Carbúnculo Hemático
O carbúnculo é uma doença contagiosa que ataca todos os médios e grandes animais, inclusive o homem e, geralmente é mortal. Entretanto os eqüideos são menos atingidos que os ruminantes. É produzida pelo Bacillus anthracis e, este micróbio encontra-se, principalmente, onde já ocorreu a doença, pois seus esporos permanecem no solo por vários anos. Geralmente estes esporos provêm de animais carbunculosos enterrados no campo, sem o devido cuidado e trazidos à superfície pelas minhocas. As fezes e sangue dos animais que estiverem na pastagem são infectados.
É uma doença comum de animais mantidos em regime de pasto, porém, pode surgir em estábulos por feno contaminado adquirido em áreas onde ela ocorre.
O carbúnculo pode aparecer em qualquer lugar, porém, em certas regiões existem focos onde ele se manigesta com freqüencia. Em terrenos pantanosos e em áreas com muita matéria orgânica em decomposição, os esporos podem viver por tempo prolongado, durante anos. Os bacilos, porém, são pouco resistentes ao calor e à dessecação. Infelizmente o esporo é o elemento responsável pela maioria das infecções.
SINTOMAS – Nos eqüideos, a enfermidade em geral apresenta forma relativamente benigna, com os seguintes sintomas: cólicas fortes; edema do peito, pescoço e da região faringeana. Também podem ocorrer: depressão, febre alta, dispnéia, edemas subcultâneos no tórax e no pescoço, cólicas, faringite, hemorragia nasal e manqueira. A morte, quando ocorre, as vezes é tão rápida que não se percebem os sintomas nos animais a campo. Nos casos fulminantes, a morte pode ocorrer em 24 e 48 horas e, nesses casos, observam-se os edemas (tumefações), diarréia sangüinolentas, cor de chocolate, e os animais se deitam com convulsões e dificuldade respiratória. Os cadáveres incham rapidamente e então observam hemorragias pelas aberturas naturais. O sangue é escuro e de difícil coagulação. Só estes sinais identificam a doença.
Os animais são contaminados através dos intestinos; água; escoriações; picaduras de insetos infectados e inalação do agente infeccioso. Os urubus podem transportar a doença a grandes distâncias. O homem pode ser infectado durante uma necropsia ou manipulação de couros, chifres, lá e cadáveres de animais vitimados pela infermidade.
A necrópsia é perigoso, sendo preferível, em caso de se pretender um diagnóstico de laboratório, enviar um esfregaço de sangue ou um osso de canela, muito bem protegido. O cadáver deve ser incinerado ou enterrado no mesmo local, aplicando na sepultura uma boa quantidade de cal.
PROFILAXIA – Emprego da vacinação. No entanto, a escolha do produto deve ser feita por um médico veterinário pois depende da região e situação que se apresenta. Em toda propriedade onde tenha ocorrido casos de carbúnculo, ou mesmo na vizinhança, os animais devem ser vacinados no mês de agosto, pois geralmente o carbúnculo aparece em outubro. A imunização requer 20 a 30 dias.
Também são recomendadas as seguintes medidas:
notificação de qualquer caso às autoridades sanitárias mais próximas;
cremação perfeita do cadáver no próprio lugar da morte;
isolamento dos pastos contaminados;
desinfecção energética ou queima dos objetos e utensílios contaminados;
tratamento dos animais doentes com doses adequadas de soro anticarbunculoso;
vacinação sistemática de todos os animais sãos na região exposta à doença;
drenagem e saneamento das áreas pantanosas.
TRATAMENTO – quando há tempo, o soro anticarbunculosos produz bons resultados. No caso de suspeita chamar o médico veterinário o mais urgente possível.
Lúcia Helena Salvetti De Cicco
Editora Chefe
BIBLIOGRAFIA:
Millen, Eduardo – Guia do Técnico Agropecuário “Veterinária e Zootecnia”
Instituto Campineiro de Ensino Agrícola, 1984
Edwarads, Elwyn Hartley – Horse
A Dorling-Kindersley Book – 1993
Santos, Ricardo de Figueiredo – Eqüideocultura
J. M. Varela Editores, 1981
Torres, A. Di Paravicini e Jardim, Walter R. – Criação de Cavalos e outros eqüinos
Diretora de Conteúdo e Editora Chefe