Tétano – Doenças e Afecções em Cavalos
O Tétano é uma toxi-infecção aguda, que atinge o homem e animais domésticos, causada pela toxina do clostribium tetani ou Bacilo de Nicolaier, e que se caracteriza pelo aparecimento de espasmos musculares tônicos e hiperexcitabilidade reflexa.
Os equinos são particularmente suscetíveis, mas a ocorrência é realtivamente rara. A infecção se dá geralmente através de feridas acidentais ou cirúrgicas, em contato com o esterco e com a terra, principalmente se esta tiver sido estercada. Os potros recém-nascidos estão sujeitos à infecção umbilical.
Este bacilo forma esporos com capacidade de persistência no solo durante anos. Resistente à fervura de 100ºC por 60 min. Os esporos do bacilo tetânico são freqüentes nas fezes de animais, principalmente de eqüinos, e em cerca de 40% das amostras de solos.
A transmissão se dá nos solos cultivados, currais e estábulos que, são as mais comuns fontes de infecção e as portas de entrada do bacilo são as feridas profundas não-arejadas, onde os esporos podem permanecer latentes por algum tempo nestes tecidos, somente produzindo a enfermidade em condições favoráveis de proliferação.
Nos eqüinos o acesso da infecção se dá com maior freqüência em lesões nos cascos (pregos etc.), cordão umbilical, aparelho genital etc.
Nos bovinos pode-se instalar através de feridas resultantes de colocação de argola no focinho; da amputação dos chifres; da castração e de traumatismo da parição.
Depois que penetram no organismo, as bactérias e seus esporos elaboram duas potentes toxinas ou venenos, que entram na corrente sangüínea e vão agir nos grandes centros nervosos e também produzir espasmos tônico-clônicos.
SINTOMAS – O período de incubação varia normalmente de uma a três semanas, porém, às vezes, dura até quatro meses. É mais curto nos animais novos. Os principais sintomas são:
- mastigação fraca e degliutição lenta e difícil;
- rigidez muscular;
- protusão da membrana nicititante;
- ereção da orelha;
- ventre recolhido;
- pescoço estendido para a frente e a cabeça mais ou menos fixa;
- patas abertas e tesas, lembrando um cavalete;
- narinas dilatadas;
- movimentos cada vez mais lentos até a imobilização total;
- espasmos generalizados;
- tremores musculares, quando o animal é excitado.
A morte vem através do esgotamento, paralisia dos órgãos internos ou pneumonia. Algumas vezes, no curso do tétano, pode haver remissões dos sintomas gerais, o que dá uma falsa impressão de melhora do animal.
PROFILAXIA – O tétano pode ser evitado:
vacinando o animal anualmente.
usando soro anti-tetânico antes das itervenções cirurgicas ou depois de ferimentos que possam facilitar a infecção;
evitando o contato das feridas profundas com terra ou qualquer sujeira;
cuidando da assepsia do instrumento cirúrgico e da antissepisia das feridas;
desinfetar, tão cedo quanto possível, feridas recentes dos eqüinos;
eliminando os objetos pontiagudos que possam causar ferimentos acidentais.
TRATAMENTO – O tratamento é difícil e problemático, devendo-se chamar um veterinário que poderá usar vários recursos em animais de valor, entre eles:
- limpar as feridas, lavá-las com água oxigenada e aplicar anti-séptico adequado;
- aplicação de Soro Anti-tetânico em doses maciças, acima de 100 000 unidades, por via endovenosa e
- repiti-las quando necessário;
- dar alimentação líquida, de fácil deglutição;
- conservar o doente em local abrigado e sosegado, se possível isolado e escuro;
quando o animal não puder permanecer de pé, suspendê-lo com uma faixa e colocar a água e os alimentos à altura da boca.
BIBLIOGRAFIA:
Millen, Eduardo – Guia do Técnico Agropecuário “Veterinária e Zootecnia”
Instituto Campineiro de Ensino Agrícola, 1984
Edwarads, Elwyn Hartley – Horse
A Dorling-Kindersley Book – 1993
Santos, Ricardo de Figueiredo – Eqüideocultura
J. M. Varela Editores, 1981
Torres, A. Di Paravicini e Jardim, Walter R. – Criação de Cavalos e outros eqüinos
Nobel, 1987
Diretora de Conteúdo e ditora Chefe