Abelha – Colméia
A apicultura racional nasceu quando o homem desenvolveu o sistema de quadros móveis instalados em colméias. Até então, o homem simplesmente pilhava o mel das abelhas que vivem em abrigos naturais, como ocos de árvores, cupins, fendas de pedras etc., ou procurava criá-las em caixas rústicas de madeira, cestos de palhas e outros recipientes. Mas os resultados não eram dos melhores. A pilhagem do mel de colméias naturais é, quase sempre, única, já que devidos aos estragos provocados à colônia, a família enxameia ou acaba morrendo.
No caso da criação de abelhas em caixas rústicas de mel é muito pequena e o produto é de péssima qualidade, pois ele é obtido espremendo – se os favos que são recortados e removidos das colméias.
Na apicultura racional este problema foi solucionado com invenção dos quadros móveis. Trata-se de uma engenhosa invenção de apicultores do final do século passado. A apicultura moderna, racional, que permite a produção de grandes quantidades de mel, pólen e outros produtos de grande, começou com desenvolvimento deste sistema, que consiste em induzir as abelhas a construírem seus favos em quadros dispostos verticalmente na colméia contruída para abrigar a família. Este sistema oferece uma série de vantagens de ordem prática.
O sistema de quadros móveis permite que o apicultor inspecione o interior da colméia e intervenha sempre que for preciso: eliminando favos velhos, controlando focos de pragas (como as traças), trocando a posição dos quadros, prevenindo a enxameação.
Este sistema permite também a utilização de lâminas de cera alveolada- que produzem enormemente o trabalho das abelhas -, possibilita o emprego de alimentadores artificiais (que garantem alimento à família durante o outono e o inverno), permite o reaproveitamento dos favos, e, mais importante, a contínua colheita de mel.
Além destas vantagens, as colméias dotadas de quadros móveis podem ser fortalecidas com a introdução de um quadro quadro de mel ou de crias de outra colméia – como veremos mais tarde.
TIPOS DE COLMÉIAS
Conhecem -se hoje mais de 300 diferentes tipos de colméia; que variam em função de adaptação climática, manejo, etc. Mas todas elas apresentam a mesma constituição básica: um fundo, ou assoalho, um ninho que é compartimento reservado ao desenvolvimento da família – a melgueira, compartimento onde é armazenado e mel, os quadros, nos quais são moldados os favos de mel ou de cria, e uma tampa, que reveste toda a colméia.
Todas estas peças – assoalho, ninho, melgueiras, quadros e tampa – são móveis- podem ser retiradas a qualquer momento o que facilita o trabalho de intervenção do apicultor. Outra vantagem: por móvel, este sistema permite que a colméia receba mais melgueiras na época de floradas abundantes- aumentando assim a produção de mel- e, por outro lado, seja reduzida nos períodos de escassez. Dada essa facilidade de modalidade, este tipo de colméia – o único utilizado pelos verdadeiros apicultores – é chamado de mobilista.
Diferentes materiais podem ser empregados na construção das colméias; madeiras, fibra de vidro, amianto, concreto, isopor etc. No entanto, dá-se preferência, por razões de ordem prática e econômica, a madeira.
Mas não é só no material que as colméias diferem. Há uma afinidade de modelos de colméias, sendo que a mais indicada para as nossas condições é a colméia Langstroth, ou Americana. Idealizada por um dosa pais da moderna apicultura, o pastor Lorenzo Langstroth, este tipo de colméia é a mais utilizado em todo o mundo e é recomendada pelo padrão pela Confederação Brasileira de Apicultura e o Ministério da Agricultura.
O ESPAÇO- ABELHA
Langstroth desenvolveu sua colméia quando descobriu o que se chama hoje de espaço abelha, que é o menor espaço livre que pode existir no interior de uma colméia, para permitir a livre movimentação das abelhas.
Este espaço abelha é uma descoberta muito importante. Ele é a própria referência da abelha no interior da colméia. As abelhas vedam, com própolis, todas as frestas e vão inferiores a 4,8mm e constroem favos nos espaços superiores a 9,5mm.
Ao descobrir esta característica das abelhas, Langstroth desenvolveu um tipo de colméia, compostos por dez quadros, que mantém, entre si e entre as paredes, a segura distância de 9mm, em média. Isto é conseguido com o uso dos quadros Hoffmann, dotados de espaçadores automáticos, ou seja, que já mantêm o chamado espaço – abelha entre si.
Por se tratar de um objetivo que reclama precisão e exatidão, em termos de dimensões e medidas, não é aconselhável ao apicultor iniciante produzir suas próprias colméias. Mais fácil e prático é adquiri-las já prontas.
TELA EXCLUIDORA
Outro importante avanço da apicultura racional. A tela excluidora – na verdade uma chapa perfurada- não permite que a rainha se desloque do ninho para a melgueira, onde poderia depositar seus ovos e comprometer o mel. A tela excluidora, instalada entre o ninho para a melgueira, permite apenas e tão somente a passagem das operárias do ninho para a melgueira, onde depositarão o mel que, mais tarde, será colhido pelo apicultor.
O ALVADO
O alvado é o que se pode chamar de porta de colméia. É um acessório regulável e de grande importância para a defesa da família. Trata-se de um sarrafo que é instalado na entrada da colméia, de forma a permitir a entrada e saída das abelhas. Nos períodos de frio, esta é reduzida, para conservar maior calor no interior da colméia. Nas épocas de floradas ou de calor, esta abertura é aumentada.
CERA ALVEOLADA
Outro importante aperfeiçoamento da apicultura moderna foi o desenvolvimento da cera alveolada. Com este material o produtor poupa trabalho de sua abelhas e ganha tempo na produção de mel. A cera alveolada é uma lâmina de cera abelha prensada, que apresenta, de ambos os lados, o relevo de um hexágono do mesmo tamanho do alvéolo, que servirá de guia para a construção dos alvéolos dos favos.
A cera é fixada por meio de um arame que corre por dentro dos quadros. Normalmente, os quadros já são vendidos com o arame, e sua instalação é fácil de ser feita. Para soldar a cera ao arame, use a extensão de uma tomada com fio dos dois pólos elétricos ligados a uma resistência- dessas que servem para aquecimento de ambientes – com duas saídas: descanse a lâmina de cera sobre o arame. Em seguida, com o auxilio de dois fios condutores, provoque um pequeno rápido curto nas extremidades do arame.
Pronto! A cera se soldará automaticamente pela ação do calor provocado pelo curto- circuito. Atenção porque uma descarga muito prolongada poderá derreter a cera – impossibilitando sua fixação. Mas o método é pratico e largamente empregado pelos apicultores
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