As curiosidades do leite da California
Estado árido, sem água e de clima quente, a Califórnia é o maior produtor de leite dos Estados Unidos. As fazendas são pequenas e 90% do rebanho não é registrado. O leite se concentra no vale de São Joaquim.
OCUPANDO atualmente o primeiro lugar na produção leiteira dos Estados Unidos, O Estado da Califórnia se caracteriza pela exploração intensiva e extremamente tecnificada. A raça holandesa preto e branco predomina no rebanho.
A Jersey vem crescendo bastante, porque oferece aos produtores a possibilidade de aumentar sua renda pelo fato do leite dessa raça ter maiores quantidades de gordura e de proteína. Essa tendência verifica-se não apenas na Califórnia, mas em todo os EUA.
SEGUNDO dados do Departamento de Agricultura dos EUA em 1995, a Califórnia possui o segundo maior rebanho leiteiro, ao redor de 1,3 milhão de vacas em lactação e ocupa o primeiro lugar em produção, com cerca de 36 bilhões de litros de leite por dia, o que dá uma excelente produção média de 29 kg/vaca/dia.
O vale de São Joaquim, que se localiza no coração do estado da Califórnia, possui cerca de 70% do rebanho leiteiro do estado. O relevo da região se caracteriza por uma planície circundada por montanhas, o que forma o vale. O solo é arenoso e o clima subtropical, tendo como principal característica a concentração de chuvas no outono e inverno.
IRRIGAÇÃO- No verão não chove e o fato mais marcante deste período são as médias de temperatura que ocorrem durante o dia, variando de 30º a 35º C. Para que seja possível as culturas de verão, como milho, base para a alimentação animal, os produtores fazem irrigação com a água proveniente do degelo da neve que cai durante o inverno nas montanhas que circundam o vale. Na região, praticamente 100% das plantações são irrigadas.
As propriedades da Califórnia têm em média cerca de 500 animais em lactação, com uma produção de 15 mil a 18 mil litros de leite/dia. Há fazendas que são recordistas em produção por vaca, onde médias por lactação chegam a até 44 litros diários. Há outras que são recordistas em produção total de leite por fazenda, onde produções de 65 mil a 85 mil litros de leite/dia são uma constante o ano inteiro.
TAMANHO- Cada propriedade tem tamanho de 50 a 200 alqueires e os animais em lactação são criados no sistema intensivo de free stall. A ração é fabricada na própria fazenda. O feno de aveia e alfafa são adquiridos de terceiros, inclusive de outros estados.
A silagem, basicamente de milho, é feita e armazenada na propriedade. Os silos, a maioria de superfície, são gigantescos, com capacidade de armazenamento variando de 8 mil a 12 mil toneladas. As ordenhas são realizadas 2 a 3 vezes ao dia, com ordenhadeiras mecânicas aptas a trabalhar 16 a 64 animais ao mesmo tempo.
ÊNFASE- A assistência veterinária é quinzenal ou mensal, onde são avaliados com maior ênfase os aspectos reprodutivos do renbanho. Há ainda atendimentos emergenciais e assessoria à produção. Nutricionistas e especialistas em produção animal prestam consultoria e visitam as propriedades frequentemente.
A remuneração por litro de leite é de 0,27 dólares. A melhor alternativa de comercialização do leite é por meio de cooperativas. As cotas das cooperativas para a compra do leite são caríssimas, e o produtor pode adquirí-las da própria cooperativa, se esta for uma nova indústria, ou comprando de outros produtores.
REGISTRO- O preço dos animais é de 1.500,00/1.800,00 dólares para novilhas com prenhês confirmada e de 1.000,00/1.250,00 para vacas. Cerca de 90% do plantel leiteiro californiano não possui registro genealógico. A cada 100 animais em produção por ano, é possível se ter uma receita de 30 mil dólares anuais.
O fato mais intrigante da exploração leiteira no estado da Califórnia, que em muitas regiões mais parece um deserto, é que os produtores são obrigados a captar água a mais de 500 km de distância de suas propriedades.
Especialista em Reprodução Animal
Londrina - PR