Saúde Animal

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A Linguagem Canina – FISIOLOGIA




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linguagem02Para que possamos explicar a expressividade da espécie canina vamos compará-la com as nossas formas de expressão.

O Diálogo Com Humanos

Os Cães

1. Expressão

Para se fazer entender utilizam:

– a voz: o latido, rosnado, uivo, choro, ofego, gemido, ganido, a arfada, o espirro e a tosse;
– a expressão corporal: abaixar a cabeça, abaixar a frente e levantar a garupa, encolher-se, correr, abanar a cauda, rebolar, rodar em círculos, tremer, pular em cima, respiração ofegante com a língua lateralmente pendente, fazer “cara de idiota”, fingir-se de surdo, cheirar insistentemente o solo, avançar à frente quase rastejando em atitude de caça.
– a mímica com atitudes como: olhar fixo, olhar de soslaio, olhar sonolento, olhar de baixo para cima, dar a pata, arranhar a porta, mostrar os dentes, subir no dorso, colocar a pata no pescoço, virar de barriga para cima,
– a fisiologia: excrementos e urina – marcar território, deixar rastros de cio, fazer sobre o excremento dos outros.

– as “provocações”: roer móveis; urinar e defecar em cima da cama; urinar na perna das pessoas; estragar coisas; fugir, quando se chama; puxar na guia; puxar a roupa na corda; destruir as plantas do jardim; tomar a guia das mãos.

2. Percepção

Para nos compreender dispõem de:
– olfato: sendo o mais importante sentido, os cães utilizam, praticamente, para tudo – reconhecimento de coisas, animais e pessoas, busca de objetos, seleção do alimento e medicamento. Os cães dedicam boa parte de suas vidas catalogando odores;
– audição: pelos sons, os cães reconhecem as coisas à distância, quando ainda não conseguem ver ou sentir o cheiro. Os cães têm uma capacidade incrível de memorização de sons: abertura de pacotes e sacolas, ruído de motores de automóvel, diversos tipos de passos, vozes, o ruído de chaves e dos colares de passeio, uma série de palavras-chave tais como – “vombora”, “passear”, “banho”, “sai!”, “vai deitar!”, “já-prá-fora” etc.
– visão: os cães utilizam a visão mais para perceber movimentos, rituais de submissão e apaziguamento, fugas e enfrentamentos do que para reconhecer pessoas ou coisas. O reconhecimento se dá, então, pela coreografia.
– percepção extra-sensorial – através deste sentido os cães podem, “adivinhar” quando seu dono está chegando, diagnosticar doenças, tumores etc., saber da intenção das pessoas e até adivinhar sua morte.

Os caninos já nascem com uma percepção evoluída a ponto de encontrar as tetas da mãe minutos após o nascimento. Rapidamente desenvolvem esta percepção tomando conhecimento dos gestos atávicos e instintivos que lhes permite a percepção/comunicação com os outros.

Os Humanos

Nos servimos da visão, audição, raciocínio a formação cultural para perceber.

Para transmitir nossas idéias e desejos utilizamos a voz, o olhar, o gesto, a mímica, o raciocínio a formação cultural, que nos proporciona o desenvolvimento das teorias da comunicação e do condicionamento instrumental.

Portando, levamos uma extraordinária vantagem sobre o cão que, bem utilizada, nos coloca, imediatamente, no ápice da pirâmide hierárquica.

É mais fácil descermos ao nível do raciocínio canino do que exigir que os cães se elevem até o nosso nível.

Se não ficarmos atentos, nos prenderemos aos parâmetros humanos dos “considerando” enquanto o cão age conforme seus instintos.

As Tentativas Humanas de Comunicação com os Cães

Nós temos o hábito de falar com as crianças imitando o seu tatibitate.

As crianças, que aprendem por imitação dos adultos, acabam aprendendo este tipo de linguagem.

Com a mesma tentativa de imitar o filhote, para falar com os cães, costumamos fazer vozinha fina imitando seu choro de desespero.

O cachorro fica doidinho e começa a nos lamber para tentar aliviar a dor que imagina estejamos sentindo, ou então, no auge do seu nervosismo, tem seu esfincter uretral relaxado e se urina. Urina também por medo.

Nós, infelizmente, interpretamos esse comportamento como sendo uma demonstração de amor e afeto.

INTRODUÇÃO
FISIOLOGIA
A LINGUAGEM PERCEPTIVA DO CÃO
A LINGUAGEM TRANSMISSIVA DO CÃO
OUTRAS VERBALIZAÇÕES
EXPRESSÃO CORPORAL

Bruno Tausz
Etólogo Escritor Especialista em Cinologia e Comportamento Animal.
Juiz de Todas as Raças da FCI - CBKC.
Juiz de Adestramento e Trabalho VDH - FCI - CBKC.
Consultor da revista Cães&Cia
Consultor para Assuntos Caninos da revista Saúde Animal.
Consultor de Cinologia da revista Animal World.