Em busca da economia
Há dois fenômenos na natureza que norteiam o destino de todos os outros: A produção e a transferência de CALOR.
Os estudos de medicina esportiva já concluíram que o grande diferencial da marcante superioridade dos atletas africanos em provas de fundo é a maior eficiência na produção de energia com menor geração e maior perda de calor.
Simultaneamente biólogos ambientalistas concluem que guepardos – maiores velocistas da natureza, que chegam a alcançar 110Km/hr com um torque de 74Km/hr em cerca de 3 segundos, são também excelentes meio-fundistas pois conseguem manter essa velocidade por até 350 metros na perseguição à sua presa, não havendo nenhum motivo para pararem a não ser quando produzem mais calor do que possam dissipar, principalmente o calor dentro da cabeça o que os fariam delirar e virar comida de abutre.
No nosso universo de competições hípicas não ficamos livres disso. A principal doença dos cavalos de corrida nas estações quentes é a Anidrose ( a incapacidade de suar devido à uma disfunção do sistema termorregulador ).
Nos enduros eqüestres o principal ponto vulnerável dos grandes cavalos são os dias quentes e úmidos, que fazem com que o sistema cardio-respiratório trabalhe em dobro para dissipar calor – com eficiência máxima em favor do cavalo mas contra os índices de batimentos cardíacos classificatórios da prova.
Nas provas de marcha, cavalos trabalham em movimentos contínuos por quase uma hora à uma velocidade desfavorável à perda de calor por evaporação. Com calor retido principalmente em sua cabeças e articulações, deliram, tropeçam ou se descoordenam.
O Polo Eqüestre limita seu jogo em quatro tempos de 7 minutos, e as equipes que alcançam grandes resultados nunca colocam o mesmo cavalo em tempos consecutivos. Quando podem usam um cavalo a cada tempo. Fisiologicamente o valor dessa estratégia se estabelece em dois pontos: atender à perda de calor e a invariável formação de microcristais de urato nas articulações após o resfriamento destas.
Não é à toa que existe um ditado milenar : …
“não deixe o sangue lhe subir a cabeça “
Porque junto com ele vai o calor. Cavalo morre de medo de calor pois na sua memória de mecanismo de sobrevivência pensa que vai virar churrasco de Leões e Guepardos.
Mas não esquente a sua cabeça pois há recursos disponíveis em favor da economia de energia e da perda de calor.:
* A imagem acima demonstra claramente a quantidade de calor que necesariamente deve ser perdida pela evaporaçào após um exercício de resistência em alta velocidade. Foto Jornal O Globo – 05/08/01
Médico Veterinário