Saúde Animal

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Fratura em Aves




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As fraturas são mais comuns do que a maioria das pessoas imagina. Recebo quase que diariamente casos de atropelamentos, quedas de gaiolas, correntes de pé (um crime!), acidentes com animais domésticos, dentre tantos outros.

Em minha casuística as fraturas de fêmur, tibiotarso, coluna (próximo ao sinsacro), radio e ulna são a grande maioria.

Os sinais são muito variáveis e tentarei abordá-los de maneira superficial, mas abrangente. A queda alar é geralmente observada em traumatismos, mas devemos atentar para toxicose por chumbo, neuropatias e até mesmo deficiências nutricionais. Como exemplo a utilização de alimento inadequado com alto nível de proteínas ou deficiente em cálcio em aves aquáticas (anatídeos, por exemplo), pode causar uma rotação na asa distal das aves, resultando na tão conhecida “asa de avião”. Os inchaços articulares são achados comuns, mas nem sempre estão relacionados com fraturas ou luxações. Traumas de tecidos moles, luxações, gota úrica, neoplasias, infecções bacterianas articulares, afecções fúngicas, deficiências de ácido pantotênico, biotina ou zinco, podem estar ligadas a estes inchaços articulares. A claudicação pode estar presente em todas as patologias acima descritas.

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O exame físico mais história (anamnese) são fundamentais para se aproximar de uma suspeita diagnóstica mais provável. Exames complementares como Rx, aspirados e citologias são, na maioria dos casos, imprescindíveis para a conclusão do caso clínico. Aves gravemente acometidas devem ser estabilizadas para somente após fazer-se uso de exames complementares. Nós médicos veterinários devemos sempre atuar localmente nunca deixando de pensar globalmente; atentarmos para as correções dietéticas, ambientais (espaço físico), objetos inadequados nos recintos, acesso à luz solar, brigas com outras aves da mesma ou de outras espécies, empregados, aliviar a dor do paciente, manipulação delicada durante exame físico e exames laboratoriais para evitar fraturas iatrogênicas ou até mesmo piora da fratura já existente e estabilização do quadro é nossa obrigação.

As fraturas são reparadas com a utilização de pinos intramedulares, transfixação externa (muito utilizado pelo Dr. Avery Bennett), placas, repouso, ataduras, talas, atentando sempre para a estabilização do foco de fratura. As vantagens do reparo cirúrgicos das fraturas incluem um aumento da estabilidade, aumento da probabilidade de retorno da função normal e freqüentemente uma cicatrização mais rápida. As desvantagens incluem um aumento dos gastos, mais trabalho intensivo inicialmente, exigências de um conhecimento da anatomia e das técnicas de reparo associadas, os fixadores externos são pesados e incômodos, e os pinos intramedulares podem diminuir a formação de calo intramedular. Às vezes se faz necessário a utilização de colar protetor para evitar o bicamento do material utilizado no reparo da fratura.

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Carlos Alexandre Pessoa
Médico Veterinário - CRMV/SP: 8621
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