Saúde Animal

Saude Animal

Saúde Animal

Criação de Canário da Terra




logo_pets

canarioO canário da terra (Sicalis flaveola) é o pássaro canoro mais popular do Brasil, uma verdadeira paixão nacional. Ele se distribui por todo o País em muitas de suas formas. O mais comum é o que se estende do Nordeste até o Norte do Paraná. Embora tenha alta taxa de natalidade está extinto em certas regiões onde outrora era abundante.

Daí a necessidade premente de incrementarmos a sua reprodução doméstica. Precisamos poder efetivamente ajudar a sociedade a praticar, onde for necessário, a reintrodução na natureza. Com o canário é muito fácil executá-la, são inúmeros os exemplos.O repovoamento se dá em progressão geométrica, em poucos anos originários de 5 casais se tornam milhares se as condições ambientais forem boas. Precisamos, também, poder oferecer e atender a demanda dos criadores e dos mantenedores, sem que haja nenhum tipo de captura no ambiente natural. Com muita satisfação estamos sabendo que várias Universidades, tais como a de Botucatu, Lavras, e Viçosa estão se interessando em ajudar em projetos de desenvolvimento de criação do Canário da-Terra. Iniciou-se, também a implementação de criadores com objetivos comerciais, o que ótimo para combater o tráfihttp://www.saudeanimal.com.br/wp-admin/post.php?post=6371&action=edit#category-addco ilegal e gerar riquezas.

De outro lado, a Lei de Proteção à Fauna e a Lei de Crimes Ambientais estão aí e esta última é muito rigoroza com os infratores. Aqueles que quiserem um pássaro nativo nacional, terão que adquiri-lo de um criadouro legalizado. É o que diz a Lei e as Portarias do IBAMA, é assim o que a sociedade quer. E é isto que estamos fazendo e que temos que fazer, é a nossa obrigação como passarinheiros, porque, inclusive, queremos continuar convivendo com nossos pássaros.

canario2É difícil criar os canários? Não, não é. O canário-da-terra, especialmente, é o pássaro brasileiro de mais fácil manejo. Come de tudo e se adapta com facilidade a qualquer tipo de ambiente. Suporta bem o frio e calor ocorrentes em todas a regiões do Brasil. Temos, contudo, se quisermos obter sucesso, que escolher um local adequado para que eles possam exercer a procriação. Esse local deve ser claro, arejado e sem correntes de vento. A temperatura ideal deve ficar na faixa de 20 a 35 graus Celsius e umidade relativa entre 40 e 60%. O sol não precisa ser direto, mas se puder ser, melhor. A melhor época para a reprodução no Centro Sul do Brasil é de novembro a maio, coincidente com o período chuvoso.

Pode-se criar em viveiros, mas pela dificuldade de todo o manejo, notadamente do controle do ambiente e da higiene é melhor criar-se em gaiolas.

Essas devem ser de puro arame, com medida de 60cm comprimentoX 30cm largura X35 cm altura, com quatro portas na frente, comedouros pelo lado de fora. No fundo ou bandeja colocar papel, tipo jornal para ser retirado todos os dias logo que o canária tomar banho, momento esse que se deve retirar a banheira para colocá-la no outro dia de manhã cedo.

O ninho (caixa tipo ninheira feita de madeira) tem as seguintes dimensões: 25cm comprimentoX 14 cm largura X 12 cm. altura, e tem que ser colocado pelo lado de fora da gaiola para não ocupar espaço. Terá uma tampa móvel e outra gradeada para o manuseio de filhotes e de ovos. O substrato – material para o canário confeccionar o ninho – deve ser o saco de estopa (usado para ensacar café) e cabelo de cavalo cortados a 15 cm. Colocar o material no fundo da gaiola que a fêmea, quando estiver na hora, carrega sozinha para a caixinha do ninho. O número de ovos de cada postura varia entre 4 e 6, e cada canária choca 4 vezes por ano, podendo tirar até 20 filhotes por temporada.

canario4As canárias podem ficar bem próximas umas das outras separadas por uma divisão de tábua ou plástico, mas não podem se ver, de forma alguma. Senão matam os filhotes ou interrompem o processo do choco, se isto acontecer. O filhote nasce aos treze dias depois de a fêmea deitar e sai do ninho também aos treze dias de idade, pode ser separado da mae com 35 dias. Com 8 meses, ainda pardos, já poderão procriar. Possuimos uma fêmea que está com quase dez anos de idade e ainda cria perfeitamente. Dela já produzimos mais de 100 filhotes, é uma produtividade fantástica. As anilhas serão colocadas do 7O ao 10o dia, com anilha 3mm, bitola 3 a ser adquirida do Clube onde seja sócio. Pode-se trocar os ovos e os filhotes de mãe quando estão no ninho, sem prejudicar ou causar abandono da fêmea.

A alimentação para as aves em processo de reprodução é a seguinte:

Alpiste 50%, painço amarelo 30%, senha 10% e niger 10%. Além disso, ministrar ração de codorna pura adicionando “proprionato de cálcio” à base de 1 grama por kilo de ração.

Numa vasilha separada, colocar 3 vezes ao dia farinhada assim preparada: 5 partes de milharina, 1 parte de farelo de soja,/ 1 parte de germe de trigo, / premix F1 da Nutrivet (4 colheres de sopa para 1 kilo), / sal 2 gr. por quilo, / proprionato de cálcio 1 gr. por quilo, / pó de pedra 2 gr. por quilo. Após misturar tudo muito bem, coloque na hora de servir uma gema de ovo cozido e uma colher cheia de “aminosol” para 4 colheres de farinhada. O promotor de crescimento deve ser utilizado quando se notar algum tipo de mortalidade nos filhotes. Os mais usados são o “100 PS”, o “Nalit-Plus” e o “Fungibam”. . Ministrar ainda na água de beber, que deve ser filtrada, um polivitamínico do tipo “Protovit” ou “Rovisol” ou “Orosol” 3 vezes por semana, ou todos os dias quando há filhotes até eles sairem do ninho.

