Saúde Animal

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Rafeiro do Alentejo




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rafeiro02O Rafeiro do Alentejo, também chamado de Mastim Português ou Mastim do Alentejo, é uma antiga raça canina originária da região alentejana de Portugal, utilizada como cão de guarda de rebanhos bovinos. Trata-se de um animal de natureza agressiva e grande independência.  Como a maioria dos mulossos europeus, acredita-se que tenha descendido dos cães corpulentos do Ribatejo ou do Tibete.

Sabe-se que o nome “Rafeiro do Alentejo” é utilizado desde o fim do século XIX. A designação vem provavelmente da concepção que a população fazia do cão: um cão rafeiro que era comum na região.

O Corpo robusto lembra muito o de um são bernardo mas sua cabeça se assemelha à de um urso. Este imponente animal é o maior e mais bonita entre as raças portuguesas.

O corpo do Rafeiro do Alentejo é mais comprido do que alto. Os membros são musculosos e têm um pelo mais macio. A cauda é comprida e curva na extremidade.

rafeiro01O pêlo desta raça é de preferência de tamanho médio, mas também pode ser curto. Espesso e liso, o pelo distribui-se de forma equalitária pelo corpo. Pode ser visto nas cores preta, lobeira, fulva ou amarela. São permitidas malhas brancas ou nas outras cores aceites. Os padrões raiado, riscado e tigrado também são aceites.

O que se sabe é que esta raça tem sido usado para mover os ovinos das montanhas do norte de Portugal para o planalto do Alentejo e de volta para a montanha. Devido às mudanças na agricultura e na pecuária, e da eliminação de predadores de grande porte, a raça deixou de ter uso económico e começou a declinar. Criadores, no entanto, têm sido capazes de manter a raça viva, embora, em Portugal, ainda é considerada “vulnerável”.

Acredita-se que o Rafeiro do Alentejo tenha sido difundida durante a época dos Descobrimentos, sobretudo pelos pescadores que visitavam regularmente a Terra Nova. É com base nesta teoria que se defende que o Rafeiro do Alentejo seja um dos antepassados do Cão da Terra Nova, o Newfoundland.

Apesar da antiguidade desta linha, o Rafeiro do Alentejo teve de esperar até meados do século XX para se ver livre da classificação de rafeiro. Ironicamente, o nome escolhido para a raça acabou por ser o nome colocado pela população. Em 1940, foi realizado um censo por dois cinófilos, António Cabral e Filipe rafeiro_puppyRomeiras, para tentar determinar o número de Rafeiros do Alentejo existiam na região. Este foi o ponto de partida para a realização do estalão e o reconhcimento da raça pelo FCI que veio em 1967. O Rafeiro do Alentejo é reconhecido pela Fédération Cynologique Internationale, junto com outras raças portuguesas (o Cão da Serra da Estrela e o Cão de Castro Laboreiro), no grupo 2 e seção 2. A “Associação dos Criadores Do Rafeiro do Alentejo” é o clube oficial desta raça em Portugal.

Contudo o reconhecimento da raça não proporcionou a popularidade que se esperava para o Rafeiro do Alentejo. O número de exemplares chegou mesmo a diminuir nas décadas seguintes. O êxodo rural e a desertificação do interior não ajudaram esta raça rústica que no início da década de 80 via os seus exemplares reduzidos ao mínimo desde que começou a ser contabilizado o número de cães desta raça.

Hoje em dia, o Rafeiro do Alentejo é um cão popular em Portugal, com registos anuais entre 200 e 500 exemplares, conforme os anos, e é mais frequentemente mantido como companheiro e cão de guarda.

TEMPERAMENTO:

O Rafeiro do Alentejo não é um cão para um dono inexperiente. Sendo um cão de guarda é bastante territorial e agressivo para com estranhos que entram na sua propriedade. Por isso é indispensável que o seu raio de acção esteja bem delimitado e o terreno bem cercado. O latido é a primeira forma de defesa do território. A sua voz é grave e audível a grandes distâncias. É um cão de defesa, só atacando perante a percepção de ameaça.

Por ser um excepcional cão de guarda, defende com coragem o terreno e a família, estando especialmente atento durante a noite.

O Rafeiro do Alentejo é um animal calmo, seguro de si com um carácter nobre e digno. Extremamente leal, é especialmente paciente com crianças. Gosta da atenção da família, mas recusa-se a aprender truques sem utilidade no seu trabalho. É bastante eficaz no gasto de energia e tentará ao máximo poupá-la para a sua actividade de guarda. Devido à sua rapidez é também utilizado na caça.

