Saúde Animal

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Pulga – O inseto mais comum nos animais de estimação




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xenopsyllaNOME COMUM: Pulga
NOME EM INGLÊS: Flea
NOME CIENTÍFICO: (mais de mil espécies)
Xenopsylla cheopis (imagem ao lado)- Pulga do rato (Oriental rat flea). Esta pulga, uma das mil espécies existente, é responsável por transmissão da Peste.
Pulg do gato (Ctenocephalides felis),
Pulga do cachorro (Ctenocephalides canis)
FILO: Arthropoda
ClASSE: Insecta
ORDEM: Siphonaptera
CARACTERÍSTICAS:
Comprimento: até 0,4 cm
Boca equipada para sugar o sangue.

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DESENVOLVIMENTO COMPLETO: (ovo, larva, pupa, adulto)
Todo mundo conhece a pulga. Ela vive com o homem em todos os lugares, sobretudo onde a higiene não é adequada. É um saltador impressionante. De fato, pode ser considerada o maior campeão olímpico de saltos de todos os tempos. pode saltar 75 vezes a sua própria altura e 25 vezes seu comprimento. Há pulgas treinadas para fazer toda espécie de acrobacias e algumas delas chegam a mover pequenas carruagens de papel.

Nem todas, porém, são amestradas. a maior parte vive nos mamíferos, nutrindo-se do seu sangue. Estas são perigosas. Quando passam de um hospedeiro para outro, podem levar germes de doenças graves. Aquelas que vivem nos ratos podem transmitir às pessoas a mortal peste bubônica. A pulga põe os ovos entre as tábuas do assoalho e outras frestas de casa. Em poucos dias saem as pequenas larvas brancas que se encasulam em lugares úmidos e escuros para transformar-se primeiro em ninfa (forma intermediária entre a larva e o inseto adulto) e depois em pulga adulta. Então saem para procurar um hospedeiro.

COMO OS ANIMAIS ÃO INFESTADOS E QUAIS SÃO OS SINTOMAS 

As pulgas são pequenos insetos marrons e sem asas. Elas dependem do hospedeiro, que neste caso são o cão e o gato, para se alimentarem e se protegerem, permanecendo toda a sua vida nestes e em outros animais contactantes. Além de provocarem incômodo pelas picadas, transmitem vermes, parasitas sangüíneos e podem induzir a processos alérgicos, diminuindo a qualidade de vida de nossos animais. Visto que são capazes de pular até 30 cm, não havendo portanto a necessidade de contato íntimo, o cão ou o gato podem adquiri-las passeando na rua ou no próprio quintal, prédio ou carro onde possam ter acesso outros animais. Daí a importância de oferecermos a eles mecanismos de combate e proteção contra as pulgas. Caso o animal já as possua, ou apenas se queira evitar, há um verdadeiro arsenal disponível, o que escolher? Para cada caso há uma solução mais adequada, dependendo do grau de infestação, do tipo dos ambientes em que vive e freqüenta, do número e condições dos animais com quem tem contato e se é alérgico ou não. Tais fatores vão orientar o esquema de erradicação das pulgas quanto aos medicamentos e período necessários para tal.

Há mais de 2000 espécies em todo o mundo, porém, a Ctenocephalides felis felis é a espécie mais comum, prevalecendo em mais de 90% dos cães e gatos. A fêmea da pulga deposita seus ovos (brancos com 0,5 mm de comprimento) no animal e, como não se fixam, caem no ambiente onde apenas dependem da temperatura e da umidade para eclodirem em larvas, num período de até 10 dias. Estas aprofundam-se nos carpetes, cobertores e frestas de pisos, onde se alimentam de restos orgânicos e fezes de pulgas adultas. Em 5 a 11 dias formam um casulo onde ocorre a forma de pupa. A 27ºC e 80% de umidade ambiental, podem se transformar em pulgas adultas em apenas 5 dias. Porém, tal fato só ocorre se houver animais ou pessoas no ambiente; caso contrário as pulgas podem permanecer no casulo por até 140 dias. Normalmente o ciclo de vida se completa em 3 a 4 semanas e as pulgas vivem no animal por mais de 100 dias. A partir do quarto dia se alimentando do sangue do animal, cada fêmea produz , em média, 20 ovos por dia durante 21 dias. Se não interrompermos o ciclo, a infestação no animal torna-se extremamente incômoda e maléfica à sua saúde.

A pulga causa um prurido intenso devido as suas picadas. Existem animais que desenvolvem uma dermatite pruriginosa e pápulo-crostosa na região lombossacra, dorsal, coxal, caudo medial, abdomem ventral, flanco e pescoço com áreas de rarefação pilosa. Ainda se encontra nos pêlos, fezes das pulgas (pontos pretos que quando apertados observa-se uma coloração avermelhada).