Dar-se larvas, utilizando a chamada “praga da granja” é a melhor e tem mais digestibilidde, oferecer até o filhote sair do ninho. É bom, também, colocar à disposição das aves “farinha de ostra” batida com areia esterilizada e sal mineral (tipo aminomix). Não dar verdura de espécie alguma, provoca diarréia e ainda tem o perigo de agro-tóxico. Quando separar os filhotes das fêmeas é bom deixá-los juntos, a razão de 10/12 por unidade, até terminar a muda por volta de seis meses em um voador de 1m a 1.20ms, tipo esses que se usa para canários belgas.

Não adianta, porém, ter todo esse cuidado se não tivermos atenção especial com a higiene, tem-se que ter toda a precaução, principalmente com os fungos, o maior inimigo da criação. Cuidar bem dos poleiros, dos bebedouros, dos ninhos e de todos os utensílios utilizados. Armazenar os alimentos fora da umidade e não levar aves estranhas para o criadouro antes de se fazer a quarentena.

Utilizar um macho de excelente qualidade para 5 fêmeas. Nunca deixá-lo junto pois ele quase sempre prejudica o processo de reprodução. O melhor é colocá-lo para galar e imediatamente afastar da fêmea.

Quando não estiverem em processo de reprodução dar a mistura de grãos acima descrita e a ração de codorna adicionada meio a meio com milharina, somente.

O canário que canta metralha é muito valorizado o que ajuda a transação dos filhotes. Assim, é recomendável procurar-se um que já cante este dialeto para ensinar os filhos desde o ovo. Esse método facilita muito o aprendizado. Se não for possível utilizar fitas, podem ser as do Magnata, do Tito, do Professor e do Fantoche. De canto comum tem a do Casaca. Se o interesse for para a fibra, utilizar a fita do Manezinho e na reprodução machos com a característica de canto curto e que volte a cantar rapidamente em todos os poleiros da gaiola. Há ainda a disputa de canto da modalidade “canto livre” é aquele que canta em 5 minutos.

Outra forma de criação importante são as mutações, muito comum no canário-da-terra. Cada vez mais pessoas estão se dedicando a elas, desperta muito interesse porque é o inusitado, o diferente, cada qual consegue fixar mais uma cor do que a outra. São canários cujas penas tem um tom bem mais branco ou amarelo ou canela. É um fenômeno da própria natureza – o albinismo – que os criadores estão fixando através da incrementação do cruzamento entre pássaros com essas características.

Para fins exclusivamente domésticos, como também é comum nos bicudos e curiós, outro tipo de criação, é o cruzamento entre sub-espécies. Na natureza não se misturam porque vivem e regiões diversas, são morfologicamente diferentes, a linguagem é outra e a cor das penas notadamente das fêmeas são dispares. Embora, domesticamente quase não haja diferenças entre o aspecto, o comportamento e a alimentação, os mestiços tendem em pouco tempo a não apresentar diferenças morfológicas com os puros. Utiliza-se os de origem do nordeste brasileiro e os originários do Peru. O mais comum é cruzá-los com o canário de origem paulista/mineiro. O nordestino é mais amarelo e mais belo, mais forte e resistente à doenças. O peruano é maior, tem o canto mais cumprido – muitos cantam mais de um minuto sem parar – e tem tendência a cantar metralha geneticamente. Por isso é bem mais fácil ensinar os filhotes. Em Guariba SP há inúmeros deles cantando um metralha de altíssima qualidade. E que tem sido campeões nos torneis de metralha, como é o caso do “Magia”, e “Tupamaro”, e mais “Cheiene”, “Magnífico” e “Carisma” de Antonio Michal 016-3512190 e “Sereno” José Furtado, “Cobra”do Aparecido Amoroso, Professor de Edilson Moretti, Tike de Nestor de Campinas e outros mais.

E a roda de Fibra, principalmente em São Paulo e no Sul de Minas esse tipo de torneio de canto está cada vez mais concorrido. Há rodas como a de Ribeirão Preto e região onde participam cerca de 200 canários, com tendência a aumentar. Quem sabe se conseguirá filhotes para a fibra do tipo dos campeoníssimos da Tieta e Professor de João Paulo Pinto e Kid Vale. e Magnata e Águia de Fogo de Antônio Lázaro Fernandes Lobo 012-3804150.

O canário é um pássaro barato e o números de sócios reprodutores está crescendo muito.

Todos só querem filhotes de campeões e está provado que os pássaros nascidos domésticamente são melhores que os seus irmãos selvagens. O canário não foge à regra, é fácil comprovar. Cruzando-se os melhores com os melhores conseguiremos verdadeiras máquinas de cantar.

Uma sugestão importante: para obter pássaros campeões só cruze canários de excelente qualidade porque através desse tipo de melhoramento genético vamos cada vez mais desestimular que as pessoas procurem pássaros de origem desconhecida.

De outro lado, a utilização de canários para combates tem provocado uma forte reação contrária da mídia. Não há, como dizer e convencer à sociedade que essa prática é correta. O Poder Público, através do IBAMA, tem sido bastante rigorozo com as pessoas que exercem esse tipo de ação.

Aloísio Pacini Tostes -Ornitologista - Ribeirão Preto-SP