Braco Alemão de Pêlo Curto
Histórico
O Braco Alemão, também conhecido como Pointer Alemão ou Kurzhaar, foi desenvolvido na Alemanha, no século XVII, para que fosse um cão capaz de atuar em diversos tipos de caçadas e que ao mesmo tempo fosse rápido e um hábil apontador. A teoria mais aceita para a ´receita´ que os criadores usaram para chegar ao cão esperado, é de que os Bracos tenham sido originados a partir dos antigos pointers espanhóis, Foxhound – de quem herdou a velocidade – e Bloodhound, cuja herança foi o faro invejável.
Extremamente hábil na caça de patos, gansos e faisões, pode ser usado também na caça a animais de pelo e atua bem tanto na terra quanto na água. É um cão que foi desenvolvido para caçar perto do dono de quem espera os sinais para “levantar” a presa e trazê-la intacta. Foram estas as características (tamanho e grande versatilidade na caça) que fizeram com que o Braco Alemão rapidamente ganhasse um grande número de adeptos em toda a Europa e a partir da década de 20, também nos EUA. No Brasil, em função das restrições à caça, o Braco Alemão é uma raça pouco conhecida.
Temperamento
O Braco Alemão é um cão extremamente afetuoso e inteligente, características que fizeram com que ele se destacasse também como cão de companhia. Por sua natureza sempre alerta, é um cão de alarme bastante eficiente, apesar disso não se caracteriza como cão de guarda.
Ativos e alegres, os Bracos são cães muito apegados aos seus donos e por isso não se adaptam a longos períodos de solidão. Em contrapartida, essa mesma energia e vitalidade faz com que sejam capazes de acompanhar seus donos em praticamente qualquer a atividades que lhe sejam propostas, com a mesma energia. Normalmente convivem muito bem com outros cães, mas o convívio com outros animais como gatos, roedores e pássaros deve ser feito sempre sob supervisão, uma vez que o instinto caçador dos Bracos é bastante aguçado.
Os filhotes são praticamente incansáveis e adoram brincadeiras. Justamente por terem grande energia, podem vir a ser “arteiros” e por isso precisam desde cedo que o dono imponha limites claros. O adestramento de obediência é recomendado para os filhotes desde a mais tenra idade como forma de estabelecer uma relação ainda mais próxima e saudável entre o dono e o cão. Quanto mais envolvido o proprietário estiver no processo de edeação do cão, mais gratificante e rápido será o resultado final. Por sua velocidade e agilidade, participam com facilidade de atividades como o agility.
Sua pelagem curta exige poucos cuidados, sendo necessária apenas uma escovação semanal para manter seu brilho natural e evitar o acúmulo de pelos mortos. Segundo o padrão da raça, o Braco pode ter as cores fígado ou preto, podendo ser sólidos ou ruão. Os bracos, fígado-ruão ou preto-ruão, assim como os dálmatas, nascem brancos e a partir da segunda semana de vida vão aparecendo as marcações características. As áreas marcadas desde o nascimento ficarão ´sólidas´ no cão adulto.
Características
Os Bracos são cães de caça por excelência. Seu faro privilegiado fez que ele seja atualmente utilizado, inclusive, na busca de drogas em aeroportos em diversos países. São cães rústicos, que apresentam poucos problemas de saúde. No entanto, alguns exemplares, especialmente aqueles que não tem um alto nível de atividade, podem apresentar tendência para a obesosidade.
Devem ser cães elegantes e aristocráticos, como recomenda o próprio padrão oficial da raça e ao mesmo tempo possuir uma estrutura física capaz de suportar o ritmo das caçadas nos mais diversos ambientes e condições climáticas. A altura na cernelha, para os machos é de 62 a 66 cm e para as fêmeas de 58 a 63 cm, segundo o padrão oficial FCI.
