Como as mudanças climáticas afetam a vida silvestre?
Para sobreviver, plantas, animais e pássaros que enfrentam as mudanças climáticas têm duas opções: migrar para outros locais ou se adaptar. Porém, com a velocidade que as mudanças climáticas estão ocorrendo, muitas vezes não é possível para uma espécie se adaptar com rapidez suficiente para manter-se em seu ambiente natural. Além disso, com a quantidade de destruição do habitat, o que inclui construção de barragens, estradas e cidades em expansão, o processo de migração está se tornando cada vez mais difícil. Essa combinação de fatores pode gerar o desaparecimento de algumas espécies em determinados locais e até mesmo a sua completa extinção.
A mudança climática é uma das maiores ameaças para o mundo natural. Esse perigo está relacionado tanto por seus efeitos diretos, como também na intensificação das ameaças existentes.
Esta dura verdade foi capturada de forma dramática na fotografia vencedora do concurso “Wildlife Photographer of the Year”. É uma imagem da competição mortal que pode acontecer quando animais se mudam para novas regiões. Neste caso, raposas árticas estão perdendo seu local para raposas vermelhas na tundra canadense à medida em que o clima do Norte sofre aquecimento. A raposa vermelha está em expansão e a raposa do Ártico, menor e que naturalmente era um predador, tornou-se presa.
Em um mundo em aquecimento, as espécies geralmente se dirigem rumo os polos norte e sul ou para as partes altas das montanhas; animais marinhos muitas vezes entram mais profundamente no oceano, buscando temperaturas em que possam sobreviver. Cenas como a observada na foto das duas raposas são raras no momento, mas podem se tornar mais comuns à medida em que a temperatura aumenta.
Para muitas espécies que vivem na Antártida e no Ártico (onde o aquecimento é mais rápido), no alto das montanhas, ou no restante das florestas, pode não haver lugar para onde ir. Em localidade em que as pessoas estão envolvidas (onde habitats naturais são interrompidos ou dominado por cidades e agricultura) pode ser quase impossível para as espécies encontrar novos lares.
O aquecimento do planeta é uma história que repercute em todo o mundo e é isso que mostra este novo relatório do WWF, em que é destacada a situação de orangotangos, baleias azuis, tigres, elefantes africanos, tartarugas verdes… e a lista continua.
A mudança climática é um dos maiores desafios do WWF. É nossa missão parar a degradação do ambiente natural do nosso planeta e construir um futuro no qual os seres humanos vivam em harmonia com a natureza. É por isso que estamos trabalhando duro para influenciar os líderes mundiais e negociadores que se preparam para cúpula do clima da ONU em dezembro em Paris. Todos nós precisamos de um acordo de mudança climática global que é justo, ambicioso e transformacional.
Os países desenvolvidos terão de concordar em fazer grandes cortes nas suas emissões de gases de efeito estufa. Cada país terá de reduzir a sua dependência dos combustíveis fósseis e caminhar as energias renováveis limpas, como eólica e solar. Se o resultado de Paris nos direcionar para um caminho em que o limite das emissões futuras possa manter o aumento da temperatura global em 2° C ou abaixo de 1.5° C, aliado a projetos de financiamento para ajudar os mais vulneráveis a se adaptarem, podemos evitar os piores impactos das mudanças do clima.
Independentemente do resultado da cúpula de Paris, a mudança climática é uma das maiores ameaças para o mundo natural. Já existem cidades, empresas, grupos religiosos e bancos que estão tomando medidas reais para combater as alterações climáticas. Os líderes mundiais devem atuar junto a eles. Nós todos precisamos encorajar nossos líderes para chegar ao acordo que o mundo precisa – para reduzir nossas emissões de carbono e proteger as pessoas mais vulneráveis e espécies.