Quando ingeridas pelos cães e gatos no ato de se lamberem ou se mordiscarem, ou pelo homem acidentalmente, levam, para o intestino, a forma infectante do Dipylidium caninum, verme cestóide, semelhante à Tenia, “solitária” do homem. Constitui-se, portanto, numa zoonose e pode, nos animais, levar a emagrecimento, diarréia, perda de pêlos e até à morte se não tratada. O animal apresenta coceira na região anal, arrastando a região no chão, e ,às vezes, podem ser vistas as proglotes do verme, pequenos reservatórios de ovos, em volta do ânus ou nas fezes, semelhantes a grãos de arroz.

Os gatos, por sua vez, são vítimas de um parasita sanguíneo, chamado Hemobartonella felis, transmitido naturalmente pela picada da pulga, causando a doença denominada de Hemobartolenose. Os sintomas são perda de peso, fraqueza, depressão e falta de apetite, devido a uma anemia que pode se tornar crônica. Se não tratados, mais de 30% dos gatos podem vir a óbito.

Como se não bastassem as doenças acima citadas, o incômodo da presença das pulgas sobre a pele do animal pode ser agravado se este desenvolver alergia às picadas deste inseto. Tanto o cão quanto o gato são passíveis de manifestarem uma hipersensibilidade em que basta uma picada por semana para induzir a uma coceira insuportável, induzindo o animal a se ferir, muitas vezes gravemente, o que exige um tratamento urgente. Quando não tratada no início, a alergia torna-se crônica, levando a alterações irreversíveis da pele e da pelagem, além de poder alterar o estado emocional do animal, que permanece em constante estado de estresse devido à coceira incessante. O cão ou o gato, em alguns casos, passa a comer menos e torna-se deprimido ou agressivo, dependendo de sua personalidade. É também, muitas vezes, isolado do convívio familiar por causa das condições de sua pele, que pode apresentar descamação e infecções produtoras de odores desagradáveis.

A PULGA E O HOMEM

Como todos podemos ver, as pulgas também podem afetar o homem que apresenta reações alérgicas, e consiste em um aglomerado de urticária papulares localizada nas extremidades inferiores (pernas). Elas são transmissores do tifo, praga, tularemia e hospedeiro intermediário do DIPYLIDIUM CANINUM (semelhante a um grão de arroz), que acomete cães e gatos. Portanto, as pulgas não devem ser eliminadas e evitadas por toda a vida do animal apenas por ser um inseto, mas sim por interferir significativamente na saúde e bem-estar dos nossos fiéis companheiros.

PROFILAXIA

A maior parte do ciclo de vida da pulga ocorre fora do seu hospedeiro (os animais) e devido a isso, existe a necessidade de cuidar também das instalações e ambiente onde o animal vive, além dele mesmo.

Através de uma orientação adequada; pode-se dar um tratamento ao animal para que ele fique sem pulgas. Inseticidas no ambiente, além de um vermífugo correto para eliminar o DIPYLIDIUM sp do animal de estimação, são necessários.

Podemos encontrar uma variedade enorme de sabonetes, shampoos, pós, talcos, sprays e coleiras antipulgas, alguns para serem usados nos cães e gatos e outros nos ambientes, porém atualmente contamos com medicamentos mais modernos, seguros e eficientes.

A dedetização periódica dos locais freqüentados pelos animais, desde que realizada por empresas especializadas, ou caseira com produtos idôneos, auxilia no controle das pulgas do animal devido à erradicação das formas intermediárias que se encontram no ambiente. No caso de serem utilizados aspiradores de pó com sacos não descartáveis, é recomendado colocar pó antipulga nestes para que não se tornem ninhos em potencial, devido ao calor e à quantidade de restos orgânicos acumulados.

É muito importante que se saiba que todos os produtos são capazes de induzir a intoxicações caso não sejam utilizados de acordo com as recomendações do fabricante, ou seja, algumas substâncias não podem ser ingeridas, utilizadas nos animais (só no ambiente), em filhotes de até uma certa idade, em gatos, em fêmeas prenhes ou em lactação ou em animais que possuam algum problema de saúde específico. Ou seja, além de proteger a saúde dos animais e das pessoas (que convivem com estes e/ou vão manipular os produtos), seguir rigorosamente as instruções da embalagem permite obtermos o máximo do efeito antipulga.

Se possível este controle deve ser realizado continuamente, visto que não possuímos estações climáticas bem definidas, havendo períodos quentes até mesmo durante o inverno, que permitem a reprodução eficiente das pulgas. Devido à grande quantidade existente e ao constante surgimento de novos produtos antipulgas, recomenda-se consultar o médico-veterinário antes de adquiri-los a fim de se garantir o melhor resultado possível para cada caso, dependendo do grau de infestação, da espécie animal, da idade, do tipo de pelagem e do estado de saúde do nosso bichinho. O importante é não desprezarmos este pequeno inimigo, que, por viver a mais tempo que nós neste planeta, encontra-se muito bem adaptado ao nosso meio-ambiente, acompanhando-nos sempre que puder. Vamos manter como companheiros apenas nossos cães e gatos?

Lúcia Helena Salvetti De Cicco
Diretora de Conteúdo e Editora Chefe