PADRÃO DA RAÇA: Tradução do original em alemão. Bruno Tauzs, diretor Cinotécnico da CBKC
Grupo 7: Cães de Aponte
Seção 1A: Continentais do tipo Braco
Padrão 119e, de 05/01/1995
Utilização: Caça
País de origem: Alemanha
Nome no país de origem: Deutscher Kurzhaager Vorstehhund
Prova de Trabalho: para o campeonato, independente
SUMÁRIO HISTÓRICO:começa com os cães utilizados para a caça com redes de animais emplumados, especialmente nos países do mediterrâneo, e em combinação com a ajuda do falcão. Através da França, Espanha e Flandres, os cães apontadores chegam às Cortes Alemãs. A característica particular destes cães era a sua performance de apontar a caça. Com o advento da espingarda de caça de cano duplo em 1750 os cães apontadores foram ainda mais requisitados. Com a visão do cão, as aves eram abatidas em pleno vôo “caça de tiro ao pombo”. Este foi o começo da transição do mero apontador para o versátil cão de caça a tipo. O “Zuchtbuch Deutsch Kurzhaar” (stud book) que era o livro de criação do Braco Alemão de Pelo Curto tem sido publicado desde 1897. Quem redigiu as características da raça em forma de padrão da raça foi o príncipe Albrecht zu Solms-Braunfeld, para servir de normas de julgamento de estrutura como também um regulamento simples para provas de Cão de Caça. Até hoje, o Braco Alemão de Pelo Curto ainda passa pelos filtros de estruturação da raça e regulamento de provas.
O Padrão da Raça descreve a estrutura do Braco Alemão de Pelo Curto como um versátil cão de caça, que o habilita a preencher os requisitos em conjunto com as atividades de caça, mesmo em idade avançada.
APARÊNCIA GERAL: de um cão aristocrático e harmonioso, com uma conformação que garante resistência, força e agilidade. A postura orgulhosa, a suavidade de sua silhueta, a cabeça seca, a cauda bem portada, a pele bem justa e a pelagem brilhante, soberba harmonia enfatiza sua nobreza.
PROPORÇÕES IMPORTANTES: O comprimento do tronco é ligeiramente maior que a altura na cernelha.
COMPORTAMENTO E CARÁTER: firme, equilibrado, confiável, temperamento controlado, nem nervoso, nem tímido e agressivo.
CABEÇA: seca, bem cinzelada, nem muito leve nem muito pesada, assim, o comprimento e a robustez determinam a substância e o sexo do exemplar.
Crânio: moderadamente largo, ligeiramente arqueado, occipital pouco pronunciado, com o sulco sagital não muito profundo e as arcadas superciliares evidenciadas.
Stop: moderadamente definido
REGIÃO FACIAL
Trufa: ligeiramente protusa. Narinas suficientemente largas, amplas, móveis. Basicamente marrons. Trufa manchada ou cor de rosa somente é permitida em exemplares cuja pelagem é branca como cor-base
Focinho: longo, largo, profundo e robusto para habilitar o exemplar ao correto comportamento de caça. A cana nasal, vista de perfil, mostra uma ligeira curvatura para um nariz romano aristocrático, porém muito suave ou uma sutil elevação da linha reta. Ainda é aceitável uma cana nasal reta, porém, a cana nasal câncava é considerada falta séria.
Lábios: bem ajustados, ser ser muito pendentes, com boa pigmentação. A linha nasolabial é ligeiramente inclinada, quase vertical e continuam, em uma curva bem aberta, até a comissura labial moderadamente pronunciada.
Dentadura: maxilares reobustos com uma mordedura em tesoura perfeita (articulação em tesoura, onde, na oclusão, os incisivos superiores ultrapassam os inferiores até a metade, tocando-os pela frente, com as suas faces internas), regular (com todos os incisivos alinhados) e completa (todos os incisivos estão igualmente articulados em tesoura). Os incisivos superiores devem ultrapassar tocando os inferiores pela frente sem qualquer espaço e devem ser inseridos ortogonalmente aos maxilares. São 42 dentes, de acordo com a fórmula dentária: 2P3 + 2C1 + 2P4 + 2M2
Bochechas: robustas e bem musculadas.
