanecer imóvel e cão deverá atacar à sua frente sem revelar dependência. Fica expressamente proibido ao examinador bater ou tocar no animal.
2) Prova de tiro – são dois disparos de festim a uma distancia mínima de 5 metros do cão, devendo este ficar em atenção demonstrando segurança e autoconfiança.
3) Durante todo o desenvolvimento da exposição e da prova de temperamento o arbitro deverá avaliar, pelo comportamento do animal, em especial:
a. O instinto de guarda e defesa, observando o grau de aversão do animal a desconhecidos.
b. A segurança, coragem, determinação e valentia do exemplar.
Diretora e Conteúdo e Editora Chefe