Dirofilariose
Com esse nome é nomeada a infestação de animais, por vermes do gênero Dirofilaria, que acomete principalmente o cão doméstico, o gato e várias espécies de animais silvestres.
Referidos vermes são classificados na Ordem Spirurida, superfamília Filaroidea, família Filariidae. Nesse gênero (Dirofilaria), foram já descritas várias espécies, entre as quais: Dirofilaria immitis (Leidy,1856), e a Dirofilaria repens (Railliet y Henry, 1911). Das duas espécies citadas, em sua fase adulta apenas a D.immitis localiza-se no coração e a D.repens tem localização sempre no tecido conjuntivo subcutâneo, especialmente na região do torax de seus hospedeiros, tanto cães de caça quanto o homem. Já foram encontradas parasitando animais na Europa (França, Itália, Espanha, Rumânia) e na Ásia
Morfologia: Tem esses vermes quando adultos, a coloração esbranquiçada, são cilíndricos medindo entre 12-18 cm de comprimento por 700 a 900 micra de diâmetro.
Hospedeiro intermediário: Para atingirem completo desenvolvimento, passam esses vermes em seu ciclo evolutivo por um hospedeiro intermediário, que pode ser ou um mosquito do gênero Culex, ou carrapatos (Rhipicephalus sanguineus), e possivelmente também pulgas do gênero Pulex.
Ciclo Evolutivo: Do acasalamento entre os vermes adultos situados no interior do coração, resultam microfilarias, estas muito pequenas, medindo entre 218-329 X 5-6 micra, as quais são levadas pelo sangue do hospedeiro, com uma periodicidade característica em diferentes momentos do dia, para todo o corpo do animal. Sendo então o sangue do animal contendo essas microfilarias sugado por um mosquito, pulga ou carrapato, passarão essas microfilárias para os intestinos desses hospedeiros intermediários (mosquito, pulga ou carrapato), e nestes, num período entre 5 e 10 dias completarão sua migração dos intestinos para os órgãos sugadores do mesmo. Num posterior ato de sugar um novo hospedeiro, que poderá ser ou o cão, o gato ou mesmo um animal selvagem receptivo, durante tal ato de sugar rompe-se a membrana quitinosa da probóscida desse hospedeiro intermediário, chegando assim novamente ao hospedeiro definitivo a traves da picada, e deste local a través do sangue ou linfa levadas novamente até o coração do animal, completando assim seu ciclo evolutivo. No coração, ao cabo de 7 a 10 meses tornam-se as microfilarias maduras sexualmente, para então recomeçarem novo ciclo evolutivo.
Patogenia: A localização dos vermes adultos e sua intensidade, ou seja: número relativo dos mesmos no interior do coração, é que determinará a maior ou menor gravidade desse parasitismo. No interior do coração desenvolver-se-há uma endocardite crônica, podendo haver formação de trombos e embolias, com suas conseqüências gerais. Quando localizados nas artérias pulmonares provocam sua dilatação. Em casos de infestação leve são encontrados até 50 vermes adultos no interior do coração do animal parasitado. Em casos mais graves tal número poderá a chegar a vária centenas desses vermes.
Sintomatologia: Tosse seca, respiração entrecortada, emagrecimento e perda do apetite, edemas e até ascite. Durante o progredir da enfermidade ocorre febre, hematúria (sangue na urina), hiperhemia pulmonar, hipertrofia hepática (aumento do fígado) e esplenomegalia (aumento de volume do baço), prurido, aparecimento de nódulos cutâneos, e até convulsões do tipo epileptiformes e mesmo paralisia do trem posterior.
Profilaxia: Existem no mercado alguns produtos comerciais que se dizem ativos contra a fase larval do parasita, ou seja sobre as microfilárias. Produtos esses que vem sendo utilizados por proprietários de cães, na eventualidade de exposição de seus animais em regiões onde a doença é enzoótica, principalmente regiões litorâneas de veraneio. Tais produtos devem ser aceitos sob reservas, por não haver ainda comprovação científica
cabal de suas eficácias.
São José do Rio Preto - SP