Olhos: tamanho médio, inseridos no plano da pele. A cor ideal é marrom escuro. As pálpebras vem ajustadas.
ORELHAS: moderadamente longas, de espessura moderada, largas, de inserção alta, portadas caídas rente às faces, sem dobras, arredondadas nas pontas. Quando levadas à frente, devem alcançar, um pouco mais ou um pouco menos, os cantos da boca.
PESCOÇO: de comprimento, proporcional à estrutura do tronco, muito musculoso, ligeiramente arqueado, alargando-se gradualmente, em direção aos ombros. A pele da garganta é bem ajustada (sem barbelas).
TRONCO
Linha superior: reta e ligeiramente descendente
Cernelha: bem definida
Dorso: forme e musculoso. Os processos vertebrais devem ser encoberto pelos músculos.
Lombo: curto, largo, musculado, reto ou ligeiramente arqueado. A passagem do lombo para as costas é justa e bem conectada.
Peito: mais para profundo do que para largo com antepeito definido, com o esterno longo, alcançando o mais atrás possível. A profundidade atinge um nível abaixo dos cotovelos. Costelas bem arqueadas, sem ser achatadas ou em barril. As falsas costelas bem longas.
Linha inferior: elegantemente arqueada, ligeiramente esgalgada no ventre e seca.
Cauda: de inserção alta, grossa na raiz e afinando para a ponta, de comprimento médio. Amputada na metade para a finalidade da caça. Em repouso portada pendente, em movimento portada horizontalmente, sem ser portada muito alta copm a linha dorsa da cauda não extremamente curva. (Em países cuja caudectomia é proibida por lei, a cauda permanece íntegra, alcançando o nível dos jarretes e portada reta ou ligeiramente em sabre)
MEMBROS:
ANTERIORES: visto de frente, retos e paralelos, visto de perfil, os membros estão situados bem dentro da projeção vertical do tronco.
Ombros: escápulas bem anguladas, bem ajustadas ao tórax e fortemente musculadas. A articulação escáulo-umeral bem angulada.
Braços: o mais longos possível bem musculados e secos.
Cotovelos: bem ajustados, trabalhado rente ao tórax e corretamente direcionados para frente.
Antebraços: retos e suficientemente musculados. Boa ossatura, sem ser muito grosseira.
Carpos: fortes
Metacarpos: mínima angulação com o antebraço, jamais escarpados.
Patas: de redondas para ovais com dígitos bem compactos e adequadamente arqueados. Unhas fortes. Almofadas plantares e digitais grossas e fortes. Patas corretamente direcionadas para a frente tanto parado quanto em movimento.
POSTERIORES: visto por trás, retos e paralelos. Joelhos e jarretes bem angulados com boa ossatura.
Coxas: robustas, articulação coxofemural bem angulada.
Joelhos: fortes, articulação femorotibial bem angulada.
Articulação dos jarretes: forte
Patas: de redondas para ovais com dígitos bem compactos e adequadamente arqueados. Unhas fortes. Almofadas plantares e digitais grossas e fortes. Patas corretamente direcionadas para a frente tanto parado quanto em movimento.
MOVIMENTAÇÃO: passadas amplas, com boa propulsão dos posteriores e bom alcance dos anteriores. Anteriores e posteriores trabalhando em planos paralelos. Movimenta-se em atitude orgulhosa. Passo de camelo é indesejável
PELE: pele ajustada e esticada, sem rugas.
PELAGEM
Textura: curta e densa, áspera e dura ao toque. Um pouco mais fina e curta na cabeça e nas orelhas, insignificantemente mais longa na face ventral da cauda. Deve revestir o corpo inteiro.
