Saúde Animal

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Novidades no tratamento de Diabetes Melito




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Em Congresso Americano realizado recentemente em San Antonio, no Texas – EUA, juntamente com 60a. Sessão Científica da Associação Americana de Diabetes, várias novidades sobre essa doença foram trazidas ao conhecimento público, com novas esperanças aos doentes de diabetes que segundo previsão deve dobrar de número nos próximos 25 anos. Só no Brasil os estimados 5 milhões e 800 mil doentes hoje existentes devem chegar a 11,6 milhões. Não são disponíveis estatísticas em animais, porém o número de doentes também é alto.

Os principais problemas enfrentados pelos diabéticos são as complicações dessa moléstia decorrentes, tais como aumento da pressão arterial e conseqüente hipertensão, alterações da taxa de colesterol sangüínea, doenças cardiovasculares inclusive infarto e até derrame, cegueira, insuficiência renal, alterações dos nervos e conseqüente necessidade de amputações além de impotência sexual.

Como já detalhei em artigo recentemente escrito sobre o tema e aqui publicado neste WebSite (Vide: DIABETES MELITO), é essa doença causada por insuficiente secreção de insulina pelo Pâncreas, ou mais precisamente pelas chamadas Ilhotas de Languerhans existentes nesse órgão, cujas chamadas células-beta são as responsáveis pela secreção desse importante hormônio, que regula no organismo o metabolismo dos açucares.

São os doentes humanos com diabetes melito classificados em dois grandes grupos:

Doentes Tipo 1, que ocorre em 10% dos casos e em geral em jovens, sendo aquelas pessoas conhecidas como insulino-dependentes, pois necessitam receber esse hormônio já que seus próprios sistemas imunológicos atacam as chamadas células-beta, que param assim de produzir insulina e morrem. Para estes, atualmente, o único tratamento disponível é a injeção de insulina desde o início da doença, sob pena de morte prematura.

Doentes Tipo 2, são aqueles que sendo obesos tem necessidades crescentes do hormônio, exigindo em conseqüência que suas células-beta produzam cada vez mais insulina, cuja necessidade deve ser complementada por administração do hormônio ou a través de tratamentos correlatos para obesidade.Este tipo ocorre em qualquer idade do paciente, e em cerca de 90% dos casos de diabetes.

Os doentes de diabetes hoje, necessitam furar o dedo várias vezes por dia, para assim medirem a taxa de glicose no sangue, utilizando-se para tal do chamado Kit para o Diabético. Por esse teste simples, que o próprio doente se auto-executa, fica sabendo seu teor de glicose sangüínea, para poder então, também, se auto-aplicar a quantidade de insulina necessária para correção desse anormal teor de açúcar sangüíneo.

Nesse Congresso recém realizado, foi trazido ao conhecimento dos presentes uma nova geração de GLICOSÍMETROS – aparelhos que lêem a concentração de glicose na gota de sangue – que obtêm resultados com gotas de sangue cada vez menores, e porisso chamados de minimamente invasivos.

Porém, o aparelho mais aguardado por médicos e pacientes promete eliminar as incômodas picadas, substituindo-as por um choque elétrico de baixa intensidade, que será executado por aparelho semelhante a um relógio de pulso, que descarregará uma corrente elétrica na pele a cada 20 minutos. Essa corrente elétrica atrairá as moléculas de glicose do sangue para o tecido subcutâneo adjacente ao medidor. Um gel localizado na base do aparelho absorverá a glicose e a transformará em peróxido de hidrogênio, substância essa que poderá ser então medida pelos eletrodos do aparelho, e mostrada sua concentração no seu visor, para as posteriores providencias a serem todas pelo próprio doente.Esse novo aparelho aguarda sua liberação pela FDA, entidade governamental americana que controla remédios e alimentos. Deve ser, salvo contratempos, lançado nos EUA no próximo mês de Outubro deste ano.

Duas novas classes de medicamentos orais, que são hoje utilizadas por pessoas doentes do Tipo 2, foram bastante discutidas nesse Congresso Americano. São os chamadas Antidiabéticos orais, e administrados a través de uma chamada BOMBINHA, e pertencentes ao grupo da glitazonas e glinidas.

Porem, o que mais empolgou os médicos presentes nesse Congresso foram as chamadas NÓVAS INSULINAS: Ainda em Julho deste ano, nos EUA será lançado no mercado a chamada INSULINA GLARGINA, que com apenas uma aplicação diária ficará presente no sangue em concentração constante por um tempo maior que a atual Insulina NPH, que em geral necessita ser administrada duas vezes ao dia.

Pesquisas reveladas também no mesmo Congresso, aumentam a expectativa em torno da INSULINA INALADA, a principal forma de insulina não injetável. Essa nova forma de administração do hormônio, como um spray, e administrado via bucal e será inalado e absorvido a través dos pulmões para o sangue. Tem, no entretanto, tal forma inalada vida curta, devendo ser administrada antes das refeições e deverá só ser lançada nos EUA em 2002.

Foi ainda tratado nesse mesmo Congresso nos EUA, da recente pesquisa conduzida por James Shapiro, da Universidade de Alberta, em Edmonton, cuja notícia relatei recentemente neste mesmo WebSite (Vide: Transplante substitui Insulina para doentes de Diabetes Melito.

DR. CARMELLO LIBERTO THADEI
MÉDICO VETERINÁRIO
CRMV-SP-0442.