Grande Cão Japonês – (Anteriormente Akita Americano)
Breve sumário histórico:
No início a história do Grande Cão Japonês (anteriormente Akita Americano) é idêntica ao desenvolvimento do Akita Japonês. Desde 1630, na região de Akita, Akitas Matagis (cães caçadores de ursos) eram usados em lutas de cães. A partir de 1868, a raça foi cruzada com Tosas, Pointers Alemães, São Bernardos ou Dogues Alemães. Em 1908, as lutas entre cães foram proibidas, mas a raça foi preservada e, em 1931, designada como Monumento Natural.
Durante a IIª Guerra Mundial (1939-1945), era comum para usar cães como fonte de pêlo para as roupas militares.. A polícia ordenou a captura e o confisco de todos os cães, exceto os Pastores Alemães, usados para razões militares. Alguns criadores tentaram burlar a lei, cruzando seus cães com Pastores Alemães. Quando a IIª Guerra terminou, os Akitas tinham sido drasticamente reduzidos em número e existiam 3 tipos distintos: 1) Matagi Akitas; 2) Akitas de luta e 3) Akitas “pastores” (cruzados). Isto criou uma situação muito confusa para a raça.
Durante o processo de restauração da raça pura após a guerra, Kongo-Go da linha Dewa, alcançou uma popularidade tremenda, mas temporária. Muitos Akitas da linha Dewa , os quais exibiam características da influência de Mastiff e Pastores Alemães, foram levados aos Estados Unidos pelos membros das forças militares.Os Akitas da linhagem Dewa, inteligentes e capazes de se adaptarem a diferentes ambientes, fascinaram os criadores nos Estados Unidos e a linha foi desenvolvida, aumentando o número de criadores e crescendo em popularidade.
O Akita Club of America foi fundado em 1956 e o American Kennel Club (AKC) aceitou a raça (inscrição no stud book e permissão para participar de exposições) em outubro de 1972. Entretanto, nesta ocasião o AKC e o JKC (Japan Kennel Club) não possuíam acordos recíprocos para reconhecimento de seus pedigrees e assim a porta se fechou para novas linhas de sangue do Japão. Consequentemente os Akitas nos Estados Unidos tornaram-se consideravelemente diferentes daqueles no Japão, seu país de origem. Eles se desenvolveram como um tipo único nos Estados Unidos, cujas características e tipo se mantêm inalteradas desde 1955. Isto se contrasta claramente com o tipo japonês, que foi cruzado com Akitas Matagi com o propósito de se restaurar a raça pura original.
Padrão FCI nº 344
A Tradução do padrão oficial foi realizado pelo Dr. Fernando Bretas Viana (presidente da Federação Mineira de Cinofilia), por Maria Ercília N-Peverley (proprietária do Canil Hillmora Kennel) e Colin Peverley que é de origem britânica, professor de ingles da Cultura Inglesa, doutorado pela Universidade de Cambridge e graduado com COTE (Certificate for Overseas Teachers of English ).O padrão original em inglês é o da FCI.
Origem: Japão
Desenvolvimento: USA
Utilização: Cão de companhia
Classificação FCI: Grupo 2 (Pinschers, Schnauzers, Molossos, Boiadeiros Suiços e raças similares), secção 4 (raças similares), sem prova de trabalho.
Aparência geral:
Cão de grande porte e construção robusta, bem balanceado, com muita substância e ossatura pesada. Cabeça larga, formando um triângulo abrupto, focinho profundo, olhos relativamente pequenos e orelhas eretas e portadas para frente quase numa linha posterior do pescoço são características da raça.
Proporções importantes:
A relação entre a altura na cernelha e o comprimento do corpo é de 9:10 nos machos e 9:11 nas fêmeas;
A profundidade do peito é igual à metade da altura do cão medida na cernelha;
A distância da ponta da trufa até ao stop, corresponde à distância do stop para o occipital como 2:3.
Temperamento:
Amigável, alerta, responsivo, digno, dócil e corajoso.
Cabeça:
Muito grande, mas em equilíbrio com o corpo livre de rugas quando em repouso. A cabeça forma um triângulo obtuso (abrupto) quando vista por cima.
Região craniana:
Crânio: Chato e amplo entre as orelhas, apresentando um raso sulco sagital,extendendo-se bem prá cima na testa.
Stop: Bem definido, mas não muito abrupto;
Região facial:
Trufa: Ampla e negra. Nos exemplares brancos, permite-se a cor de carne, mas prefere-se a negra.
Focinho: Amplo, profundo e cheio.
Lábios: Negros e não pendulosos; lingua rosada. Lábios cor de carne somente são permitidos em exemplares brancos.
Mandíbula / Dentes: Mandíbula não arredondada mas abrupta, forte e poderosa. Dentes fortes com dentição regular e completa. Mordedura em tesoura é preferível, mas aceita-se torquês.
Olhos: Castanho-escuros, relativamente pequenos, não pronunciados e de formato quase triangular. Pálpebras negras e apertadas, permitindo-se a cor de carne somente nos cães brancos.
Orelhas: Fortemente eretas e pequenas em relação ao resto da cabeça. Se dobradas para a frente para avaliar-se o comprimento, a ponta deve tocar a pálpebra superior. As orelhas são triangulares, levemente redondas na ponta, largas na base e de implantação não muito baixa. Vistas de lado, as orelhas são anguladas para frente sobre os olhos, seguindo a linha do pescoço.
