Comer (adequadamente) é o melhor para poder crescer
Existem mais de 400 raças de cães e elas são bem diferentes. A Confederação Brasileira de Cinofilia (que segue a Federação Cinófila Internacional) categoriza estas raças em 11 grupos: o dos cães pastores e boiadeiros, o dos Pinschers e Schnauzers, Raças Molossóides, Boiadeiros Suíços e Montanheiros, o dos Terriers, o dos Dachshund (Teckels), o dos Spitz e Cães do Tipo Primitivo, o dos Sabujos Farejadores e Raças Assemelhadas, o dos Cães Apontadores, o dos Retrievers, Levantadores e Cães d’Água, o dos Cães de Companhia, o dos Lebréis e o das Raças Não Reconhecidas pela FCI, respectivamente.
Estas raças são muito diferentes entre elas e sua variedade de tamanhos é a maior dentre os mamíferos, podendo chegar a mais de 100 vezes entre uma raça miniatura, como o Chihuahua e uma gigante como o São Bernardo.
Se essas raças são assim tão heterogêneas fica fácil entender porque a forma como elas crescem também é diferenciada. Enquanto as raças pequenas atingem o seu peso adulto entre os 8 e 12 meses (dependendo da raça), as gigantes têm o crescimento prolongado até os 18 ou 24 meses. E este desenvolvimento diferenciado exige uma alimentação diferenciada, pois aquela musiquinha antiga que muitos da minha geração ouviram “Comer, comer é o melhor para poder crescer” vale não apenas para as crianças, mas para todas as espécies. Mas comer bem, não significa comer sem parar, comer exageradamente!
Energia (as calorias do alimento) e proteína e cálcio são críticos durante esta fase de crescimento. As necessidades de energia são altas nos primeiros meses e depois vão reduzindo até que o cão atinja o seu peso adulto; as proteínas são importantes na formação dos novos tecidos e precisam ter alta qualidade (para que forneçam todos os aminoácidos essenciais); e o cálcio é importante no desenvolvimento ósseo.
O manejo nutricional deve evitar a subalimentação, mas também não deve promover a superalimentação. O mais comum, na atualidade, com a grande disponibilidade de alimentos no mercado de nutrição de animais de companhia são os casos de superalimentação. E para cães de raças grandes e gigantes, o excesso de energia e cálcio nesta fase de crescimento, por exemplo, leva ao desenvolvimento de doenças ósseas e articulares.
Dessa forma, é importante fornecer aos grandões as alimentações controladas, baseadas nas necessidades de energia diárias para evitar que o crescimento seja acelerado. Há, no mercado, alimentos formulados especialmente para atender as necessidades específicas desses amigos.
E tenha em mente: Nunca forneça suplementação ao seu amigo sem a orientação de um profissional.
Médica Veterinária, Dra. em nutrição de cães e gatos