Setter Inglês
O setter inglês distingue-se, segundo a cor da pelagem, em três variedades: o lemon belton, de pelagem branca com manchas cor de laranja, o blue belton, de pelagem branca com manchas e pintas preto-azuladas, e o liver belton, de pelagem branca com manchas castanhas. O blue belton, às vezes, mostra tonalidades cor de fogo acima dos olhos, neste caso são chamados tricolores.
Este setter também é denominado setter lawerack, embora impropriamente: o lawerack constituiu em outra época uma variedade importante de setter inglês, hoje quase desaparecida.
Originalmente, o setter era de cor branca com manchas pretas e vermelhas; tinha, além disso, uma constituição um tanto maciça. Colaboraram para refina-lo vários criadores, que dedicaram os seus esforços e cuidados a este cão; entre eles estava Lawerack. De origem muito modesta, (quando jovem exercia o ofício de sapateiro), herdou dum parente distante uma grande fortuna, o que lhe permitiu dedicar-se à sua paixão: a caça. Foi assim que advertiu que o setter, então existente no condado de Shrop, não possuía as qualidades cinegéticas e estéticas que desejava. Adquiriu dois exemplares brancos com pintas azuis (blue belton), iniciou a criação e a seleção. Empregou toda a vida nesta tarefa, mas finalmente conseguiu criar cão magnífico. Aos setenta e três anos de idade publicou um livro – The setter – que ainda hoje é considerado um das obras mais interessantes da literatura cinófila. Mas, como foi dito, Lawerack limitou-se a selecionar uma linha se setter, os quais, embora maravilhosos, foram logo superados por outros, principalmente pelos exemplares que Llewellin, sucessor de Lawerack, levou a um alto grau de perfeição. Ainda hoje, os exemplares deste linha são muito apreciados (setter llewellin), também modificados pela constante obra de seleção a que foram submetidos no transcorrer do tempo.
PADRÃO DA RAÇA – Bruno Tausz
Padrão FCI Nº 2 / 07 . 09 . 1998 / GB
Origem: Grã-Bretanha.
Data da publicação: 24/ 06/1987.
Utilização: cão de aponte.
Classificação F.C.I.: Grupo 7 Cães de Aponte.
Seção 2.2 – Pointeres e Seteres britânicos e Irlandeses
Com prova de trabalho.
ASPECTO GERAL: de tamanho médio, com os contornos definidos e de estampa e movimentação elegantes.
COMPORTAMENTO / TEMPERAMENTO: muito ativo, com forte instinto de caça. Extremamente amistoso e de boa índole.
CABEÇA: portada alta, longa, razoavelmente seca.
REGIÃO CRANIANA
Crânio: bem desenvolvido, oval entre as orelhas, com a protuberância do occipital bem marcada.
Stop: bem definido.
REGIÃO FACIAL
Trufa: de cor preta ou fígado, de acordo com a cor da pelagem. Narinas são largas.
Focinho: moderadamente, profundo e bem quadrado. A distância, da ponta da trufa ao stop, é igual ao comprimento do crânio, desde o stop até o occipital.
Lábios: devem ser, moderadamente, pendentes
Maxilares / dentes: maxilares fortes de comprimento aproximadamente igual. Dentes perfeitos e mordedura em tesoura perfeita, regular e completa. Dentes superiores articulam-se sobrepostos rentes aos inferiores e dispostos em posição ortogonal aos maxilares. É desejável a dentadura completa.
Olhos: ovais e inseridos no plano da pele, brilhantes, meigos e expressivos. Cor variando entre o avelã e o marrom escuro, melhor, o mais escuro. Somente no fígado belton, os olhos, ligeiramente, mais claros são aceitáveis.
Orelhas: de comprimento médio, inserção baixa, portadas caídas, rente às faces, em dobra nítida; e a ponta aveludada, a região proximal é revestida de pêlos finos e sedosos.
PESCOÇO: razoavelmente longo, musculoso e seco, levemente, arqueado na nuca e, nitidamente, recortado onde ele se articula com a cabeça. Na direção do ombro, se alarga, bem musculoso, de forma elegante e sem barbela.
TRONCO: de comprimento médio.
Dorso: curto e nivelado.
Lombo: largo, ligeiramente arqueado forte e musculado.
Peito: profundo no antepeito, boa profundidade entre as escápulas. Costelas arredondadas, bem arqueadas; profundo, no prumo das costelas falsas, isto é, com a caixa torácica bem desenvolvida.
CAUDA: inserida no alinhamento da linha superior, de comprimento médio, até no máximo o nível dos jarretes, Bandeira ou franjas pendentes em longas mechas. As franjas iniciando logo abaixo da raiz da cauda, são maiores no segmento medial e diminuem suavemente para a ponta: pêlos longos, brilhantes, macios e sedosos, ondulados mas não encaracolados. Portada quase nivelada ao dorso, em sutil curva ou em forma de cimitarra, sem tendência a se elevar, com movimento vigoroso e açoitante.
MEMBROS
ANTERIORES:
Ombros: oblíquos e bem angulados.
Cotovelos: bem baixos, trabalhando rente ao tórax.
Antebraços: retos e bem musculados, com ossos de seção redonda.
Metacarpos: curtos, fortes, retos e de seção redonda.
POSTERIORES: bem musculados incluindo as pernas. Longos da garupa ao jarrete.
Coxas: Longas.
Joelhos: bem angulados.
Jarrete: é bem curto e, perfeitamente, direcionado para frente.
PATAS: bem almofadadas, compactas, protegidas por pêlos entre os dígitos, bem arqueados.
MOVIMENTAÇÃO: fluente e graciosa, revelando velocidade e resistência. A movimentação dos jarretes revela forte propulsão nos posteriores, que, vistos por trás, trabalham aprumados. Cabeça portada naturalmente alta.
PELAGEM
PÊLOS: desde a nuca, alinhada com as orelhas, a pelagem é longa e sedosa, ligeiramente ondulada, sem ser encaracolada ou encacheada; nos segmentos proximais dos membros anteriores e posteriores, cai, bem franjada.
COR: preto e branco (azul belton), laranja e branco (laranja belton), limão e branco (limão belton), fígado e branco (fígado belton), ou tricolor, isto é, azul belton-e-castanho ou fígado, belton-e-castanho; aqueles sem manchas grandes pelo corpo, mas salpicadas (belton) são os preferidos.
TALHE:
machos: 65 a 68 cm
fêmeas: 61 a 65 cm
NOTA DA COMISSÃO DE PADRÕES: “BELTON” é um termo usualmente utilizado para a descrição da pelagem característica do seter inglês. Belton é uma vila em Northumberland. Este termo foi criado e divulgado pelo livro sobre o seter inglês escrito pelo Sr. Edward Lavarack, criador que exerceu preponderante influência no atual aspecto da raça.
FALTAS: qualquer desvio, dos termos deste padrão, deve ser considerado como falta e penalizado na exata proporção de sua gravidade.
NOTA: os machos devem apresentar dois testículos, de aparência normal, bem desenvolvidos e acomodados na bolsa escrotal.
Diretora de Conteúdo e Editora Chefe