Pescoço:
Grosso e musculoso, com pouca barbela, comparativamente curto e alargando-se gradualmente em direção aos ombros. Uma pronunciada curva une harmoniosamente o pescoço à base do crânio.
Corpo:
Mais longo que alto e com pele que não deve ser muito fina, muito estirada ou muito solta.
Dorso: A nível.
Lombo: Fortemente musculado.
Tórax: Amplo e profundo. Costelas bem arqueadas e antepeito bem desenvolvido.
Abdômen: Moderadamente esgalgado.
Cauda:
Grossa e bem revestida de pelos, inserida alta e portada sobre o dorso ou contra o flanco, enrolada em ¾ de volta, volta completa ou dupla volta,sempre portada caída para o mais baixo nível do dorso. Nas curvas de ¾, a ponta fica bem caída sobre o flanco. A base da cauda é grossa e forte. A última vértebra caudal deve alcançar o jarrete quando esta está caída naturalmente ou está puxada para baixo. Os pelos são grossos, retos e densos, sem aparência de pluma .
Membros:
Anteriores:
Ossatura pesada e retos quando vistos de frente.
Ombros: Robustos e poderosos, com angulação moderada.
Metacarpos: Ligeiramente inclinados para a frente, em um ângulo de aproximadamente 15 graus com a vertical.
Posteriores:
Fortemente musculados, largos e de ossatura comparável aos anteriores. Os ergots nos membros posteriores geralmente são removidos.
Coxas: Fortes, bem desenvolvidas e paralelas quando vistas por trás.
Joelhos: Moderadamente arqueados.
Jarretes: Bem prá baixo, virando nem prá dentro e nem prá fora.
Pés:
Pés de gato retos corretamente alinhados para a frente e com dedos bem arqueados e com almofadas plantares grossas.
Movimentação:
Poderosa, com cobertura de solo de alcance moderado. Movimento paralelo quando visto pela frente e por trás, o dorso se mantém forte e firme e nivelado.
Pelagem:
Pelos: Pelagem dupla. Subpelo grosso, macio, denso e mais curto do que o pelo , que é reto, áspero, grosso e relativamente assentado pelo corpo. A pelagem é mais curta na cabeça, porção inferior dos membros e orelhas. O comprimento do pelo na cernelha e culotes é de aproximadamente 5 cm., o que o torna ligeiramente mais longo que o restante do corpo, exceto a cauda, onde há uma pelagem mais longa e profusa.
Cor: Qualquer cor como vermelho, castanho, branco, etc; ou malhado ou tigrado. As cores são brilhantes e as marcações bem balanceadas, com ou sem máscara. Cães brancos (de cor sólida) não têm máscara. Os malhados têm cor de fundo branca com manchas grandes balançadas cobrindo a cabeça e mais que 1/3 da superfície corporal. O subpelo pode apresentar coloração diferente do pelo.
Talhe:
Medido à cernelha, 66 ( 26″) a 71 (28″) cm para machos e 61 (24″) a 66 (26″) cm para fêmeas.
Faltas:
Qualquer desvio nos termos deste padrão deve ser considerado falta e punido na exata proporção de sua gravidade.
Machos femininos ou fêmeas masculinas;
Cabeça estreita;
Qualquer falta dentária (exceto 2 de PM1 e ou M3I);
Lingua manchada;
Olhos claros;
Cauda curta;
Cotovelos voltados para dentro ou para fora;
Qualquer indicação de pelagem longa;
Medo ou agressividade.
Faltas graves:
Animal pouco substancioso;
Ossatura leve.
Desqualificações:
Nariz de borboleta ou falta total de pigmentação no nariz em cães que não sejam brancos;
Orelhas caídas , pendentes ou dobradas;
Prognatismo ou retrognatismo;
Cauda em foice ou desenrolada;
Machos com menos de 63,5 ( 25″) cm e fêmeas com menos de 58,5 (23″)cm.
Observação: Os machos devem ter dois testículos aparentemente normais descidos completamente dentro da bolsa escrotal.
Divisão da Raça:
Segundo Maria Ercília, agora a raça está dividida: AKITA INU (tipo japonês) e GRANDE CÃO JAPONÊS (tipo americano), ambos com padrões separados. O AKITA INU continua a ser julgado no GRUPO 5 (cães primitivos e spitz) e o AKITA AMERICANO passa a ser julgado no grupo 2 (schnauzers, mollossos, boiadeiros suícos, trabalho, pinchers, e raças similares), mas com um detalhe: não precisam passar por prova de trabalho.
Gostaria mais uma vez de deixar bem claro, continua Maria Ercília, que tanto os americanos quanto os britânicos e países afiliados à eles, não dividiram a raça e portando continuam sendo os dois tipos chamados de AKITAS (EUA, CANADÁ e outros afiliados ao AKC) e JAPANESE AKITAS (GRÃ BRETANHA e países afiliados ao KC ingles), AKITA INU (países afiliados a FCI, no caso Brasil). É importante também saber que o Brasil, mais precisamente no estado de São Paulo também existe a ACB que segue padrões do AKC (USA), portanto temos que respeitar as 2 entidades e divulgar o GRANDE CÃO JAPONÊS também como AKITA AMERICANO.
Hillmora Kennel: The Akita Association
THE AMERICAN AKITA ASSOCIATION www.americanakita.hpg.com.br