Em casa, é bastante calmo e dócil. A raça amadurece bastante tarde apenas por volta dos quatro anos. Convive com outros animais, desde que estes tenham sido apresentados desde cedo.

SAÚDE:

Estima-se que a raça tem a esperança média de vida de 14 anos.

Poucos dados existem para problemas de saúde desta raça. No entanto, tal como na generalidade dos cães de grande porte , a displasia coxo femural é uma preocupação.

O pelo curto a médio do Rafeiro do Alentejo não exige muita manutenção. Escovagens semanais são suficientes para manter o pelo bem tratado. O Rafeiro do Alentejo muda de pelo duas vezes por ano, necessitando de escovagens mais frequentes nestas alturas para remover os fios caídos.

O banho deve ser dado apenas quando necessário, uma vez que a água e os produtos destroem a camada oleosa de proteção da pele dos cães.

rafeiro1PADRÃO DA RAÇA: Bruno Tausz

Padrão FCI nº 096 / 28.03.1995 / P.
Data da Publicação do Padrão Original Válido: 13-09-1967
Origem: Portugal;
Nome de origem: Rafeiro do Alentejo;
Utilização: é um excelente cão guardião nas fazendas do Alentejo, e é ademais um cão de pastoreio muito estimado. É menos vigilante durante o dia, porém agressivo com desconhecidos.
Classificação FCI — grupo 2 – Pinscher, Schnauzer, Molossos e Boiadeiros Suíços;
Seção 2.2 – Molossóides – tipo Montanha.
Sem prova de trabalho.
Glossário português

ASPECTO GERAL – cão de grande tamanho, forte, rústico, sóbrio. De perfil convexilíneo e pouco acentuado. É sub-longilíneo.
– –
TALHE – altura na cernelha: machos de 66 a 74 cm fêmeas de 64 a 70 cm.
– comprimento: (padrão não comenta).
– peso: machos de 40 a 50 kg fêmeas de 35 45 kg.
– –
TEMPERAMENTO – (padrão não comenta).
– –
PELE – as mucosas externas a internas são parcial ou totalmente pigmentadas de preto. A pele é grossa e pouco solta.

PELAGEM – Pêlo: deve ser preferivelmente curto ou semi-largo. É grosso, liso e denso. Esta distribuído uniformemente pelo tronco e se estende até os espaços interdigitais.

