Kerry Blue Terrier
História da Raça
A raça surgiu na Irlanda, onde também é conhecido como Irish Blue, mais precisamente na extremidade sudeste do país nos montes Kerry, no condado de Kerry no século XVIII. xistem inúmeras versões sobre sua descendência a mais aceitável é de que tenha como antepassados o Irish Terrier, o Dandie Dinmont Terrier e o Bedlington Terrier.
Observando o Kerry Blue é fácil deduzir que nos cruzamentos, feitos por irlandeses que viviam no campo, a intenção era fixar uma gama de características que lhes fossem úteis na vida no campo, e o trabalho atingiu seu objetivo, ou seja, um cão de porte médio (para se impor no pastoreio do gado, na defesa do rebanho de ovelhas e na guarda da casa e de seu dono ou família), de fácil manutenção (sua pelagem densa é constituída de fios espessos e ondulados, fazendo com que a pelagem fique “armada” evitando os “nós” e promovendo ventilação entre os pêlos, fazendo com que o cão não apresente mau cheiro),muito rústico e resistente, obediente, afetuoso, leal, corajoso, de reflexos rápidos, ágil, mais sofisticado e introvertido (temperamento mais ameno, calmo) que outros terriers, excelente companheiro, sempre alerta e um caráter tipicamente irlandês: simpático, impulsivo e astuto. Na guarda do dono ou da casa além de todas essas características tem uma impulsão nas patas traseiras chegando quase a uma altura de 1,8 metros do chão, dentes grandes e fortes e uma mordedura extremamente poderosa.
No campo sua vida era extremamente ativa, poderia pela manhã reunir o gado para a ordenha, pastoreava e protegia ovelhas ou vara de porcos, à tarde caçava roedores nos estábulos e de noite dormia dentro de casa fazendo a guarda e proteção da família, além de participar de caçadas a aves e pequenos animais com seu dono. Desde o início do processo de formação da raça, apenas exemplares que exerciam com eficiência todas essas tarefas eram utilizados para a reprodução, conseguindo assim, descendentes com as mesmas qualidades dos pais e acima de tudo animais extremamente resistentes e rústicos que dificilmente adoecem.
Depois de viver no campo com muito êxito, foi levado para a cidade em fins do século XIX, foi de tal maneira bem aceito, apreciado e amado que, depois da independência irlandesa em 1.937, foi considerada uma raça nacional por excelência, pois não houve nenhuma modificação física estrutural quando saiu de seu país de origem, a única modificação ocorrida foi na introdução de uma tosa específica para sua pelagem pêlos ingleses, americanos e canadenses ( tosa que teve tanto sucesso que levou os criadores de poodles a imitá-la), na Irlanda não é permitido nenhum tipo de tosa. O orgulho dos irlandeses pela criação do Kerry Blue Terrier chegou ao ponto da raça ser considerada, juntamente com o Trevo, o símbolo do país. Na cidade, além de ser ótima companhia e guarda da casa, foi requisitado pela polícia em diversos países europeus, não só para detectar tóxicos com seu faro apuradíssimo, mas também, sendo adestrado para o ataque e obediência contra ladrões e rondas em locais públicos de grande circulação de pessoas, devido a seu médio porte e equilibrado temperamento, sem causar incômodos e pelo exército Britânico durante a Segunda Guerra Mundial, com bastante êxito nas atividades militares. Entre todos os terriers o Kerry Blue é considerado o “factótum”, quer dizer, “o que faz tudo”.
O padrão da raça foi descrito pela primeira vez no fim da Primeira Guerra Mundial. Embora tenha participado de mostras em fins do século passado, somente foi introduzido oficialmente em Londres, em 1.922 (primeira empreitada da raça fora de seu país de origem), ano da fundação, na Inglaterra, do primeiro Kerry Blue Terrier Club, pouco anterior à fundação do clube irlandês.
Muito importante como cão de exposição, em 1.979, na exposição “Crufts Dog Show” (Inglaterra), a raça contou com a apresentação do campeão inglês e americano Callagham of Leander, proclamado “Best in Show” (o melhor animal em exposição), após concorrer com 8.154 de todas as raças, dos quais apenas 46 eram Kerry Blues. Nas exposições da Europa, fora da Inglaterra, é também freqüentemente um exemplar da raça ser premiado como “Melhor do Grupo dos Terriers”. Algumas ocasiões mostram-se particularmente inesquecíveis para os criadores, quando o único Kerry Blue inscrito conseguia o título de “Best in Show”.
Mais numerosos nos Estados Unidos (maior e melhor centro criador atual) do que na própria Irlanda, os cães da raça obtiveram êxito também na Itália, conquistando 37 títulos no período entre 1.954 e 1.983. Nos países onde não é difundido, registram-se dois campeões, por ano, em média.
O Kerry Blue no Brasil
A história do Kerry Blue no Brasil é bastante gloriosa no que diz respeito a premiações dos primeiros exemplares importados, mas poucos foram os que deixaram descendentes.
