Saúde Animal

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Tratada pelo zoo do DF, loba ‘ensaia’ 40 minutos para voltar a mata




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-11 de Setembro de 2016-

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Loba-guará solta em área de cerrado em Goiás pelo Ibama e zoo de Brasília  (Foto: Alexandre Bastos/G1

Ação junto com Ibama soltou cobras, loba, tamanduá, ouriço e saruê.
Animais foram libertados em área de cerrado em cidade no Entorno do DF.

O Zoológico de Brasília e o Ibama devolveram, esta semana,  à natureza quatro cobras (duas cascavéis, uma jiboia e uma cobra-cipó com nove ovos), uma loba-guará, um ouriço-cacheiro, um tamanduá-mirim e um saruê (gambá). Os animais eram tratados por técnicos do Ibama e foram soltos em uma área de cerrado em uma propriedade privada em Goiás.

Na hora de ser reintroduzida a seu habitat, a loba-guará não queria deixar a caixa em que havia sido transportada. O animal passou cerca de 40 minutos observando a mata até tomar coragem e desaparecer entre as árvores.

A fiscal do Ibama Nadja Suffert diz que o animal passou muito tempo no cativeiro e é normal o estranhamento na hora da devolução. A loba estava em tratamento havia 55 dias. Ela foi encontrada magra e com ferimentos nos olhos. O animal estava lactante, mas foi capturado sem os filhotes.

O ouriço-cacheiro e o saruê também passaram pelo Centro de Tratamento de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama antes de serem devolvidos à mata. O tamanduá-mirim foi resgatado com suspeita de atropelamento em uma rodovia do Distrito Federal.

“O tamanduá-mirim provavelmente foi vítima de trauma e chegou ao zoológico pior que a loba. Ele não respondia a estímulos e precisou de terapia emergencial e se recuperou cerca de quatro dias depois de ser resgatado”, afirmou o veterinário do zoológico, Rodrigo Rabello.

Segundo o biólogo e diretor de mamíferos do zoo, Filipe Reis, a escolha do local de soltura é feita pelo Ibama. “O zoológico apenas auxilia no manejo para soltar o bicho. O ideal é que seja mais próximo de onde o animal foi encontrado.”

Apesar de não terem sido devolvidos no mesmo local de captura, os animais foram colocados em regiões em que teriam melhor adaptação à fauna já presente na área. “Existem áreas em que são feitos estudos para realizar a soltura dos animais. A densidade demográfica de animais e dinâmica de população no local determinam a escolha da propriedade”, afirmou Rabello.

Por motivos de segurança dos animais, o zoológico e o Ibama não divulgam os locais de soltura. O zoológico informou que, além das áreas de preservação e dos parques nacionais, há também instituições privadas conveniadas que abrigam os bichos resgatados.

Segundo o Ibama, entre os critérios para a escolha das áreas de soltura estão a existência de área de proteção ambiental nas proximidade, a inexistência de ameaças e a distância da área urbana.

O superintendente-substituto da Divisão Técnica do Ibama no DF, Antônio Wilson Pereira da Costa, afirma que quem encontrar animais silvestres feridos ou em áreas urbanas deve ligar para a Polícia Ambiental. A equipe os conduz ao Cetas para tratamento. Apenas em último caso, os animais são mantidos em cativeiro.
Esta é a segunda vez no ano que o zoológico devolve animais silvestres em 2016. Em janeiro o zoo recolocou na natureza outra loba-guará, dois jabutis e um ouriço.