Cor:
a. marrom, sem marcas
b. ruão, marrom: com poucas pintas ou salpicos brancos ou no peito e membros.
c. ruào, marrom escuro: cabeça marrom, com mancas ou salpicos, por vezes apresentando a cana nasal, occipital e bochechas salpicados. Neste caso, não se considera uma cor, seja marrom ou branco, como cor de fundo; a pelagem apresenta uma mistura tão intensa de marrom e branco que resulta uma aparência discreta, camuflada, muito apreciada na prática da caça. A cor é mais clara na face medial dos posteriores e na ponta da cauda.
d. ruão, marrom claro: cabeça marrom, pintas ou salpicos manchas ou pontos marrons. Esta coloração apresenta a cor marrom e área menor, portanto com predomínio da área branca, ficando com a aparência mais clara, consequentemente, menos discreta.
e. branco com cabeça marrom, manchas ou salpico marrom.
f. preto, com as mesmas marcações da cor marrom e ruão.
As manchas de cor amarela, queimadas pelo sol, são admitidas.
TALHE: altura na cernelha:
Machos: de 62 a 66 cm
Fêmeas: de 58 a 63 cm
FALTAS: qualquer desvio, dos termos deste padrão, deve ser considerado como falta e penalizado na exata proporção da sua gravidade.
– atitudes em desacordo ou atipicidade sexual
– focinho muito curto
– lábios muito grossos ou muito finos
– orelhas muito longas, muito curtas, muito estreitas ou dobradas
– olhos muito claros. Olhos de falcão, amarelados
– do total de 4P1 e 2M3, somente duas faltas dentárias são aceitáveis
– barbelas
– leve carpeamento do dorso
– garupa muito curta
– posteriores pouco angulados
– peito muito profundo
– cotovelos para fora, patas viradas para fora ou para dentro; anteriores muito afastados ou muito juntos
– cauda muito curvada ou portada muito alta, acima da linha superior
FALTAS GRAVES:
– atarracado, esguio ou estrutura grosseira
– focinho bicudo, cana nasal côncova (dish face)
– stop marcado
– trufa cor-de-rosa (exceto pata os exemplares cuja cor-base da pelagem é branca)
– mordedura em torquês (para cães com mais de 4 anos, a chamada mordedura em torquês não deverá afetar o jlgamento, quando o “Clube do Braco Alemão de Pelo Curto” atestou a mordedura correta em exposições anteriores)
– significativo dorso carpeado ou dorso levemente selado
– falta significatia de profundidade de peito
– antepeito pobremente desenvolvido; costelas chatas ou em barril
– significativo desvio dos cotovelos para dentro ou para fora, metacarpos cedidos e fracos
– metacarpos escarpados
– movimentação pesada
– significativo desvio dos jarretes, em barril ou de vaca, quer seja parado ou em movimento
– posteriores superdimensionados
– desvio maior do que 2cm na altura na cernelha descrita no padrão
DESQUALIFICAÇÕES:
– significativo desvio da definição sexual
– ausência de mais de dois dentes do total de 4P1 e 2M3
– ausência de um ou mais dos outros dentes (exceto os P1 e M3)
– dentes inclusos, não visíveis, devem ser considerados como ausentes, exceto quando munido de certificado do “Clube do Braco Alemão de Pelo Curto” em exposições anteriores ou prova de existência confirmada.
– prognatismo superior ou inferior, torção mandibular, bem como os graus intermediários
– pálpebras excessivamente lassas, ectrópio, entrópio, distiquíase (duas linhas de rima palpebral)
– dorso muito selado, mal formação da espinha vertebral
– qualquer mal formação do peito, isto é, esterno curto, subindo abruptamente para o ventre
– palato fendido, lábio leporino
– qualquer dente excedente desalinhado da arcada dentária
NOTA: os machos devem apresentar dois testículos de aparência normal, bem desenvolvidos e acomodados na bolsa escrotal.
Padrão Oficial da Raça Confederação Brasileira de Cinofilia – Filiada à Fédération Cynologique Internationale
* Informações e Fotos: Canil do Balaco Braco – Melhor Criador da Raça Ranking CBKC/2001 – Mariana Saliola