O primeiro exemplar da raça no Brasil, de que se tem notícia, foi o macho Shellalag’s Vikor, importado já com vários títulos dos Estados Unidos da América no ano de 1.978, sendo consagrado melhor cão do Brasil em 1.979 (ranking C.B.K.C. – Confederação Brasileira de Cinofilia); mais tarde em 1.982 chega a fêmea Mauveen of the Heath Park da Holanda, a tentativa de acasalamento com Vikor não obteve sucesso (Vikor morreu sem deixar descendentes no Brasil). Em 1.983 chega ao Brasil o macho Paxon’s Path to Glory, de propriedade de Maria Alice, acasalado em novembro de 1.984 com Mauveen, no dia 12 de Janeiro de 1.985 nasceu, possivelmente, a primeira ninhada de Kerries do Brasil.
Outro título de destaque conquistado por um Kerry foi o de melhor cão de 1.987 (ranking C.B.K.C.) pela fêmea Kel Lee’s Formidable Glory, que, como Vikor, não deixou nenhum descendente.
O grande impulso, em termos de criação e divulgação da raça se deve ao canil Longchamp que iniciou seu trabalho com a fêmea Clarksville Blueberry (nascida na ninhada descrita anteriormente), importou, primeiramente, o macho Paxon’s Silver Bullet em outubro de 1.987, a fêmea Paxon Company of Longchamp e mais tarde o macho Tontine’s Clowning Around em 1.990, que veio a morrer alguns meses depois da importação, detentor de alguns “Best in Show” (melhor da exposição) no Brasil e deixando três ninhadas de descendentes, destacando-se seu filho Billy Boy Blue of Longchamp (ascido em 1.990, obteve vários “Best in Show” e o título de “Grande Vencedor Nacional”) e seu neto Blue Jazz of Blue Champ (nascido em janeiro de 1.993, “Best in Show” aos “6 meses” de idade e 2o Melhor Terrier do Brasil de 1.993 aos “14 meses” de idade), sendo estes dois últimos de propriedade do canil Totteen.
Filhotes com 45 dias
Padrão Oficial C.B.K.C.
Aparência Geral
O Kerry Blue típico é altivo, bem construído e proporcionado, exibindo bom desenvolvimento muscular, com o estilo estrutural típico de um terrier.
Comportamento e Temperamento
Caráter terrier em sua totalidade. O mais importante fator expressivo – severidade e atenção.
Cabeça
Blue By Blue of Longchamp – Fêmea
Campeã e Grande Campeã
Criador: Reynaldo Farah
Props: Anahy Thierry Gasparini Luize Forte e bem proporcionada, apresentando fartura de pelagem. Focinho de comprimento médio. A cabeça dos machos deve ser mais forte e musculosa do que a das fêmeas.
Stop: leve.
Trufa: preta, narinas grandes e amplas.
Dentes: alinhados, grandes e brancos; mordedura em tesoura.
Boca: gengiva e palato escuros.
Mandíbula: forte e musculosa (punishing jaws)
Olhos: de tamanho médio, bem inseridos, escuros ou castanho escuros e expressão severa.
Orelhas: finas, largura moderada, portadas voltadas para a frente ou caídas rente às faces. Na posição para a frente, expressa a severidade aguda do terrier.
Pescoço: Moderadamente longo, bem proporcionado e bem inserido nos ombros.
Tronco
Ombros: refinados, inclinados e bem articulados.
Peito: profundo e moderadamente largo. Costelas bem arqueadas.
Dorso: de comprimento médio, nivelado e lombo curto.
Cauda: fina, bem inserida e portada empinada.
Membros
Anteriores: visto de frente, retos e de boa ossatura.
Posteriores: coxas musculosas, bem desenvolvidos, jarretes fortes, bem posicionados sob o cão.
Patas: compactas, fortes e redondas, unhas pretas.
Pelagem: Macia, farta e ondulada.
Cor: azul de qualquer tonalidade, com ou sem a extremidades (cabeça, patas e cauda) pretas.
Talhe
Altura na cernelha:
machos- 45,5 a 49,5 cm
fêmeas- 44,5 a 48 cm
Peso:
machos- 15 a 18 Kg
fêmeas – proporcionalmente menos.
Características Indesejáveis
Cabeça: gengivas cor de carne, prognatismo, mas se for leve, não deve ser visto como falta.
Olhos: amarelos ou esgazeados.
Frente: peito estreito.
Dorso: selado ou carpeado.
Membros: cotovelos para fora; cor branca ou creme; ergôs nos posteriores ou cicatrizes da remoção.
Movimentação: juntando jarretes ou jarretes de vaca; movimentação saltitante nos posteriores. Exemplares, cuja cabeça ou a cauda forem mantidas altas pelos expositores ou handlers, deverão ser penalizados.
Pelagem: dura, de arame ou manchada.
Cor: qualquer cor diferente do azul, excetuando-se as descritas acima.
NOTA: os machos devem apresentar dois testículos de aparência normal, bem desenvolvidos e acomodados na bolsa escrotal.
As informações deste artigo foram fornecidas pelo
Canil TOTTEEN de propriedade de Anahy Voss Di Giaimo Thierry G. Luize
Americana – São Paulo – Brazil