Como lidar com agressividade felina
Agressividade em felinos é um dos problemas comportamentais mais comuns que aparece para os profissionais da área como queixa dos proprietários. Então, vamos explicar um pouco dos motivos que levam os gatos a serem agressivos com outros gatos, outros animais e pessoas. De qualquer forma, é preciso lembrar que agressividade é um comportamento normal e natural dos gatos, porque faz parte da sobrevivência.
A primeira dica é evitar ao máximo a situação que causa agressividade. Não fique testando seu gato e nem estimule. Um gato agressivo pode machucar seriamente as pessoas da família e outros animais. Existem alguns tipos de agressividade em gatos e as principais são: por medo, por território e por dor.
Agressividade por medo acontece quando o gato é exposto a um estímulo (pessoas ou animais) que ele percebe como ameaça. Geralmente, aumenta a intensidade quando ele percebe que não tem para onde fugir. Acontece muitas vezes com o gato que não foi sociabilizado corretamente ou que teve algum trauma em algum período da vida. Ele fica acuado, com orelhas para trás e rabo baixo.
Agressividade por território pode acontecer tanto com gatos da mesma casa quanto com gatos de rua. Tudo depende do limiar do território a ser defendido. O foco geralmente é o gato recém-chegado, que é considerado intruso. Mas isso pode começar a acontecer também com pessoas que são consideradas intrusas, por eles. Um bebê que acabou de chegar pode ser uma ameaça.
Agressividade por dor é aquela que aparece quando o gato se sente desconfortável com algum tipo de manipulação. Pode ser uma pisada na pata, puxada no rabo, por exemplo, causando uma sensação desagradável e uma reação de agressividade. Um gato submetido a algum tratamento contínuo também pode começar a apresentar reações agressivas para se defender daquela situação desagradável.
Nos três casos acima, podemos usar consideravelmente o contra-condicionamento e dessensibilização. Isso significa que o dono deve fazer aproximações gradativas do gato com o estímulo que causa medo, por exemplo, usando recompensas (petiscos, brinquedos) quando ele se comporta de uma forma adequada. Assim, logo o gato vai associar o objeto, a pessoa ou outro gato com algo positivo e interessante. Cada vez mais, o estímulo pode ser aumentado, chegando cada vez mais próximo. Em alguns casos, é interessante usar uma caixa de transporte para segurança de todos os envolvidos no treinamento. O gato recém-chegado pode ficar dentro de uma caixa para não ser machucado e atacado pelos outros. Enquanto isso, os outros podem ser recompensados quando se comportam bem.
É interessante usar bastante enriquecimento ambiental como brinquedos, arranhadores, petiscos escondidos etc. Os gatos começam a associar essas coisas positivas com a presença do outro (pessoa, objeto, animal). Podemos também fazer uso de feromônio em difusor ou spray para amenizar o estresse causado por algumas situações. Em alguns casos, o gato pode ser submetido a alguma medicação, caso tenha que enfrentar estresse constante.
De qualquer forma, sempre devemos consultar um veterinário e/ou um especialista em comportamento animal para que se tenha um diagnóstico mais detalhado e ainda receber orientações corretas para cada caso.
Revisão: Alex Candido