Hibernação
A Hibernação é um estado letárgico pelo quais muitos animais de sangue quente passam durante o inverno, principalmente em regiões temperadas e árticas. Os animais mergulham num estado de sonolência e inatividade, em que as funções vitais do organismo são reduzidas ao absolutamente necessário à sobrevivência.
A respiração quase cessa, o número de batimentos cardíacos diminui, o metabolismo, ou seja, todo o conjunto de processos bioquímicos que ocorrem no organismo, restringe-se ao mínimo. Pode-se dizer que qualquer mamífero que permanece inativo durante muitas semanas, com temperatura corporal inferior à normal está em hibernação, embora as mudanças fisiológicas que acontecem durante o letargo sejam muito diferentes, de acordo com as diferentes espécies.
Normalmente este fenômeno ocorre em regiões onde existe um inverno rigoroso e escassez de comida mas, existe algumas espécies que dormem na estação quente e seca, porque para elas as maiores ameaças são a alta temperatura e a falta de água. Este caso é conhecido como estivação, muitos caracóis passam por este estado durante as estações quentes e secas, durante as quais há pouco alimento e a umidade é escassa.
Os animais realmente mergulham em letargo são os homeotermos (ou de temperatura constante). Existe homeotermos, como os ursos, que dormem durante o inverno, mas, como sua temperatura permanece pouco abaixo do normal, não se considera que tenham uma hibernação verdadeira. Entre os mamíferos que hibernam verdadeiramente estão o musaranho e o ouriço que cavam sua toca no solo; os esquilos, a marmota, que abrigam-se nos ocos das árvores; o morcego que se acomoda em velhas casas, cavernas e túmulos.
Nem sempre a mudança de temperatura é o estímulo para o letargo. Muitas vezes o estímulo é a falta de alimento, como ocorre com Perognathus, pequeno roedor da América do Norte. Existem animais que, independente da temperatura e alimento hibernam assim mesmo, motivado, provavelmente por alterações que reduzem a atividade glandular. Experiências com o esquilo demonstraram que mesmo mantidos em ambiente aquecido e com fartura de comida, eles hibernaram de outubro a maio.
As fases de hibernação variam desde o simples adormecimento, como no caso dos ursos e do castor, até o letargo verdadeiro, que atinge algumas espécies de monotremados, quirópteros, insetívoros e roedores. Nestes animais, durante o letargo, registra-se um marcante declínio da temperatura corpórea ( na marmota, por exemplo, pode descer a 4º C.
Este processo de hibernação desenvolve-se de formas diferentes e em várias etapas. Existem animais, como a marmota, que comem muitíssimo, acumulando reservas; outros, como os esquilos, armazenam alimentos na toca.
Durante a hibernação, os primeiros consomem a gordura armazenada; os outros acordam por curtos espaços de tempo para comer e evacuar. Durante o letargo profundo, a temperatura corpórea é apenas 1º ou 2º C superior à ambiental; o número de batimentos cardíacos varia de 3 a 15 minutos (na marmota é de 3-4 por minuto comparativamente aos 90-130 batimentos normais); os movimentos respiratórios são de 2 a 5 por minuto, menos de um décimo do número normal; o consumo de oxigênio reduz-se à vigésima parte do norma e o metabolismo, à trigésima.
Para algumas espécies que vivem em clima quente e árido, os períodos de seca e calor excessivos podem ser tão terríveis quanto os invernos rigorosos. Para se defender, muitos animais entram em sono profundo ou sono estival. Este fenômeno ocorre com moluscos, artrópodes, peixes, répteis e mamíferos. Certos peixes pulmonados, como, por exemplo, a pirambóia, enterram-se na lama quando os rios em que vivem secam, abrigando-se ali até a chegada das chuvas.
Outro fenômeno é o encistamento, que consiste no enclausuramento do animal numa espécie de cápsula, denominada cisto, onde se mantém por um período de tempo variável e se manifesta apenas em animais inferiores, de dimensões muito reduzidas ou microscópicas, como os protozoários, os rotíferos, os copépodos e os tardígrados.
Rotífero, qualquer membro de um filo de animais aquáticos, pluricelulares e geralmente microscópicos. Sua forma varia, mas sempre possuem uma coroa de cílios retráteis que parecem rodas girando, quando estão em movimento. Classificação científica: formam o filo Rotifera.
Os rotíferos podem resistir a temperaturas muito altas ou muito baixas. Eles sobrevivem às condições mais difíceis. São seres microscópicos e podem ser carregados pelo vento a grandes distâncias. os rotíferos são encontrados em lugares bastante isolados. Precisam de água para serem ativos. De cerca de 2000 espécies existentes, apenas algumas habitam os oceanos, pois a maioria vive em água doce. o seu formato varia, mas todos os rotíferos têm três partes básicas.
BIBLIOGRAFIA
CONHECER 2000, Editora Nova Cultural, 1995
ENCICLOPÉDIA CULTURAL, Editora Abril Cultural, 1972
MIL BICHOS, Editora Abril Cultural, 1978
ENCICLOPÉDIA DA CIÊNCIA, Editora Globo, 1993
VIDA SELVAGEM – nova cultural – 1987
Diretora de Conteúdo e Editora Chefe