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Obama cria no Havaí a maior reserva marinha do mundo




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Foto de 12 de Agosto de 2015 mostra esponja fotografada a 7 mil pés no Monumento Nacional Marinho Papahanaumokuakea, no Havaí (Foto: NOAA Office of Exploration and Research/Hohonu Moana 2015 via AP)
Foto de 12 de Agosto de 2015 mostra esponja fotografada a 7 mil pés no Monumento Nacional Marinho Papahanaumokuakea, no Havaí (Foto: NOAA Office of Exploration and Research/Hohonu Moana 2015 via AP)

Papahanaumokuakea passa a ter quatro vezes o tamanho da Califórnia.
Local tem animais não encontrados em nenhum outro lugar na Terra.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ampliou na sexta-feira (26) o seu legado ambiental ao criar a maior reserva marinha do mundo, lar de milhares de criaturas raras nas ilhas do noroeste do Havaí.

O anúncio de Obama mais do que quadruplicou o tamanho da área protegida existente, conhecida como Monumento Nacional Marinho Papahanaumokuakea, que passou a ter 1,5 milhão de quilômetros quadrados – cerca de quatro vezes o tamanho da Califórnia.

As águas são o lar de recifes de corais e centenas de animais que não são encontrados em nenhum outro lugar na Terra, incluindo uma nova espécie de polvo ‘fantasma’ descoberta neste ano e o organismo vivo mais antigo do mundo, o coral negro, com uma idade estimada em 4.265 anos.

Cerca de 14 milhões de aves marinhas voam sobre a área e fazem seus ninhos nas ilhas, incluindo um albatroz de 65 anos de idade chamado Wisdom. No local também vivem tartarugas-verdes ameaçadas e focas monge do Havaí, em perigo de extinção.

O monumento marinho foi criado em 2006 pelo então presidente George W. Bush, e em 2010 foi declarado Patrimônio Mundial da Unesco.

“Ao expandir o monumento, o presidente Obama aumentou a proteção de um dos lugares mais significativos do planeta, biológica e culturalmente”, disse Joshua Reichert, vice-presidente da ONG Pew Charitable Trusts.
O Greenpeace também saudou o que chamou de uma “decisão corajosa”, que irá proibir a pesca comercial e a extração mineral na região.

O senador Brian Schatz, um democrata do Havaí, disse em um comunicado que a expansão vai criar “uma zona de segurança que irá repor os estoques de atum, promover a biodiversidade e combater as mudanças climáticas”.

Obama “deu aos nativos havaianos mais voz na gestão deste recurso precioso”, disse Schatz.
Mas alguns expressaram decepção com a medida, que expande a zona protegida até 320 km da costa, dizendo que isso põe em risco a capacidade dos pescadores de ganhar a vida.

“Fechar 60% das águas do Havaí para a pesca comercial, quando a ciência está nos dizendo que isso não vai levar a uma maior produtividade da indústria de local, não faz sentido”, disse Edwin Ebiusi Jr., presidente do Conselho de Gestão da Pesca Regional do Pacífico.

“Hoje é um dia triste na história da pesca do Havaí e um golpe negativo para a nossa segurança alimentar local”, acrescentou.

Mas Matt Rand, diretor do projeto Legado do Oceano Global no Pew Charitable Trusts, afirma que a mudança deve ter “um impacto econômico mínimo” sobre a pesca na área.

Congresso mundial

O anúncio de Obama chega poucos dias antes do início de um grande encontro global de conservação, que vai contar com a presença de milhares de chefes de estado, cientistas e políticos.

O congresso mundial da União Internacional para a Conservação da Natureza é realizado a cada quatro anos em lugares diferentes. Este ano, Obama receberá o evento no Havaí entre os dias 1 e 10 de setembro.
O presidente americano também vai viajar para as Ilhas Midway, dentro da área protegida, para enfatizar sua decisão.

Lá, ele vai defender que as mudanças climáticas “fazem com que proteger nossas terras e águas públicas seja mais importante do que nunca”, segundo a Casa Branca.

O momento do anúncio de Obama é importante porque “irá inspirar, provavelmente, as pessoas que estão mais interessadas e mais engajadas na conservação”, disse Rand.

Obama fez da conservação e das mudanças climáticas um pilar central da sua presidência – diante da oposição republicana no Congresso -, promovendo acordos internacionais sobre o clima e parques nacionais.

Fonte: globo.com