COR – preto, baio, ruivo, ou amarelo. Mesclados com branco, bicolores mesclados, e puros. O tigrado e as raias são freqüentes.
– –
CABEÇA – assemelha-se à cabeça do osso, mas larga na sua extremidade e menos larga e arqueada na base. Guarda proporção com a corpulência do cão.
Crânio – largo; arqueado nos dos eixos. As sobrancelhas não são proeminentes. O sulco frontal é pouco pronunciado entre os olhos e acima destes. A protuberância occipital é pouco aparente. O espaço interauricular é pequeno e de uma curvatura regular.
Stop – pouco pronunciado. As linhas superiores da cana nasal e do crânio são divergentes.
Focinho – cana nasal arqueada. O perfil é reto. Seu comprimento é inferior ao do crânio. É de amplitude média.
Trufa – ovalada e de cor escura. Sua extremidade é ligeiramente truncada de acima a baixo e da frente para trás.
Lábios – ligeiramente encurvados de frente, superpostos e bem partidos. São delgados, fumes, com um perfil inferior ligeiramente curvo.
Mordedura – maxilares fortes, bem desenvolvidos e bem opostos.
Olhos – de expressão calma; quase superficiais. São de cor escura, horizontais, elípticos e pequenos. As pálpebras têm uma pigmentação escura.
Orelhas – de inserção média. São dobradas, pendem sobre os lados e têm pouco movimento; quando o animal fixa o olhar, suas orelhas se mantêm dobradas, erguidas na base e flexionadas em sentido vertical. São triangulares, pequenas e estreitas na base; seu comprimento é igual a do eixo médio.
– –
PESCOÇO – esta bem conectado ao tronco. É reto, curto, forte, com uma barbela moderada.
– –
TRONCO – forte, bem musculado, longo, volumoso, levemente caído e arqueado. A linha inferior é ligeiramente obliqua da frente para trás e de abaixo para cima.
Linha superior – (padrão não comenta).
Cernelha – escápula reta, longa e ligeiramente inclinada.
Dorso – .
Peito – antepeito amplo não muito aparente. Peito largo, profundo, com escápulas bem inclinadas. O esterno é quase horizontal.
Costelas – retas e ligeiramente oblíqua.
Ventre – guarda proporção com a corpulência do animal. Não esgalgado seguindo a linha do esterno.
Lombo – reto e de comprimento médio. É amplo, bem musculado e ligeiramente arqueado.
Linha inferior – (padrão não comenta).
Garupa – de comprimento médio e proporcional à altura na cernelha. É larga, alta e algo caída.
– –
MEMBROS
Anteriores – fortes, separados; visto de frente e de perfil, bem aprumados.
Ombros – pouco inclinados, bem desenvolvidos e musculados, ângulo aberto.
Braços – fortes, de comprimento médio, separados e pouco inclinados. Bem desenvolvidos e musculados.
Cotovelos – .
Antebraços – verticais, longos, fortes e bem musculados.
Carpos – grossos.
Metacarpos – grossos, de comprimento médio e ligeiramente inclinados.
Patas – compactas, dígitos grossos e longos, bem fechados e não muito encurvados. Unhas fortes e sua cor varia de acordo com a da pelagem. Almofadas grossas e resistentes.
– –
Posteriores – fortes, separados, e visto por trás e de perfil bem aprumados
Coxas – longas, largas, musculadas, embora não observáveis.
Joelhos – .
Pernas – um pouco inclinadas, musculadas e de comprimento médio.
Metatarsos – grossos, de comprimento médio, ligeiramente inclinados. Pode apresentar ergôs simples ou duplos.
Jarretes – de altura e comprimento médio, delgado. Angulação média.
Patas – compactas, dígitos grossos e largos, bem fechados, e não são muito arqueados. Unhas fortes e sua cor varia de acordo com a da pelagem. Almofadas fortes e resistentes.
– –
Cauda – larga e grossa, de inserção mediana. Apresenta uma curva em sua extremidade, porém não é dobrada. quando o cão esta em repouso cai abaixo do jarrete; quando esta ativo, pode chegar a enroscar-se.
– –
Movimentação – pesada, lenta e ondulante.
– –
Faltas – avaliadas conforme a gravidade.
– –
Faltas graves – Aparência geral com indícios de atipicidade, delgadeza, obesidade.
– Trufa afilada e truncada verticalmente.
– Cana nasal larga.
– Ausência de barbelas.
– Grupa demasiado caída.
– Cauda com inserção muito alta, ou muito baixa, ou que se enrosca quando o cão esta em repouso.
– Mal aspecto da pelugem.
– Corpulência demasiado leve.
– –
DESQUALIFICAÇÕES – as gerais e mais:
– Cabeça estreita e larga.
– Cana nasal excessivamente larga, ou perfil arqueado.
– Prognatismo superior ou inferior.
– Crânio chato e estreito.
– Olhos claros, anisocromia ou de dimensiones diferentes, cobertos
pela membrana palpebral, anisocromia.
– Orelhas inseridas altas ou baixas; arredondadas ou grandes.
– Cauda amputada, curta, ou ausência da mesma.
– Pêlo raso.
– Mucosas: ausência da cor preta na trufa, nas narinas, na boca e nos lábios (albinismo).
– –
NOTA: os machos devem apresentar dois testículos de aparência normal, bem desenvolvidos e acomodados na bolsa escrotal.
EDIDAS E PESO DE UM CÃO TÍPICO

Cabeça
Comprimento do crânio 15 cm
Largura do crânio 13,5 cm
Comprimento da cana nasal 10 cm

Tórax
Perímetro torácico: 86 cm
Largura: 21 cm
Profundidade: 31 cm

Linha superior
Comprimento do tronco 65 cm
Largura do tronco 15 cm

Comprimento
Comprimento do tronco 76 cm
Comprimento da cauda 46 cm

Talhe
Altura da cernelha 73 cm
Altura do cotovelo 38 cm
Altura da garupa 73 cm
Peso 47,5 kg

ESCALA DE PONTOS

Aspecto geral 20
Cabeça 15
Olhos 5
Orelhas 5
Pescoço 10
Tronco 10
Membros 15
Cauda 10
Pêlo 10
Total 100

NOTA: os machos devem apresentar dois testículos de aparência normal, bem desenvolvidos e acomodados na bolsa escrotal.

Lucia Helena Salvetti De Cicco
Diretora de Conteúdo e Editora Chefe