Boiadeiro de Flandres
BOUVIER DES FLANDRES
Nos ambientes cinófilos belgas, tanto como nos franceses, houve muitas disputas sobre a origem do boiadeiro de Flandres. Os primeiros o consideram originário da Bélgica, os segundos acretitam que é unicamente francês, e são estes últimos os que, provavelmente, tenham razão.
Durante a primeira guerra mundial, os franceses recrutaram, para seus próprios serviços sanitários, muitos boiadeiros de Flandres. Muito poucos sobreviveram e, como em 1918 a criação quase se extinguira, para reanimá-la a sociedade rural St. Hubert (belga) decidiu a fusão das raças boiadeiro de Flandres e boiadeiro belga ou de Roulers, muito semelhante entre si, num único tipo ao qual foi imposto o nome de boiadeiro de Flandres, fixando-lhe as características do boiadeiro belga. Isto também provocou intermináveis discussões, cujo reultado foi aumentar a confusão. Robin, professor da escola veterinária de Alfort e eminente cinólogo, não só reivindica para a França a origem do boiadeiro de Flandres (que define como boiadeiro francês) como, divide claramente ambas as raças, a cada uma das quais atribui diferentes características étinicas.
Seja como foi, o boiadeiro de Flandres, que – segundo as suposições de Dechambre – derivaria de um cruzamento entre o griffon e o velho tipo de cão pastor de Beauce, é um cão de qualidades excepcionais. Incomparável na guarda, constitui uma raça realmente incomparável, que justifica todo o apoio e estímulo dos clubes que lhe são dedicados. O aspecto insociável que lhe dá seu pêlo duro contrasta estranhamente com sua inata bondade; é util até o ponto de servir nas tarefas mais dispares e nas eventualidades mais insólitas: chegou, inclusive a ser usado para fazer girar uma roda que, por sua vez, movimenta uma maquina batedora de manteiga.
PADRÂO DA RAÇA -Bruno Tausz – grupo 1 – Cães Pastores e Boiadeiros (Exceto os Suíços); seção 2. – Cães Boiadeiros; padrão 191; país de origem: França e Bélgica; nome de origem: Bouvier des Flandres; utilização: boiadeiro.
Aspecto geral – de estrutura brevilínea, compacto, musculoso, pelagem áspera de cor escura apresentando barba e bigodes, que Ihe confere uma expressão rude.
Talhe – altura: machos 62 a 68 cm e fêmeas 59 a 65 cm.
– comprimento: (padrão não comenta).
– peso: machos 35 a 40 quilos e fêmeas 27 a 35 quilos.
Pelagem – dupla, áspera, seca e opaca, comprimento médio (± 6cm) semelhante à crina, mais curto na cabeça e quase raso nas orelhas, particularmente duro e espetado no dorso e mais curto nos membros. Apresenta barba e bigodes densos, sendo mais curto e mais duro no focinho, acentuando a expressão rude das sobrancelhas que evidenciam as arcadas superciliares, sem cobrir os olhos.
Cor – fulvo ou cinza, freqüentemente tigrada ou cor de carvão, admite-se a capa preta mas não é desejada. Indesejáveis as cores desbotadas.
Cabeça – 3:2 – // – paralelismo de crânio-focinho de aparência massuda e sulco frontal não muito marcado.
Crânio – ligeiramente mais longo que largo.
Stop – pouco definido.
Olhos – inseridos de nível, no plano da pele, levemente ovalados, de acordo com a pelagem, melhor o mais escuro. Pálpebras pretas e ajustadas.
Orelhas – cortadas em triângulo em proporção com a cabeça e portadas eretas.
Focinho – largo, forte e cinzelado, cana nasal reta. O perímetro, medido à frente do stop é igual ao comprimento do crânio. Bochechas secas e ajustadas.
Trufa – preta forma uma linha convexa no prolongamento do focinho, sendo arredondada nas bordas, narinas bem abertas.
Lábios – (padrão não comenta).
Mordedura – em tesoura.
Tronco -1:1 – quadrado, forte compacto e curto
Pescoço – grosso, forte e musculoso, levemente menor que a cabeça, com a linha superior sutilmente arqueada, sem barbelas.
Dorso – de nível, curto, forte, largo e musculoso.
Lombo – bem curto, largo e musculoso, especialmente nos machos.
Costelas – as primeiras levemente arqueadas, as demais, bem arqueadas.
Peito – comprimento igual a 7/10 da altura, do esterno à última costela e profundidade no nível dos cotovelos.
Ventre – pouco esgalgado.
Garupa – acompanhando a linha superior e mais larga nas fêmeas.
Membros –
Ombros – escápula e úmero de igual tamanho e angulação moderada.
Anteriores – retos e aprumados, com metacarpos pouco inclinados, de ossatura forte e bem musculados.
Posteriores – coxas largas, musculadas, com angulações moderadas, jarretes curtos e paralelos.
Patas – curtas redondas e compactas, sem ergôs.
Cauda – curta com duas ou três vértebras aparentes; em repouso, portada na linha do dorso, e, em atividade, alta.
Movimentação – a passo e a trote, movimentação paralela a linha da direção.
Faltas graves – olhos claros ou arregalados, garupa arqueada ou caída, mal porte das orelhas, prognatismo superior e inferior, costelas retas ou em barril, pelagem desbotada e pelagem imprópria.
DESQUALIFICAÇÕES – as gerais e mais:
1 – olhos de cores diferentes, esbugalhados ou de falcão.
2 – trufa despigmentada.
3 – cor marrom, chocolate ou com predominância de branco.
Diretora de Conteúdo e Editora Chefe