Panleucopenia Infecciosa Felina
É essa doença a que mais danos ocasiona aos felinos em geral, e ao gato doméstico em particular no mundo inteiro.
É também denominada por Laringoenterite contagiosa ou Agranulocitose infecciosa, sendo todas essas denominações absolutamente corretas, já que existe um quadro hemático tanto com baixa do número relativo de leucócitos (leucopenia) como também desaparecimento dos granulócitos (agranulocitose) , enquanto pode-se evidenciar relativa linfocitose (aumento relativo dos glóbulos brancos denominados linfócitos).
Essa doença manifesta-se em geral quando existem agromeramentos de felinos, como por exemplo em exposições de animais ou parques zoológicos, ocasionando então grandes perdas, pelo fato da doença ser infecciosa e causada por um vírus facilmente transmissível. É esse vírus causal além disso muito resistente, o que lhe permite conservar sua patogenia por lapso grande de tempo, mesmo fora de um organismo animal.
Após um período de incubação relativamente curto (em torno de uma semana e raramente menor que dois dias), enfermam os animais subitamente com sintomas de apatia geral, perda do apetite, vômitos e diarréia , esta em seguida adquirindo aspeto mucoso semelhante a purê de batatas, algumas vezes com restos de sangue. O contágio é feito em geral por inalação de gotas de secreções infectadas suspensas no próprio ar ambiente, e também por ingestão oral. Segue-se febre alta; Palpada da cavidade abdominal pode ser sentida uma formação de tamanho variável representada pelos intestinos do animal enfermo, de consistência dura e elástica e também muito dolorosa. Na língua e mucosa do faringe dos animais enfermos poderão ser vistas lesões inflamatórias que levam em geral a ulceração, principalmente nos bordos da língua. As mucosas do animal , como conjuntiva e mesmo da boca irão se apresentar anêmicas (pálidas). A desidratação que se sucede levam o animal enfermo em geral a morte quando não tratados convenientemente, ou tardiamente. A morte apresenta-se em geral repentina ou após poucos dias dos primeiros sintomas.
O diagnóstico dessa doença é feito mediante exame de sangue do animal, principalmente pela contagem diferencial (Hemograma) dos diversos tipos de glóbulos sangüíneos. São relatados casos de número inferior a 1.000 leucócitos (glóbulos brancos em geral) por mm3, e falta quase total de granulócitos ( tipo especial de leucócito que normalmente apresenta granulações em seu interior). Compreende-se portanto, que um quadro hemático tão alterado anule a capacidade de defesa do organismo atacado por esse vírus. Cifras tão baixas são acompanhadas em geral por temperaturas sub-normais (hipotermia).
PROFILAXIA – Para ser evitada referida doença , existe uma vacina preparada já há algum tempo por cultura do vírus em tecido embrionário e em seguida tratada pelo formol, portanto formolisada, e denominada Vacina contra Panleucopenia infecciosa felina. Deve ser aplicada a partir da idade de 3 meses nos animais suscetíveis (felinos em geral), e repetida anualmente e principalmente quando for o animal levado para exposições de animais.
TRATAMENTO – Quando precocemente diagnosticada, é a doença facilmente curavel com administração de antibióticos via oral , principalmente a Estreptomicina na dose de 50 mg por quilo de peso vivo do animal, em duas doses diárias e durante pelo menos 10 dias. Havendo sintomas intestinais ou gástricos, administração simultânea oralmente de mucilagens preparados com tapioca em pequenas e freqüentes doses seguidas. Havendo grande perda de líquidos em conseqüência de vômitos, deve ser instituída simultânea aplicação via venosa de soro glico-fisiológico.
Médico veterinário - crmv-sp-0442